sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O PERFIL DO ORIXÁ OXOSSE.




O PERFIL DO ORIXÁ OXOSSE.

Numa visão antropológica, os Orixás são vibrações de energia, cada uma numa faixa própria, com as quais os seres humanos se identificam, o que justifica a existência de filhos de diferentes Orixás. Assim os filhos de Oxóssi, são aqueles cujo metabolismo básico e características de personalidade herdadas geneticamente mais se identificam com uma matriz, o próprio Oxóssi, que se manifesta em ambientes como florestas cerradas, parques onde animais são preservados, espaços enfim, de contato entre o homem e os animais.
Numa visão teológica, os Orixás são divindades a serem respeitadas e cultuadas por seus filhos, que com eles entrariam em contato através de diferentes rituais disseminados na cultura tribal africana e que no Brasil estão agrupados sob o rótulo de uma religião, a Umbanda e o Candomblé. Cada divindade possui lendas que justificam seu destino e principalmente o arquétipo de comportamento à ela associado.
A Umbanda cultuada no Brasil é uma síntese de diversas manifestações diferentes da África, unindo preceitos e práticas que no continente negro se manifestam em povos isolados.
Há porém, uma corrente predominante, a dos iorubas ou nagôs. Sua visão do mundo material e sobrenatural foi a que mais se espalhou, tanto no centro-sul da África, como no Brasil, e os Orixás mais populares são dela originados. Os rituais Jeje , do Daomé (atual República do Benin), também encontraram espaço, principalmente porque tiveram de lutar contra mitos antagônicos dos iorubas; na verdade, o Daomé foi, há muitos séculos, dominado politicamente por um povo de civilização mais recente, os iorubas. Assim como Roma se comportou em relação aos mitos gregos, assimilando-os gradativamente e adaptando-os as suas próprias necessidades, os iorubas assimilaram usos, costumes e Orixás daomeanos, como Nanã, Iroco, Omolu e outros. Uma diferença, porém, sempre existiu para quem se propusesse a analisá-los.
Os mitos iorubas manifestavam grande vitalidade, envolvendo personalidades extrovertidas como Exu. Já os Orixás daomeanos são mais frios, vindos de uma cultura mais hierarquizada, onde os deuses são vistos de maneira um pouco ameaçadora e coercitiva; não costumam ter o senso de humor dos iorubas, sua flexibilidade, onde contendas difíceis às vezes são resolvidas por palavras hábeis. O mundo dos daomeanos é mais soturno, discreto, perigoso.
Nesse sentido, dois Orixás iorubas fogem da tradição básica: o mago Oçanhe, o solitário senhor das folhas, e Oxóssi, o caçador. Ambos são irmãos de Ogum na maior parte das lendas e possuem em comum o gosto pelo individualismo e o ambiente que habitam; a floresta virgem, as terras verdes não cultivadas.
A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido pela civilização iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Os caminhos não são traçados pelas cabanas, mas sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar livremente. É o território do medo.
Oxóssi é o Orixá masculino ioruba responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso na África é também cultuado como Ode , que significa caçador. É tradicionalmente associado à lua e, por conseguinte, à noite, melhor momento para a caça. Oxóssi e Oçanhe têm na floresta o próprio fim, nela se escondem. O primeiro para capturar os animais, o segundo para poder estudar sozinho e recolher as folhas sagradas.
Oxóssi e Oçanhe representam as formas mais arcaicas de sobrevivência, a apologia da caça em detrimento da agricultura, a apologia da magia e do ocultismo em detrimento da ciência.
Ao mesmo tempo, Oxóssi está mitologicamente muito próximo de Ogum, como conciliando o novo e o velho, as novas atividades com as tradicionais. Na Umbanda, recebe o título de Rei das Matas, sendo à ele consagrada a cor verde. Já no Candomblé, a cor verde é consagrada a Oçanhe por sua proximidade com as folhas, ficando o azul para Oxóssi, um azul pouco mais vivo e claro que o de Ogum, numa transição cromática.
Outro dado que identifica e aproxima Oxóssi de Ogum, é o fato de ambos representarem atividades e possuírem temperamentos próprios de uma mesma faixa etária, a juventude ( mas não a adolescência, pois são mitos adultos, viris ), onde a energia se expressa fisicamente.
Assim como o irmão ligado à guerra, Oxóssi é um Orixá que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar organizado e estável. Seu combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando os animais que vão garantir a alimentação da tribo, sendo por isso consagrado como protetor dos caçadores e eterno provedor da subsistência do gênero humano. Protege tanto o que mata o animal como o próprio animal, já que é um fim nobre a morte de um ser para servir de alimento para outro. Protege os antagonistas, o caçador, e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta. Por isso Oxóssi nunca aprova a matança pura e simples, para ele a morte dos animais deve garantir a comida para os humanos ou os rituais para os deuses, sendo símbolo de resistência à caça predatória. O conceito de liberdade e independência para Oxóssi é muito claro. Sua responsabilidade principal com relação ao mundo é garantir a vida dos animais para que possam ser caçados. Em alguns cultos de Umbanda, também se atribui à ele o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.
Segundo Pierre Verger, o culto a Oxóssi é bastante difundido no Brasil mas praticamente esquecido na África. A hipótese do pesquisador francês é que Oxóssi foi cultuado basicamente no Keto, onde chegou a receber o título de rei. Essa nação, porém foi praticamente destruída no século XIX pelas tropas do então rei do Daomé. Já no Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos. Seus símbolos são ligados à caça: no Candomblé, possui um ou dois chifres de búfalo dependurados na cintura. Na mão, usa o eruquerê (eiru) , que são pelos de rabo de boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios.
O mito do caçador explica sua rápida aceitação no Brasil, pois identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados na Umbanda popular e nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios brasileiros, comuns no Norte do País.
Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos ritos tradicionalistas africanos, alguns filhos de Oxóssi o identifiquem não com um negro, como manda a tradição, mas com um Índio. Seu objeto básico é o arco e a flecha, o ofá e o damatá .
Oxóssi é o que basta a si mesmo. A ele estiveram ligados alguns Orixás femininos, mas o maior destaque é para Oxum, com quem teria mantido um relacionamento instável, bem identificado no plano sexual, coisa importante tanto para a mãe da água doce como para o caçador, mas difícil no cotidiano, já que enquanto ela representa o luxo e a ostentação, ele é a austeridade e o despojamento.

O PERFIL DO ORIXÁ OGUM


O PERFIL DO ORIXÁ OGUM 




Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular. Tem sincretismo com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras ( que são do conhecimento apenas dos iniciados ), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.
Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.
Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.
Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
Segundo as pesquisas de Monique Augras, na África, Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.
Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.
É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).
É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); segundo Pierre Verger. Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .
Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.
Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila. Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.
A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.

O PERFIL DO ORIXÁ EXÚ



O PERFIL DO ORIXÁ EXÚ


Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros e também a mais conhecida. Há, antes de mais nada, a discussão se Exu é um Orixá ou apenas uma Entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser Humano. Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material ( ayé ), onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural ( orum ), onde trafegam Orixás, Entidades afins e as Almas dos mortos ( eguns ).
Esse Orixá (ou Entidade) não deve ser confundido com os eguns , apesar de transitar na mesma Linha das Almas (uma das três linhas independentes) sendo o seu dia a segunda-feira; ficando sob o seu controle e comando, os Kiumbas (espíritos atrasadíssimos na evolução). Exu é figura de status entre os Orixás, que apesar de ser subordinado ao poder deles, constitui uma figura tão poderosa que freqüentemente desafia as próprias divindades. Sua função e condição de figura-limite entre o astral e a matéria, se revelam em suas cores, o negro e o vermelho, sendo esta última a vibração de menor freqüência no espectro do olho humano, abaixo do qual tudo é negro, há ausência de luz.
Seus aspectos contraditórios também podem ser analisados sob outro ponto de vista: o negro significa em quase todas as teologias o desconhecido; o vermelho é a cor mais quente, a forte iluminação em oposição à escuridão do negro. Até em suas cores, Exu é o símbolo das grandes contradições, do amplo terreno de atuação.
Os Exus são considerados entidades poderosas, mas nem sempre conscientes dessa força, desconhecendo seus limites e suas conseqüências ao envolver os seres humanos vivos. Assim ao utilizar-se de suas vibrações, um iniciado precisa tomar cuidado para não permitir que Exu, mesmo com o propósito de ajudá-lo, provoque um descontrole energético que possa ser prejudicial ao ser humano.
Sua função mítica é a de mensageiro - é o que leva os pedidos e oferendas do homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Orixá pessoal (quando a consciência de quem carrega o Orixá desaparece). É Exu quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão ( ayé ou orum ) o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.
O poder de comunicar e ligar, confere à ele também o oposto; a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas entradas e saídas. Isso não entra em contradição com o fato de Ogum, o Orixá da guerra, ser considerado o senhor dos caminhos. Além da grande afinidade entre as duas figuras míticas (que são irmãos, de acordo com as lendas), Ogum é responsável pelo desbravamento, pelo desmatar e o criar de novos caminhos, pela expansão do reino, enquanto Exu é o senhor da força que percorre esses caminhos.
Como, então, essa imagem de menino brincalhão, mesmo que imprudente, se coaduna com a imagem popular que associa Exu ao Diabo? Mesmo em cultos de Umbanda (alguns) Exu é freqüentemente considerado um representante do mal, das forças perigosas e não totalmente recomendáveis.
Qual a visão está correta?
A rigor, ambas ou nenhuma delas. Exu realmente brinca e se diverte, possibilitando brincadeiras e prazeres aos seres humanos. Também mexe com forças terríveis, provoca acontecimentos dramáticos, causando o mal.
Em termos históricos, as culturas africanas que cultuam os Orixás - muito diversificadas, conseqüência evidente de uma sociedade dividida em raças, tribos, muito pouco centralizada para os parâmetros ocidentais - são muito mais antigas que as que conhecemos. Há lendas de Orixás que se explicam como respostas socialmente criativas a acontecimentos perdidos num longínquo passado, como a substituição do matriarcado pelo patriarcado, o surgimento do primeiro conceito de sociedade agrária, em oposição a uma cultura nômade e caçadora.
Assim, como encontrar uma figura que representa o mal numa cultura onde não existe a dicotomia bem-mal? A moralidade ou imoralidade portanto, não está nas figuras dos Orixás, nem principalmente em Exu, mas sim nas interpretações que nós, ocidentais, fazemos a respeito de seus desígnios.
Para a cultura africana, politeísta, onde os deuses brigam entre si, cada um tomando atitudes radicalmente opostas às dos outros, não existe um certo e um errado, mas vários. Cada ser humano é filho de dois Orixás e, para ele, suas atitudes serão as mais corretas, enquanto um filho de outro Orixá deverá manter postura diferente, mas adaptada ao arquétipo de comportamento associado ao seu próprio Orixá.
Outra razão de confusão vem do fato de os negros terem chegado ao Brasil na condição de escravos, tratados como subumanos e sem os mínimos direitos.
Nenhuma hipótese havia, portanto, para que Exu e outras figuras míticas do Candomblé e da Umbanda, fossem aceitas como independentes: os negros tinham de ser convertidos ao Deus Único , aos mitos cristãos.
Uma divindade africana ao ser capturada pelas explicações católicas, teria no máximo o status de santo, divindade menor, praticamente humana, na teologia cristã.
Como precisavam de um Diabo, os jesuítas encontraram na figura de Exu, o Orixá que poderia, meio forçadamente, vestir a sua roupa, provavelmente porque sendo o mais humano dos Orixás, à ele se pede interferência nas questões mais mundanas e práticas, o que resulta que a maior parte das oferendas do culto vá, para ele.
Exatamente por isso, Exu era a divindade que protegia, na medida do possível, os negros dos repressivos senhores. Era para Exu que pediam desgraças para seus senhores.
Dois outros fatores associam Exu ao Demônio; o fogo - elemento do Diabo e também freqüente nos cultos e oferendas para o mensageiro dos Orixás africanos - e o sexo, território considerado tabu pelos católicos, e o prazer - em geral, as atividades favoritas de Exu. A sensualidade desenfreada costuma ser atribuída à influência de Exu, que significa a paixão pelo gozo, sendo freqüentemente representado em estatuetas, como figura humana sorridente, debochada.
Para completar os tabus que marcavam Exu como uma figura que subvertia o conceito de faça o bem e será recompensado, faça o mal e será punido - já que ele podia fazer qualquer coisa e alterar qualquer resultado - mas um fator fez com que fosse não só usado como o Diabo mas reconhecido como sua própria encarnação por parte dos jesuítas: Exu gosta de sangue.
É costume que, em oferendas, o sangue de animais seja o último ingrediente.
Como, porém, essa base filosófica africana foi esquecida na prática pelos brasileiros, existe certo temor e preconceito com relação a Exu. Isso se revela no temor que os babalorixás (sacerdotes que dirigem a Umbanda ou um Candomblé) têm em identificar alguém como filho de Exu, ou seja, como pessoas cuja energia básica é a mesma do mensageiro dos deuses. Reforçam-se assim, os mitos de desgraça que ronda a figura de Exu.
A Pomba-gira, figura comum nos cultos de Umbanda e presente em diversos Candomblés, dada a grande intercomunicação entre as duas vertentes, não passa, de um Exu Feminino, onde estão em destaque o senso de humor debochado, a voluptuosidade e sensibilidade desenfreada, usando cabelos soltos, saias rodadas e vaidosas flores na cabeça. Sua dança é uma gira frenética, desenfreada, violenta até, com quase nenhum controle - sem compostura , de acordo com a visão ocidental.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Odé Akerãn





       





 Odé Akerãn

AKÚERAN ou AKERAN é um título de um determinado caçador, cujo o qual foi divinizado transformando-se em ODE AKERAN. Este “caçador ancestral” é o único reverenciado nos Ritos do ÌPADÉ cerimônia de caráter privado, no qual é denominado de ESA'KERAN. Alguns dos antigos dizem que este era o único caçador que fornecia “alimento” aos ÒRÌSÀ FUNFUN e que foi o primeiro a receber das mãos de OBÀTÁLÁ o ÌRÙKÈRÈ – símbolo dos sacerdotes e reis
A tradução do nome AKuerãn aparece de duas formas, primeiro como a união de Eku (rato) e erã (carne), ou seja, aquele que come rato, ou Oquê (montanha), erã (carne), aquele que traz a carne das montanhas. Eu sigo a segunda tradução.Aquerãn tem fundamento com Ogum e Exu, seu aspecto na natureza é representado pela mata ao pé de uma grande montanha, ou mesmo o cerrado.AKUERAN:  Um título que faz referência ao fato de se matar a caça, é o que faz todo caçador. Velho, come carne crua, culto realizado na madrugada. Tem fundamento com Oxumarè e Osónyín e Exu. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura, ele mora nas profundezas das matas. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas OU Veste branco e azul e como a lenda cita, ele usa muitas peles grossas. Carrega o Ofá e o Eruquele suas contas são azul claro. Seus bichos são: papagaio e arara, tira-se as penas e solta-se o bicho. Senhor do couro dos animais grudados nas paredes das casas de ásé, representando que ali houve um sacrifício e que ali, houve alimento para a sociedade.
Aquerã e Ogum:
Diz a lenda, que Ogum Olodé (chefe dos caçadores), tinha um irmão que mais tarde seria  chamado Aquerã, e eram inseparáveis, contudo Ogum observava que seu irmão, era frágil e muito dependente. Ogum decidiu procurar Exú, famoso por fazer o certo virar errado, o errado virar certo, ele sabia que o senhor dos caminhos iria dar um conselho acertivo. E assim foi, Exu disse a Ogum que deveria levar Aquerã até a mata mais escura e deixá-lo sozinho, mas que além disso, limpasse os rastros que davam o caminho de volta e fazer falsos rastros para a subida da montanha, assim ele não voltaria tão cedo. Ogum ficou pasmo e perguntou a Exu, porque fazer tal maldade, então que Exu disse:
- O menino só irá crescer, se tiver que enfrentar os perigos sozinho, longe de você Ogum, a montanha ensinará  a ele como ser um grande caçador, acredite!
Ogum então seguiu o que Exu disse, e levou o irmão a uma caçada ao pé da montanha, e assim o deixou,  Aquerã sem saber o que estava acontecendo, ficou perdido, com medo, e teve que colocar em prática tudo que Ogum havia lhe ensinado,  a cada passo que subia a montanha o vento ficava mais gelado, e ele tinha que caçar animais que a pele fosse mais grossa, para que pudesse sobreviver, ao chegar ao alto da montanha Exu estava esperando, e então o jovem caçador perguntou:
- Porque Ogum fez isso comigo Exu? Porque me deixou sozinho?
- Ele não te deixou sozinho,  ele deixou você com tudo que ele te ensinou, você entrou na mata um menino e agora é um homem.
Akuerãn entendeu e de cima do monte viu sua tribo, e assim retornou, onde sentou ao lado de Ogum que lhe entregou o título de Olodé e Akuerãn reinou com chefe dos caçadores.
Aquerã é cheio de mistérios, em certos momentos, aparece também como o pescador de grandes peixes, seria ele quem teria guiado Yemanjá pelas matas quando ela fugia de Olofim e por isso ela teria dado a ele uma concha que refletia a maldade dos inimigos.
Veste branco e azul e como a lenda cita, ele usa muitas peles grossas. Carrega o Ofá e o Eruquele.Odé Akueram;ligado a ossãe.come bode,porco e gosta de fumo de rolo.





   






   


Odé Karê

Come com ÒSUN e ÒÒSÀÀLÀ. Usa azul e um BANTÉ dourado.Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé. Bom caçador, mora sempre perto das fontes.. É associado a pequenas caças e a grande pesca. Cultuado nas fontes de água.
Na África é cultuado nas matas do bairro Kare, próximo a Osogbô e aqui no Brasil é considerado filho de Odé com Yemanjá, contudo ao contrário de sua irmã, Oxum Karê que vive entre a água doce que encontra a salgada, ele vive com seu pai, porém esse caminho é um aspecto mais jovial da família dos Odés, sendo a grande maioria ligada a caça noturna, só que Odé Karê foge a regra, pois é associado a caça de pequenos animais a pesca em grande escala, por isso podemos usar uma pequena rede em suas roupas e a história que narro abaixo explica o porquê ele pode usá-la:
Itan - Odé Karê e a Oxum Karê
Odé Karê e Oxum Karê, desde pequenos viviam disputando tudo, assim como não havia nada que concordassem. Enquanto cresciam, Odé e Yemanjá observavam a rivalidade e então chegará a hora dos dois entenderem que sendo irmãos teriam que conviver e se completar, afinal ambos nasceram da mesma lágrima que correu do rosto de Yemanjá.
Seus pais então decidiram propor uma disputa, deram a cada um o ofá e uma rede, para que aquele que conseguisse mais caças e pescas venceria então a disputa, contudo cada um teria que trazer o mesmo número caças e de peixes. E assim Odé Karê e Oxum Karê seguiram mata adentro, e no primeiro dia ainda distante da água tiveram que usar o ofá, Odé Karê tinha uma visão mais aguçada e conseguiu maior número de bichos que sua irmã, porém na hora da pesca Oxum Karê que era mais estrategista que seu irmão colocou sua rede próxima ao leito do rio e jogou algumas sementes e logo conseguiu pegar grande número de peixes, deixando seu irmão irritado.
Enfim acabou a caçada e a pescaria e ambos voltaram para junto de seus pais, ao chegar apresentaram suas conquistas e então Odé e Yemanjá olharam para ambos e disseram:
- Odé Karê, por que conseguistes tantas caças e tão poucos peixes?
- Porque sou melhor no Ofá meu pai – Disse ele
- E tú Oxum, porque conseguistes tantos peixes e tão poucas caças?
- Porque sou melhor na pesca do que na caça em terra...
Assim Yemanjá juntou o que ambos tinham trazido e disse a eles:
- Olhem, ambos são meus filhos e ambos são bons separados, mas podem ser bem melhores juntos!
Assim Odé Karê e Oxum Karê entenderam que unidos poderiam muito mais e decidiram então parar de brigar e se unirem, onde ele a ajuda caçar e Oxum Karê ajuda ele na pesca.
Roupas e Aparamentas
Usa roupa azul claro com um pouco de doura e também salmão. Usa Ofá e Erú, em alguns axé carrega nas costa a abebé que representa sua irmã.
Comida
Axoxó, ado e acarajé, assim como frutas e carpa assada. Tudo que é feito a ele deve ser bem apresentado, bem feito e com bastante tempero de camarão.






Yeye Ypondá
Rainha na cidade de Pondá, dona do rio Pondá, Yeye Ipondá rivaliza com yeye Opará quando seus rios se encontram.
Yeye Ipondá é guerreira, vaidosa ao excesso, aponta sua espada para qualquer um e desafia o intruso. Muito ligada a Owárìs e Igbòálàmà, adora roupas douradas c/ branco e não responde no jogo mais de uma vez, ou seja, se ela responder entenda rápido pois ela não repetirá o que já respondeu. Se irrita ao ser puxada numa roda de candomblé, gosta de ser a primeira se tiver outra Oxum na sala e conte com ela sempre quando se tratar de uma criança. Não perdoa um filho que não respeita ou quebra os seus preceitos e sua liturgia.
Ponda ou Ypondá ou Pandá: Esposa de Oxossi Ibualama. Porta um leque. É Mãe de Logun-Edé e com sua espada guerreia bravamente. Vive no mato com seu marido. Veste amarelo-ouro e azul-claro na barra da saia. Relacionada ao fogo e aos cemitérios, tem ligação com Egun. A pata é a sua maior quizila, seu bicho de fundamento é a tartaruga. É uma jovem da cidade de Iponda. Tem ligação com Ogum, Oyá, Oxossi e Oxaguiã. Come com Iyemonjá e Oxalá. Alguns dizem ser companheira de Omulu, muito feiticeira tendo ligação com o fogo.

Outra lenda conta:

“Ypondá e Opará disputavam o mesmo amor. Em um determinado dia, Ypondá deu-se conta de que os olhos de Opará brilhavam muito quando avistava Erinlé, o Odé preferido de Ypondá. Ypondá muito faceira e perigosa, andava sempre armada com seu par de fisgas (espécie de arpão), chamou Opará até próximo a ela e pediu que se ajoelhasse Opará sem entender cumpriu o que a Osun mais velha solicitou, nesta fase Opará era uma espécie de dama de companhia de Ypondá. Opará muito jovem e bela sempre afoita e guerreira ficava sempre sentada aos pés de Ypondá ao abaixar-se Ypondá fisgou-lhe as duas vistas e arrancou fora tornando-se então Opará a Osun cega por isso dentro de seu Igbá põe-se um par de olhos. Onira revoltada com tal situação tenta comprar a briga de Opará, lançando raios contra Ypondá, e queimando os pés de minha senhora, Ypondá por sua vez muitíssimo inteligente mira o abebé dela contra os raios de Oyá e a cega também
desde então Opará e Oyá guiam-se uma a outra, fazem companhia, sao inseparáveis.
A esta Oya damos o nome de Onira que é uma Oya Olodo (ou seja das águas) mas veja bem existem dois caminhos de Opará:
Opará Hubjebé a que vem com Oyá
Opará Akurálonà a que vem com Ogun

Odé Otim e Yiá Otim








 Yiá Otim.....Odé Otim
Odé Otim e Yiá Otim formam um casal inseparável, onde está Odé está Otim. Odé é representado por um menino portando arco e flecha, suas ferramentas para a caça e Otim porta um cântaro que carrega na cabeça.Orixás da fartura e dos excessos, Odé tem fama de generoso e bom: ele caça, mas fica com pena e remorso e dá a caça a Otim que come tudo rapidamente, sendo apelidada de gorda. São poucos os filhos de cabeça do Orixá Otim, talvez isto explique o seu quase esquecimento no culto, sendo Odé o mais conhecido, este sim com vários filhos. A beleza de Odé estende-se a seus filhos assim como suas características. Odé jamais pode ser esquecido, pois se sente excluído e abandonado e não perdoa facilmente uma falta como esta.
A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido pela civilização
iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Os caminhos não são traçados pelas cabanas, mas
sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar
livremente. É o território do medo. Yiá Otin é um Orixá feminino responsável pela fundamental
atividade da caça. É tradicionalmente associado à lua e, por conseguinte, à noite, as Iyá mi Ajés e
os pássaros da noite, pois a noite é o melhor momento para a caça. Odé Otin e Ossaiyn têm na
floresta o próprio fim, nela se escondem. O primeiro para capturar os animais, o segundo para
poder estudar sozinho e recolher as folhas sagradas.
Otin mora nas águas com Iyemanjá, Erinle e Oxum e na floresta com os irmãos Ossaiyn, Ògún
 e Odé, no cultivo com Òrìsà OkoOdé Otin e Ossaiyn representam as formas mais arcaicas de
sobrevivência, a apologia da caça em detrimento da agricultura, a apologia da magia e do ocultismo
em detrimento da ciência. No Candomblé, a cor verde é consagrada a Ossaiyn por sua proximidade
com as folhas, ficando o azul para Odé Otin, um azul pouco mais vivo e claro que o de Ogum, numa
transição cromática.
Otin é um Orixá que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar organizado e estável. Seu
combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando os animais que vão garantir a alimentação
da tribo, sendo por isso consagrado como protetor dos caçadores e eterno provedor da
subsistência do gênero humano. Protege tanto o que mata o animal como o próprio animal, já que
é um fim nobre a morte de um ser para servir de alimento para outro. Protege os antagonistas, a caçadora, e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta.. Por isso Odé Otin nunca aprova a matança pura e simples, para ele a morte dos animais deve garantir a comida para os humanos ou rituais para deuses,sendo símbolo de resistência á caça predatória.
 O conceito de liberdade e independência para Odé e Yiá Otin é muito claro.
 Sua responsabilidade principal com relação ao mundo é garantir a vida dos animais para que possam ser caçados.
. Em alguns cultos, também se atribui à ela o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.
 Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos. Seus símbolos são ligados à caça: no Candomblé, possui um ou dois
chifres de búfalo dependurados na cintura. Na mão, usa o eruquerê (eiru), que são pelos de rabo
de boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios, um ofá arco e flecha, uma lança.
Íyá Otin realmente o orisa da casa de joão de barro. Otín é um orisa relacionada com Erinle e
Yemojá.
Ìyá Otin e um orisa da caça e pesca, seu culto tem origem em inisa ( inixa )seu culto e mais
preservado nas naçoes de batuque no sul do brasil.orisa de carater reservado,vive com ode
caçando nas matas de quem e inseparavel. vista hora como esposa ,hora como irma de ode.
nao teve filhos aqui na terra, por isso atribuem o fato de que ela de a cabeça de seus filhos para
ode. por ser uma yaba ode ( caçadora ) veste-se com roupa de couro , como um homem., usa uma
capanga de couro,arco e flexa e lança.
come junto com ode, todo tipo de caça, coelhos , passaros etc , mas prefere mesmo a carne de porco.galinha pintada.Peixe: pintado.Comida: farofa doce com costela de porco assada com mel ,e em alguns axés dão galinha preta para Yiá Otim
Íyá Otin e uma yaba que vive na floresta, caça , pesca e recolhe os frutos por perto de casa que ela
mesmo constroi , no lugar onde chegam para caçar, enquanto ode vai longe caçar animais maiores
para levar o alimento para a comunidade , ela caça por perto , assim que ode chega tem seu
alimento preparado .
dizem tambem que e ela quem nos da casa propria, existe ate ebo para esse fim.
e dona da casa do joao de barro , deve ter algun itan que justifica o por que.
no batuque seu culto é tao importante que toda pessoa que se apronta no santo ,como e costume
de assim se dizer la, tem que assentar,Ìyá Otin por isso todo sacerdote tem Iyá Otin em suas casas.
seu assentamento leva uma estatua de madeira, imagem feminina que carrega um pote na cabeça.
tem ligaçao com yiemonja, por isso tambem leva uma ancora em seu assentamento, e seu igba é
colocado nos pes de yiemonja .existem informaçoes que ela habita as margens do rio osun com
quem tambem tem ligaçao, outras ha que diz que ela vive numa confluencia de um rio com o mar
pela sua ligaçao com yiemonja.Otin possui quatro seios e isso nao pode ser mencionado em sua presença, pois e uma ofensa terrivel a essa yiagba.
um mito conta que ela foi uma rainha muito poderosa , mas muito sensivel,por falta de respeito de
seus subordinados , se aborreceu muitissimo, e entrou no rio de erinle e desapareceu.
Iyagbá Otin uma Senhora caçadora,resumindo ele é filha de Erinlé um outro Orisá muito confundido
com Ossossi..Otin irmã de Ologun Edé e esposa de Ossossi..Para assentar uma Otin primeiro tem
muitos orôs e se assenta um corte de Orisás antes dela,um deles é Erinlé,Ologun
Edé,Iyemonjá,Ossayn ,Ogun,Ossosi e Osun..Ela come todo tipo de caça,ela só não come coelho
como os outros Odes e sim preá ou porquinho da índia como é muito difícil achar uma preá da a ela
o porquinho da índia,ela também come galos,igbín,pombos e adora carne de porco.Otin mora nas águas com Iyemanjá, Erinle e Oxum e na floresta com os irmãos Ossaiyn, Ògún e
Odé, no cultivo com Òrìsà Oko
Odé Otin e Ossaiyn representam as formas mais arcaicas de sobrevivência, a apologia da caça em
detrimento da agricultura, a apologia da magia e do ocultismo em detrimento da ciência.
No Candomblé, a cor verde é consagrada a Ossaiyn por sua proximidade com as folhas, ficando o
azul para Odé, um azul pouco mais vivo e claro que o de Ogum, numa transição cromática e para Iya
Ode Otin fica as cores azul claro intercalado com azul escuro e Yiá Otim a azul intercalada com rosa..Isso tembem vai
depender muito do caminho do Orisá Otin
Saudação de Otin: Oque bambo Otin ... Oque bambo Iyabá..

Adurá Iyá Otin:
Otin rere
E moin dafá
Otin rere
E moin dafá
Òrìsà dafá mbó
Otin Obá delé
A oyo Òníyé.
 Odé Otin e Yiá Otim come vários tipos de comidas,como:
Feijão fradinho bem temperado com lascas de cocô..
Milho vermelho bem temperado com lascas de cocos e amedoim torrado.
Também come acaçás,abaras,ekurus,obis,orogbôs,frutas e principalmente o abacate..
Eles adoram a carne de porco como: costelas,lingüiças,carrés e miúdos...Tudo bem temperado..Sua
bebida preferida é o aluá.
Caminhos[qualidades]
 Odé Otim;Linde, Jubim, Emí, Avagan, Lobomí, Ridê, Tola, Olobomí, Fabiorô. Yiá Otim: Anidon, Dígala,Obérémi, Emí, Aridã, Tola, Olobomí,Renique,Talabí,Iborô







O culto Erinlé

O culto de Erínlè nasce no Odu de Òkànràn / Ogbè. Seu culto está centrado ao redor do rio Erínlè,
um rio tributário do rio Òsun, que atravessa a cidade de Ìlobùú (Ilú Òbú ou cidade de Òbú),
localizada ao sul da Nigéria Ocidental, na estrada de Ogbomoso para Osogbo (está situada
aproximadamente dez milhas a oeste de Osogbo). Ele é a divindade patrona de Ìlobùú. Ìlobùú é um
centro de comércio para o inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão, quiabo e está
em uma área de savana habitada principalmente pelos Yoruba. Òbú é um tipo de giz nativo (efun) e
é comestível. É usado para temperar comida e era um dos temperos principais, muito antes do sal,
da mesma forma que o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para temperar comidas
como o ekuru aró. Tido como filho de Ainá, Erínlè é considerado por muitos como filho mítico de
Yemoja .É um Òrìsà caçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da
floresta e da flora. Este Òrìsà, enquanto médico dominou, antes que Osányìn, o poder da botânica.
Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que
carregam os sacerdotes de Osányìn e de Ifá devido a importância deles como curandeiros
medicinais. Sabe-se que ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce em
Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido em Nupeland e isso é revelado pelo caminho de
Òkànrànsodè descrito abaixo e na conexão entre Erínlè e o exilado rei da Nupeland. Há muitas
variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè
dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku. Em Cuba e Trinidad ele é conhecido como Inlè
ou Erínlè "Ajaja". Ajaja é um título honorífico que significa "Ele que come cachorro", "o que é feroz".
Erínlè quer dizer elefante (Erin) em-o-terra (ilè) ou terra-elefante. Erínlè é considerado por alguns
como uma divindade hermafrodita, mas ele é adorado principalmente como uma divindade
masculina em Yorùbáland. Ele é pensado por alguns estudiosos como sendo o aspecto masculino
de Yemoja Mojelewu. No Brasil o ligam a Osún e a Iyemanja pois segundo sua lenda é pela boca de Yemonjá que ele fala, Erinle é um orisa andrógino e considerado o mais belo dos caçadores;  O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos
Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. A
residência verdadeira dele seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se
misturam as águas doce e salgada. No Candomblé Ketu é considerado que Erínlè tem dois
caminhos ou aspectos. Um aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama. O outro
caminho é mais jovem e mais delicado e bonito, normalmente chamado Inlè. Na tradição  Erínlè é acompanhado por Ibojuto e Abátàn. Abátàn (ou Abàtà = pântano) é a divindade da
baixada. Abátàn normalmente é considerado como a companheira feminina de Erínlè mas alguns
reconhecem Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro da cerimônia de iniciação,
Abátàn também é assentada.  Em alguns axés arrumam um otá abaixo do igbá de Erinlé, simbolizando ela,[ e uns axés cultuam como se fosse osun YEPONDÁ]e na hora do sacrificio dele cobre-se esse otá com uma gema de ovo.Ela tem canções e oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de todas as suas oferendas e sacrifícios. Erínlè seria acompanhado por Abátàn, sua contraparte feminina em tudo..  Duas divindades que se unem como um, embora distintos, eles funcionam juntos, como uma unidade.
 Há um equilíbrio, dando uma visão instantânea do caráter de Erínlè,
uma mistura perfeita de energias masculina e feminina. Além disso, na tradição  a familia de Erínlè se compõe de: Abátàn - sua esposa, Boyuto - guardião de Erínlè e Otin - filha de Erínlè e Abátàn Jobia - filho de Asipelu, ajudante de Erínlè, Olóògùn Èdè (Lògùn Èdè),
o "senhor" (dono) do medicamento (medicina) de Èdè - filho de Erínlè com Osun Yepondá, e, por último, Asao que chamam de duplo de Erínlè. Na Nigéria, Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como ibú:
Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú. É o oríkì de cada ibú que distingue entre os
caminhos diferentes ou manifestações de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio[Ode Ibualama = uma outra versão para Erinle quando ele se apresenta mais ao fundo do rio, há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador Erinlé.. Aliás há vários templos mas todos são de um orisa só: Erinle nessa situação o caçador traça um outro caminho e pactua seus mitos com Omolu, Osumare, Nana,]. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente. O awo ota - Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe  - Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da Yorùbáland). Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e Òsun.O awo (segredo) - ota - Erínlè .É o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlè em muitas partes de Nigéria.Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú  Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto da cabeça.O òpá òrèrè (osu/cajado com o pássaro de ferro) de Erínlè é a representação para os seus seguidores da importância de
Erínlè como curandeiro,pois é considerado médico E, seu culto antecede o de Ossayn, o pássaro o representa. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Ossosi. A divindade mais amplamente conhecida com o mesmo símbolo é Osányìn. O cajado é feito de ferro. Sempre é mantido em pé. . Pássaros de ferro empoleiram-se no topo.  A maioria dos cajados mostra um grande pássaro central cercado por pássaros menores.Não há diferenças significativas entre os cajados de Erínlè e de Osányìn encontrados na Nigéria, cada cajado é uma peça autorizada e única e assim os estilos variam imensamente, Porém há dois desenhos comuns do cajado de Osányìn feitos dentro da perspectiva dos awo em Yorùbáland. É comum se ver um cajado relativamente curto com um grande pássaro em seu topo e com 16 pássaros menores, em um arranjo circular,
  que olham para o pássaro mais alto, central. Lá também pode ser encontrado um òpá/osu Osányìn alto, com um só e único pássaro e quatro cones de metal invertidos, as aberturas deles coberta por disco de metal para guardar medicamentos; seguro levemente na parte mais baixa do cajado (este cajado também é encontrado na tradição Lukumi, sua especificação é considerada um requisito de Odù). Deve ser acentuado que os cajados de Erínlè e Osányìn nas terras Yorùbá são encontrados em muitas variações no número de pássaros, formas e estilos.
Foi sugerido que os 16 pássaros menores representam a divindade Odù e os Olódù de adivinhação. . As curvas graciosas destes pássaros estáticos também podem ser confundidas com um agrupamento permanente de folhas de metal Tais folhas, que não   morrem,
 são uma lembrança visual forte para Osányìn e os medicamentos de Erínlè!O pássaro de coroamento é, segundo muitos, um símbolo do poder sobre/pacto de Osányìn e Erínlè e Ìyáàmi.
São os medicamentos herbários de Erínlè e Osányìn que podem neutralizar ou contrapor-se aos ataques pelos aspectos negativos de Ìyáàmi. Eleye significa "mulheres que possuem e são
pássaros", sendo os pássaros os mensageiros de Àjé/Ìyáàmi.Estes mensageiros também podem
ser vistos em muito da estatuária religiosa e do simbolismo real,  como por exemplo, no alto da coroa dos Oba. . Ìyáàmi é em essência o àse/awo feminino primordial, que pode ser potencialmente benéfico ou maléfico (em condições judiciosas). Os símbolos de pássaro lembram aos líderes e congregações que ninguém está acima das forças invisíveis que precisam ser apaziguadas. As  Ìyáàmi representam a gênese, as guardiãs e as doadoras do àse na terra.
Boyuto ou Ibojuto é encontrado em todos os santuários Lukumi para Erínlè. É descendente do òpá Erínlè encontrado entre os Yorùbá. Boyuto leva seu nome de uma das qualidades ou caminhos de Erínlè.  Esta qualidade de Erínlè está ligada a profundidade impressiva do rio Erínlè.
É dito que nesta profundidade é encontrado o reino mítico de Erínlè, chamado Ode Kobaye.
 "Esta profundidade escura do redemoinho é chamado Ojuto. Acredita-se profundamente, que as duas casas históricas (ilé pètésì) teriam sido tragadas para cima (emergido) dentro das correntes coloridas de índigo.Do fundo do ibu Ojuto, assim é acreditado, bandos (escoltas) de pombos voam para acima das águas e desaparecem no ar." (Baba Erínlè de Ìlobùú falando com R. F.Thompson no local do rio Erínlè, em Ìlobùú, 1994). Boyuto ou Ibojuto é também conhecido comumente como o osu de Erínlè.
Erinlé o caçador das grandes caças....o mais belo entre todos os caçadores!

 Mitos de Erinlé

Havia um caçador chamado Erinlé, o grande caçador de elefantes. Um dia uma mulher
passava perto de um rio e ali perto, junto ao bosque, avistou o caçador. Ele pediu a ela que lhe
desse água para beber, a mulher entrou no rio até a altura dos joelhos e, quando se inclinou para
apanhar água, ouviu de Erinlé a ordem de que entrasse mais fundo. Mais fundo no rio entrou a
mulher, mas percebendo que o rio ia afogá-la, saiu imediatamente da água, com medo de ser
morta. Ela ouviu então a voz do caçador, que era o próprio rio, reclamando que ela não trazia
oferenda alguma, ela queria recolher sua água, mas nada lhe dava em troca. Ninguém pode entrar
no rio profundo sem trazer presentes, tempos depois, quando Erinlé foi cultuado como orixá, seus
seguidores o chamaram de Ibualama, que quer dizer "Água Profunda".

Òkànràn Ogbè - O nascimento do culto de Erínlè - Um Itan do Odu Òkànràn Ogbè conta a
história de um homem Nùpe (Tápà) com o nome de Àyònù que veio para a região de Ìlobùú. Ele era
o herdeiro da coroa em sua terra natal porém devido a algumas manobras políticas o título lhe foi
usurpado e ele foi forçado a fugir da cidade - ele teria sido morto para destruir a possibilidade de
qualquer reivindicação futura à coroa. Àyònù veio para Ìlobùú para caçar e ajudar a um caçador
nativo que tinha uma estranha aparência. O amigo percebeu que Àyònù, embora mostrando-se apto
nas habilidades da caça e agudo em aprender todos os segredos possíveis, não vivia sua vida
conforme um caçador. Àyònù contou sua história para o amigo caçador. O amigo era Erínlè mas ele
não o conhecia pelo nome porque os caçadores não mencionam nomes no mato para não serem
afetados por nenhum dos espíritos animais. Caçadores referem-se uns aos outros simplesmente
como Àwé. Erínlè, por seu turno, contou para Àyònù sobre sua casa, um palácio que ele tinha
embaixo da terra. Ele golpeou o chão com a palma de sua mão, a terra abriu-se e os dois
desceram para o palácio subterrâneo. Erínlè tinha estado caçando por um longo tempo e, assim,
ele decidiu fazer um pacto com Àyònù. Erínlè prometeu para Àyònù um nova coroa para
recompensá-lo pelo título que ele havia perdido em sua terra natal. Ele disse para Àyònù que, por
tanto tempo quanto ele continuasse a lhe trazer comida de caça, ele o compensaria com um título
novo. Erínlè também prometeu que a guerra nunca afetaria o reino dele. Erínlè e Àyònù
consolidaram seu pacto e Erínlè retirou-se para seu palácio na terra. Ele disse para Àyònù que se
ele precisasse dele novamente deveria chamá-lo golpeando a terra com a palma da sua mão.
Àyònù nunca mais viu seu amigo novamente. Àyònù construiu sua casa lá e logo outros caçadores
vieram viver com ele, seguidos por fazendeiros. Uma cidade tinha sido estabelecida e eles
consultaram Ifá. Os adivinhos lançaram Òkànràn Ogbè e Òrúnmìlà disse: ire! Desde esta época a
cidade de Ìlobùú nunca foi invadida ou afligida por guerra, mesmo durante o tumultuoso século
dezenove, marcado por muitos anos de conflitos civis na Yorùbáland.

sábado, 15 de setembro de 2012

Oyá Ìgbàlè – O Mito






Oyá Ìgbàlè – O Mito

Eèpàrìpàà! Odò ìyá

Esse post sobre Oyá serve também para desmistificar de vez a palavra Ìgbàlè e dar valor a essência da liturgia de Oyá e seus caminhos, dando-lhe a verdadeira conotação e entendimento litúgico.

Para um melhor entendimento e compreensão deste caminho de Oya, julgo necessário obter o devido conhecimento da palavra Ìgbàlè.

A palavra Ìgbàlè significa – pequena mata, lugar sagrado; tem a conotação de “A Floresta Sagrada dos Egúngun” ou “O Bosque Sagrado dos Ancestrais”. O mito relata que:

“..Em épocas muito remotas, havia na cidade do Oyo um fazendeiro chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos para que colhessem os inhames e os armazenassem, mas que não comessem um tipo especial de inhame chamado ihobia, pois ele deixava as pessoas com uma terrível sede. Seus filhos ignoraram o aviso e o comeram em demasia. Depois, beberam muita água e, um a um, acabaram todos morrendo.

Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa. Desesperado, correu ao Babalawo, que consultou o oráculo de Ifá. O sacerdote indicou que, após o l7º dia fosse ao ribeirão do bosque e executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada atori e fazer um “bastão de invocação” do qual deveria ser denominado de isan. Na margem do ribeirão, deveria bater com o bastão na terra e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na terceira vez eles apareceriam. Mas ele também não poderia esquecer de antes fazer certos sacrifícios e oferendas.

Assim ele o fez; seus filhos apareceram. Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então preciso cobri-los para que as pessoas pudessem vê-los sem se assustarem. Pediu que seus filhos ficassem na floresta e voltou à cidade. Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram roupas para ele vestir seus filhos.

Deste dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos as outras pessoas; as belas roupas que eles ganharam escondiam perfeitamente suas condições de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em um buraco feito na terra pelo seu pai, deveria ser “acomodado” os fundamentos do culto e denominado de ojúbo – Altar, no mesmo local do primeiro encontro, ou seja no Igbó Ìgbàlè, ali seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e onde as roupas deveriam permanecer guardadas, para que eles as vestissem quando o pai os chamasse através do ritual do bastão.

Seguindo o pacto e as instruções do Babalawo, de que sempre que os filhos morressem fosse realizado o ritual após o l7º dia, pais e filhos para sempre se encontraram. E, para os filhos que ainda não tiverem roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer…”

Assim sendo, poderia interpretarmos Oya Ìgbàlè como “A Senhora da Floresta Sagrada dos Ancestrais”.

Se um dos atributos de Oya em sua pura essência é o “Espírito do Vento”, neste caminho ela é denominada de “O Vento da Morte, A Regente do Vento Invisível dos Egúngun” Oya Ìgbàlè é a divindade que Olódúmarè outorgou o direito de controlar os espíritos dos seres humanos quando desencarnados. Ela tem que assegurar que nosso espírito, de uma forma ou de outra, não seja prejudicado nesta “transição” tão delicada. Esta transição esta sub-dividida em 9 etapas: leito de morte, velório, caminho do cemitério, porta do cemitério, caminho da sepultura, sepultura, ritos fúnebres, despacho do carrego e o caminho para o além; e caso este espírito tenha que regressar ao mundo dos vivos, para solucionarmos alguma pendência, novamente deverá ser acompanhado por Oya Ìgbàlè.

Há tradicionalista modernos quem diga que o conhecido Déjà Vu a esta divindade pertence.

Oduleke foi o primeiro caçador a receber os ritos do Asese, celebrado por Oya Ìgbàlè. Até então este rito era somente destinados aos caçadores, para somente depois ser designado a todos os iniciados e consagrados ao Culto do Òrìsà e Egún.

Uma de suas principais características, esta em sua lealdade para com seus seguidores. Quando Oya Ìgbàlè acompanha seus seguidores em uma batalha, invoca seu poderoso exército de Egúngun liderado por um dos mais temíveis Ancestrais – Baba Ajimuda. Os mitos relatam que nesta batalha Oya Ìgbàlè cobre o rosto com uma mascara para ocultar a face da destruição. Na diáspora, esta mascara foi substituída pela pintura de efun do qual cobre por completo o rosto de Oya Ìgbàlè e que ninguém deve dirigir o olhar diretamente a ela, mesmo que esta cerimônia seja realizada no escuro.

No Novo Mundo Oya Ìgbàlè passa a morar no Ile Awo – A casa do Segredo, mas especificamente no Ile Sanyin ou popularmente conhecido com Lesanyin quando cultuada no Culto de Lese Egún e no Ile Ibo Aku quando cultuada em Lese Òrìsà. Suas representação materiais e seus atributos diferem de um lugar para outro, porém seu maior segredo se mantem em igualdade em ambos os cultos. Entre tantos outros o que mais diferencia seus assentamentos, são a presença de uma ossada retirada do corpo de um animal, do qual deverá ser prepara e consagrada para determinadas funções. Sabemos que o osso representa a morte, a representação de um ser que em outrora vivera.

Oya é evocada para para Proteção contra ataques de perversos ou Iku-Egun, atrair Amores, fertilidade na esterilidade, saúde das trompas, vendas de todos os tipos, Melhorias no comércio, movimento de comercio, atrair clientes, tomar iniciativa, Faxina espiritual, varrer os espíritos perversos.

YANLE – banquete de Oya

Ewure , Etu , Adiyé , Aparo, Adaba, Agbado cozido e pilado, Egbo cozido e pilado, Akara, Ipanu (Caramelos com gengibre), Ekò pupa, Ekuru pupa, Ibakan , Olele, Obi abata com Osun, Orogbo com Osun, Epo em quantidade, Oyin, etc.

Tabu: Agutan (carneiro), a fumaça, o Adin, a todos os Egusi (abobora, melão, melancia, cabaças).

Oyà sempre dá uma parte do sacrifico para Sango e Egungun, mas quando houver sacrifício.

(Por Babá Guido – Okitalande)

Mãe Cotinha de Yèwá







YÈWÁ TUDO SABE E TUDO VÊ!

Mãe Cotinha de Yèwá representou a 4° geração da Casa de Òsùmàrè, sendo a primeira mulher a assumir o maior posto hierárquico do Terreiro. Ela escreveu com letras garrafais seu nome na história do candomblé da Bahia. Sentou ao trono ainda jovem, em 1927, com 37 anos de idade. Governou o terreiro de Oxumarê por 21 anos, sob a orientação de Yèwá até o dia em que veio a falecer, em 21 de junho de 1948.

Os antigos relatam que Mãe Cotinha era muito tímida e não gostava de dar ordens. Estas características que a distinguiam foram responsáveis por Yèwá, muitas vezes, assumir a direção da Casa. Era a própria divindade que transmitia os ensinamentos, educava as filhas de santo conforme as tradições e costumes do candomblé. Era ela também quem aplicava as correções necessárias, quando eram violados os princípios religiosos da Casa de Oxumarê.

Nada acontecia sem ser visto pelos olhos de Yèwá, que tomava conta de cada detalhe da casa de Oxumarê. Ela prezava pela seriedade, e, nos momentos que eram preparadas as oferendas para servir os orixás, não permitia nenhum tipo de conversa, muito pelo contrário, cânticos para louvar as divindades eram por ela entoados, e, com muita alegria, respondidos por todos, ao tempo em que eram realizadas as funções internas.

Cada um tinha a sua função, as filhas de santo pertencentes a orixás femininos executavam tarefas mais delicadas como cuidar do preparo das comidas, lavar as louças, limpar e decorar a Casa etc… Enquanto as filhas de Orixás masculinos buscavam a lenha, iam até a fonte buscar água para realização de todos os afazeres, colhiam os grãos na horta, etc.

Yèwá era quem designava as tarefas para as filhas de santo de Mãe Cotinha, que realizavam os deveres em perfeita harmonia.

pesquisa: site www.cadadeoxumare.com

Sem Ebó não há Candomblé.






Sem Ebó não há Candomblé.

 por Fernando D'Osogiyan


Sem Ebó não há Candomblé.

Ègbé, acho tão importante este tema que resolvi republicá-lo acrescentando mais informações e ratificando a importância de um Ebó em nossas vidas.

Será que todos sabem o que é um Ebó e suas inúmeras finalidades, e aí pergunto: para que serve o Ebó?

É importantíssimo esse entendimento para quem estuda, pratica e vive o Orixá.Tomar e restituir, propiciar redistribuindo, reequilibrar reestabelecendo uma sintonia com o Axé.

*”…Insistimos muitas vezes-diz Juana Elbein- que toda dinâmica do sistema Nagô está centrada em torno do ebó, da oferenda. O sacrifício em toda sua vasta gama de propósitos e modelidades… É a devolução que permite a multiplicação e o crescimento, Tudo aquilo que existe de forma individualizada deverá restituir tudo que o filho protótipo [Exú] devorou…Cada indivíduo está constituído, acompanhado por seu Exú individual, elemento que permitiu seu nascimento, desenvolvimento ulterior e multiplicação; para que ele possa cumprir seu ciclo de existência harmoniosamente, deverá imprescindivelmente restituir, através de oferendas, os “alimentos”, o Axé devorado real ou metaforicamente por seu princípio de vida individualizada. É como se um processo vital equilibrado, impulsionado e controlado por Exú, fosse baseado na absorção e na restituição constantes de matéria…”*

Respondemos inúmeras perguntas sobre qualidades de Orixás, fundamentos, lendas, feituras, borís, axés,sonhos, procuramos desmestificar e dar coragem ao leitor de interagir e familiarizar-se com essa cultura, porém, sem ebó não teremos religião e essa pergunta ninguém fez: Preciso fazer ebó para tomar um Obí? Eborí? Assentar um Oríxá? Iniciação? Como saber qual ebó devo fazer? Por que tenho que fazer ebó? Quando fazer o ebó?

Em primeiro lugar precisamos acreditar no Ebó e na Iyá ou Babálorixá que prescreveu o Ebó e, principalmente entende-lo, pelo menos ter um caminho de entendimento. Ter a prova concreta de ter feito o ebó e ter melhorado, ou ter se livrado de um perigo, amenizado um situação de queda geral, de acidente, de perigo, de perda, de injustiça, de doença, de mal agouro, de egun, de demanda, de negatividade, etc, etc.

Existem ebós positivos e negativos, aqueles que se dão caminho e os que não se dão caminho, ebós de odú, ebós de Folhas,ebós que são presenteados,èjè, opé àti ìdàpò, ètùtù,ebó Ojú kòríbi, Owaji, Osun, Efun, Yrosún, ebó ayè pínùm,ebó ìpilè,ebó catimbó,ebó ancestral, ebós de Exú, Ikú, Egun, Ebós de carrego, Ebós de Axexê,Ebó Ajeum,kizilas/Ewós, Ebó de Ori Ejó, Ebós de Kamburukú, Fatolú, Ebós de Osé, Ebós de Abikú, Ebó Omim, Ebós de prosperidade,ebó de troca, ebós de lua, sol, chuva, tempo, ebós da madrugada, leiú, ebós de rua de todos os tipos, ebó de cachoeira, rio, mar,cemitério, hospital, banco, praça, delegacia,empresas, igreja,mato, dentro do buraco, na montanha, ebós contra vícios, roubo e ebós e tantos ebós de limpeza e preparação até para abrir um jogo de búzios, ebós para chegar e para sair, pra viver, pra morrer,para mil outras finalidades. Os efuns no iyawo é um ebó de proteção de suma importância contra as eleyes.

Ary Carvalho**
Juana Elbein*

Fernando D’Osogiyan

Nem todos têm caminho para o sacerdócio.









Nem todos têm caminho para o sacerdócio.

A formação do Sacerdote de culto de òrìsá e longa e penosa.

As noites, as histórias contadas e guardadas, os ensinamentos passados e as duras lições das madrugadas frias ou abafadas.

As indagações, a insegurança e o verdadeiro clamor pela fé.

A sabedoria, o conhecimento e a sensibilidade, advêm de saber muito mais ouvir do que falar, o precioso silencio, o saber que na hora exata tudo se mostrará, faz de figuras ímpares os verdadeiros disseminadores do amor e da fé de nosso culto maravilhoso, explendoroso e mágico.

Não basta a vontade, tem que ter ‘tombo’, ser o escolhido e ser verdadeiramente “verdadeiro” em seus propósitos.

Ser sacerdote é calar, admirar e adorar quando se está diante de uma divindade.

Diz um itan:

Foram os Babalawo que fizeram a adivinhação.

Quando Ómósile veio para à Terra, foi consultar com os Babalawo para saber qual deveria ser a sua profissão para ter uma vida prospera.

Eles lhe disseram que deveria se dedicar ao mercado.

E que somente rendesse culto às divindades, sem exercer o sacerdócio.

Ao chegar ao Mundo, Òmósile esqueceu-se do mercado e iniciou-se no culto aos Orisa.

Sem ter os devidos conhecimentos, abriu seu próprio templo sem fazer os ritos nem os ebo necesários.

Começou em pouco tempo a trabalhar com a religião e a iniciar outros.

Èsù, olhando que o templo feito por Ómósile não tinha a permissão das divindades, fez mexerico entre alguns seguidores de outro culto, dizendo que Òmósile fazia bruxaria para eles.

Avisados por Èsù, foram pela noite até o templo de Ómósile e atearam fogo.

Ao outro dia, quando Ómósile chegou e olhou tudo queimado, foi para a adivinhação.

Os Babalawo disseram que deveria esquecer-se da religião, pois não era seu caminho, pois deveria ser comerciante e apenas render culto às divindades sem exercer o sacerdócio.

Lhes aconselhou que fizesse ebó para achar o caminho da  prosperidade.

Ele fez o ebó.

Ao tempo, sua vida mudou para melhor e começou a prosperar com as vendas.

Casou e teve muitos filhos.

Ele cantou e dançou em louvor aos Babalawos que fizeram a adivinhação.

“Nem todos tem caminho para o sacerdócio.”

Sabedoria celeste.

Por: Bàbá Osvaldo ómó Obàtálá.

Por que não devemos comer caranguejo?




 Por que não devemos comer caranguejo?? 
   
  por Da Ilha



Este itan nos remete a importancia de não trairmos as divindades, não jurar em vão, não falsear com as palavras.

Devemos ser corretos e transparentes em nossas atitudes. Você que ainda não se iniciou e pretende se iniciar saiba que iniciar para o òrìsá é re-iniciar, é cuidar de suas maneiras é ganhar uma nova oportunidade.

A oferta de Olodunmarè é generosa. Re inicie-se, dê uma nova chance a sua vida.



Como o caranguejo ficou sem a cabeça.

Quando o mundo foi criado, nenhum animal possuía cabeça.

Entretanto, Olofin havia prometido que um dia, todos seriam aquinhoados com cabeças, mas, como se tratasse de um número muito grande de pretendentes, não havia previsão de data para a entrega. A verdade é que todos andavam muito ansiosos pelo momento de poderem desfilar exibindo belas cabeças, dotadas, segundo se dizia, de olhos, boca, orelhas e tudo o mais que compõe uma boa e verdadeira cabeça.

Naquela época o caranguejo era um bom adivinho e vivia desta atividade. Todos os bichos da região eram seus clientes e ele orgulhava-se de jamais haver falhado numa previsão.

Caranguejo cultuava Esù, de quem era muito íntimo e com quem dividia, de bom grado, tudo o que recebia na sua função de adivinho. Desta forma, mantinha-se sempre, muito bem informado de tudo o que acontecia, tanto no Aye, quanto no Orun.

Sabemos, com certeza, que era Esù quem sustentava o dom de adivinhar do caranguejo.

Um belo dia, logo pela manhã, Esù foi à casa do amigo para lhe dar, em primeira mão, a grande e tão esperada notícia: no dia seguinte Olodumare, que já não agüentava mais tanta reclamação, distribuiria cabeças entre os animais. Havia, no entanto, um pequeno problema: o número de cabeças existentes não era suficiente para atender a demanda toda e, por este motivo, aqueles que chegassem por último ao Orun, continuariam acéfalos.

 “Não contes a ninguém o que te estou revelando. Trata de chegar primeiro e assim poderás escolher a melhor cabeça que estiver disponível. Depois podes espalhar a notícia entre todos”.

Disse Esù ao caranguejo.

Ora, como já sabemos, o caranguejo zelava muito bem por sua fama de adivinho e assim, não se sabe se por força de ofício ou por simples vaidade, logo que Esù foi embora, saiu batendo de porta em porta, espalhando a boa nova e sendo por isto, muito bem recompensado pelos vizinhos.

Atrapalhado com tantos presentes, caminhava cada vez mais lentamente, mas não parou até que o último dos bichos tivesse sido avisado.

Os animais, logo que sabiam da novidade, abandonavam o que quer que estejam fazendo e corriam para o Orun, em cuja porta já se havia formado uma imensa fila.

A confusão era tão grande que  filas foram formadas para que a ordem de chegada fosse respeitada, já que alguns retardatários, usando de força, tentavam furar a fila.

Somente depois de voltar à sua casa, onde guardou os presentes que havia recebido em troca da informação, é que o caranguejo, após tomar um bom banho, dispôs-se a ir buscar sua própria cabeça.

Contudo, quando finalmente chegou ao Orun, era tarde demais, não existia mais uma cabeça sequer e, desta forma, por não saber guardar segredo, nosso herói ficou privado de adquirir uma cabeça.

Zangado e decepcionado com a atitude do amigo, Esù negou-se, para sempre, a ajudá-lo no ofício de adivinho e desmoralizado e triste, o caranguejo internou-se no pântano onde vive até hoje enterrado na lama e… Sem cabeça, é claro!

Diante deste Itan, acredito que o maior motivo de todos nós não podermos comer caranguejo, é exatamente porque o caranguejo cometeu um interdito com Èsú, traindo sua confiança.
 by  Da Ilha

sábado, 18 de agosto de 2012

FALANDO DOS ORIXÁS.....




Sobre as Qualidades de Orixas"
Existe sem duvida no Brasil uma questão muito polêmica sobre as multiplicidades dos orisas chamada por todos de qualidade de orisa
Para melhor entendimento é que na África não há qualidade de orisa; ou seja, em cada região cultua-se um determinado orisa que é considerado ancestral dessa região e, alguns orisas por sua importância acaba sendo conhecido em vários lugares como é o caso de Sàngó, Orumila, etc.
É de se saber que Esu é cultuado em todo território africano, da forma que  Osun da cidade de Osogbo é Osun Osogbo, da região de Iponda é a Osun de Iponda, Ogún da região de Ire é Ogún de Ire (Onire: chefe de ire), do estado de Ondo é Ogún de Ondo,etc. Na época do tráfico de escravos veio para o Brasil diversas etnias

Ijesas, Oyos, Ibos, Ketus,etc e cada qual trouxe seus costumes juntos com seus orisas digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de
informações entre eles cada sacerdote ou quem entendia de um determinado orisa trocaram fundamentos e a partir daí surgem todos esses aspectos, e essa quantidade de orisa presente aqui no Brasil, sendo que o orisa é o mesmo com origens diferenciadas.
É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais por exemplo Oyá Petu tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu, isso nada mais é, que uma passagem do mesmo orisa por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país nãohá esse feijão portanto foi substituído por um grão semelhante e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho.
Outro exemplo de orisa transformado em qualidade no Brasil é Osun kare, Kare é uma louvação à Osun quando se diz: Kare o Osun! A palavra kare também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é Osun kare, e por vai surgindo desordenadamente essa quantidade de orisa aqui no Brasil. Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens diversas etnias que num determinado local algumas pessoas diria que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, e serão diversos orisas cultuados num mesmo rio por diversas etnias com pequenas particularidades. Isso acontece com todos orisas e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinação de seus sacerdotes quer por viajens comercias ou por guerras intertribais sempre espalharam seus orisas em outras regiões.
Outro fato interessante é títulos que algumas divindades possuem e foram transformadas em qualidades, por exemplo Ossosi akeran, akeran é um titulo de um determinado caçador (ancestral) com isso vamos na próxima edição analisar esses fatos e informar todas qualidades de orisa da nação keto que o sacerdote pode ou não mexer de acordo com o conhecimento de cada um, pois o nosso dever é informar sem a pretensão de nunca ser o dono da verdade Na próxima edição vamos diferenciar, títulos de nomes de cidades, nomes tirados de cânticos que as pessoas insistem em dizer que é qualidade de orisa.

Sobre a multiplicidade dos orisa. 
Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes. Já sabemos que os orisa são venerados com outros nomes em regiões diferentes como: Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), isso torna o culto diferente. Temos também o segundo nome designando seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orisa com outros nomes referentes as suas realizações como Ogun Mejeje refere-se as lutas contra as 7 cidades antes dele invadir Ire, Iya Ori a versão de Iyemanja como dona das cabeças, etc. Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orisas aqui no Brasil.

Vamos começar com Esu o primogênito orisa criado por Olorun de matéria do planeta segundo sua mitologia, ele possui a função de executor, observador, mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui que são epítetos e nomes de cidades onde há seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento de seu assentamento, ritual especifico e odu do dia. Não será escrito na grafia Yoruba para melhor entendimento do leitor.

Oba Iangui : o primeiro, foi dividido em varias partes segundo seus mito.

Agba: o ancestral, epíteto referente a sua antiguidade.

Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.

Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o movimento que esu faz quando se move do jeito de um furacão.

Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.

Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.

Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orita e ao sistema divinatório.

Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.

Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em Ijelu.

Ina: quando e invocado na cerimônia do ipade regulamentando o ritual.

Ona: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros o tem, seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso.

Ojise: com essa invocação ele fará sua função de mensageiro.

Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.

Elegbo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.

Ajonan: tinha seu culto forte na antiga região Ijesa.

Maleke: o mesmo citado acima.

Lodo: senhor dos rios, função delicada dado a conflitos de elementos

Loko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.

Ogiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.

Enugbarijo: nessa forma esu passa a falar em nome de todos os orisas.

Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.

Eledu: estabelece seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.

Olobe: domina a faca e objetos de corte é comum assenta-lo para pessoas que possuem posto de Asogun.

Woro: vem da cidade do mesmo nome.

Marabo: aspecto de esu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente, Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.

Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orisa pode ser soroke.


Ogún, Òsòósí e Ode lembrando que nem todos caçadores tomaram o titulo de Òsòósí e, na África, Òsòósí em certas regiões é feminino tomando o aspecto masculino no antigo reino de Ketu. Ode que dizer caçador, porém, nem todos Ode's são Òsòósí; Ijibu Ode, Ikija, Agbeokuta, são alguns lugares onde houve seu culto, pois seu culto, expandiu-se mesmo aqui no Brasil onde ele é lembrado como rei de Ketu, Ogún em outro aspecto foi chefe dos caçadores (Olode) entregando essa função mais tarde para seu irmão caçula Òsòósí para partir em buscas de suas inúmeras batalhas.
Já em certas mitologias o caçador passa a ser sua esposa Òsòósí L`Obirin Ogun, ou seja, Òsòósí é a esposa de Ogún, segundo o verso desse mito.
Isso afirma o chamado enredo de santo aqui no Brasil quando se diz que para assentar Òsòósí temos que assentar Ogún e vice versa. Era costume africano quando os caçadores tinham que partir em busca de suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo, de òrìsà secundário na África Òsòósí, passou a uma condição importantíssima no Brasil sendo òrìsà patrono da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do asesé, alguns cânticos fazem alusão a essa condição: Ode lo bi wa, ou seja, o caçador nos trouxe ao mundo. Eis alguns nomes de Ogún/Òsòósí/Ode conhecidos, sobretudo no Brasil e seus aspectos, características, origem e particularidades:

Ogún Olode: epíteto do òrìsà destacando sua condição de chefe dos caçadores.

Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um de seus mitos o liga a Osagìyán e Ìyémojá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.

Ogún Meje: aspecto do òrìsà lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi.

Ogun Waris: nessa condição o òrìsà se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.

Ogún Onire: Quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.

Ogún Masa: Um dos nomes bastante comum do òrìsà, segundo os antigos é um aspecto benéfico do òrìsà quando assim ele se apresenta.

Ogun Soroke: apenas um apelido que Ogún ganhou devido a sua condição extrovertida, soro = falar, ke= mais alto. Nossa historia registra o porque o
chamam assim.

Ogún Alagbede: nesse aspecto o òrìsà assume o papel de pai do caçador e esposo de Ìyémojá Ogunte (uma outra versão de Ìyémojá) segundo um de seus inúmeros mitos.

Há vários nomes de Ogún fazendo alusão a cidade onde houve seu culto como Ogún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O òrìsà possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha suas particularidades e costumes.

Ode/Ososi.

Há uma síntese sobre esse orisa na edição anterior, eis então suas várias formas de se apresentar:

Ososi akeran = um titulo do orisa;

Ososi Nikati = um de seus nomes;

Ososi Golomi = um de seus nomes;

Ososi Fomi = um de seus nomes;

Ososi Ibo = um de seus mitos o liga a Ossaniyn;

Ososi Onipapo = um dos antigos, tem culto a mais de um século no país;

Ososi Orisambo = possui seu assentamento diferente dos demais;

Ososi Esewi/Esewe = seu mito o liga a Ossaniyn e as vezes a Osala segundo os "antigos";

Osossi Arole = uns de seus epítetos;

Ososi Obaunlu = segundo registro há um assentamento deste orisa aqui no Brasil desde 1616 no ase de D.

Olga de alaketu, é considerado o patrono de ketu;

Ososi Beno = um dos mais antigos, detalhe tem assento aqui em São Paulo, cidade considerada emergente para tradições do candomblé Keto, com poucas casas antigas.

Ososi DanaDana = aquele que ateou fogo ou roubou, um epíteto dos mais perigosos dado ao caçador.

Ode Wawa = epíteto do caçador;não se tem notícia do seu culto no Brasil;

Ode Wale = epíteto do caçador, não se tem notícia de seu culto no Brasil;

Ode Oregbeule = é um Irunmale, portanto acima do orisa foi um dos companheiros de Odudua em sua chegada na terra segundo sua mitologia;

Ode Otin = outro caçador confundido com Ossosi, sua lenda o identifica ora como uma caçadora ora como um caçador, contudo sua ligação com Ossosi é fato, Otin se apresenta sempre junto com ele a ponto de confundi-los;

Ode Karo = um do caçadores que também mora as margens de um rio é irmão de Igidinile.

Ode Ologunede = o chefe de guerra de Ede, titulo ganhado quando seu pai o entregou aos cuidados de Ogún;

Olo = senhor, gun = guerra, Ede = um lugar na áfrica.É filho de um outro caçador chamado Erinle tendo como mãe Osún Iponda. O posto de asogun, a priori, surge desse mito que o liga a Ogún companheiro de seu pai.

Possui outros nomes como Omo Alade, ou seja, o príncipe coroado. Não há qualidades de Logun como acreditam alguns tais como locibain, aro aro, etc., são apenas nomes tirados de cânticos, aliás aro quer dizer tanta coisa menos nome de orisa. O nome Ibain é de um outro caçador homenageado nos cânticos de Ologun, esse caçador inclusive é o verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto. Oba L`Oge é um outro nome para esse orisa. É da região de Ijesa;

Ode Erinle = outro caçador confundido com Osossi no Brasil. Seu assento é completamente diferente dos demais, pois Erinle ou Inle é um orisa do rio do mesmo nome, o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara. Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira, seu culto antecede o de Ossayn, o pássaro os representam. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Ossosi.Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. Ode Otin se apresenta como sua filha, às vezes e ai é representado por uma enguia. Ainda temos Boiko como seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil o ligam a Osún e a Iyemanja pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala, Erinle é um orisa andrógino e considerado o mais belo dos caçadores;

Ode Ibualama = uma outra versão para Erinle quando ele se apresenta mais ao fundo do rio, há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. Aliás há vários templos mas todos são de um orisa só: Erinle nessa situação o caçador traça um outro caminho e pactua seus mitos com Omolu, Osumare, Nana,etc. A montagem de seu Igba (cuia) também difere de um simples alguidar com um ofa para cima como é comum as pessoas não esclarecidas assim fazer.


Ossaniyn, Omolu, Oluaye, Osumare, Nanan e Iroko.

Ossaniyn = Também chamado Baba Ewe, Asiba, que são epítetos do orisa. Possui seu próprio sistema divinatório; o orisa exerce suas funções interligadas a Esu composto ao mesmo tempo em que ele. Kosi ewe, kosi orisa: Sem folhas, sem orisa.

Osumare = Chamado Araka seu epíteto. É o orisa do arco-íris e da transformação, não deve ser confundido com o vodun Becem que se apresenta como Dangbe, Bafun, Danwedo todos da família Danbira e cultuados em outra nação.

Omolu / Obaluaye = É como se apresenta o orisa sapata transmutando-se para formas conhecidas tais como: Agoro, Telu, Azaoni, Jagun, Possun, Arawe, Ajunsun, Afoman, etc, cada qual com suas particularidades.

Nanan = apresenta-se nas formas conhecidas como: Iyabahin, Salare, Buruku, Asainan, sem culto no Brasil. É sempre bom lembrar que muitos nomes são de lugares onde se cultua o orisa. Por exemplo: Ajunsun é o Rei de Savalu, assim como Dangbe é o Rei do Gege, portanto são nomes que dão origem as suas formas. :

Iroko = orisa da gameleira (no Brasil), controla a hemorragia humana.


Iyabas  são os orisá feminino.

Oba = orisa guerreira é única em seu aspecto.

Iyewá = orisa guerreira única em seu aspecto.

Osún Opara = a orisa se apresenta jovem e guerreira.

Osún Iponda = jovem e guerreira, da cidade de Iponda.

Osún Ajagura = jovem e guerreira, nação nagô - Oyo, Pernambuco.

Osún Aboto = aspecto maduro da orisa.

Osún Ijimun = aspecto idosa e dada as feitiçarias, ligação com Iami Eleye.

Osún Iberin = aspecto maduro da orisa, nessa forma não desce nas cabeças.

Osún Ipetu = aspecto maduro da orisa.

Osún Ikole = seu mito a liga a Iemanjá e Ode Erinle, transformou-se numa ave.

Osún Popolokun = Conta os antigos que não vem mais, será?.

Osún Osogbo = ela deu oringem ao nome da cidade de Osogbo.

Osún Ioke = Se apresenta como caçadora.

Osún Kare = Um de seus títulos, Kare tem seu próprio nome que poucos conhecem.

Iyeyeo Ominibu = epíteto da Osún.

Iyemoja Ogunte = orisa se apresenta jovem e guerreira.

Iyemoja Iyasesu = assume a maternidade de Sàngó é ranzinza e respeitável.

Iyemoja Saba = uma das formas da mãe.

Iyemoja Maleleo = não se obteve noticias desse aspecto no Brasil.

Iyemoja konla = seu mito conta que ela afoga os pescadores.

Iyemoja Ataramaba = Nessa forma ela está no colo de sua mãe olokun.

Iyemoja Ogunde = aspecto da orisa cultuado no Nagô em Pernambuco.

Iyemoja Iyá Ori = nessa forma ela assume todas as cabeças mortais.

Iyamase = forma de quando ela é definitivamente mãe de Sàngó.

Iyemoja Araseyn = fuxico com Ossayn.

Oyá Leseyen = uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.

Oyá Egunita = orisa Igbale.

Oyá Foman = orisa Igbale.

Oyá Ate Oju = orisa Igbale aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.

Oyá Tope = uma de suas formas.

Oyá Mesan = um de seus epítetos.

Oyá Onira = rainha da cidade de Ira.

Oyá Logunere = uma de suas formas.

Oyá Agangbele = esse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.

Oyá petu = nesse aspecto ela convive com Sàngó.

Oyá Arira = uma de suas formas.

Oyá Ogaraju = uma das mais antigas no Brasil.

Oyá Doluo = eró ossayn; culto Nagô.

Oyá Kodun = eró com Osaguian.

Oyá Bamila = eró Olufon.

Oyá Kedimolu = eró Osumare = Omolu.
Texto Adaptado por Ifatolá