sábado, 15 de setembro de 2012
Sem Ebó não há Candomblé.
Sem Ebó não há Candomblé.
por Fernando D'Osogiyan
Sem Ebó não há Candomblé.
Ègbé, acho tão importante este tema que resolvi republicá-lo acrescentando mais informações e ratificando a importância de um Ebó em nossas vidas.
Será que todos sabem o que é um Ebó e suas inúmeras finalidades, e aí pergunto: para que serve o Ebó?
É importantíssimo esse entendimento para quem estuda, pratica e vive o Orixá.Tomar e restituir, propiciar redistribuindo, reequilibrar reestabelecendo uma sintonia com o Axé.
*”…Insistimos muitas vezes-diz Juana Elbein- que toda dinâmica do sistema Nagô está centrada em torno do ebó, da oferenda. O sacrifício em toda sua vasta gama de propósitos e modelidades… É a devolução que permite a multiplicação e o crescimento, Tudo aquilo que existe de forma individualizada deverá restituir tudo que o filho protótipo [Exú] devorou…Cada indivíduo está constituído, acompanhado por seu Exú individual, elemento que permitiu seu nascimento, desenvolvimento ulterior e multiplicação; para que ele possa cumprir seu ciclo de existência harmoniosamente, deverá imprescindivelmente restituir, através de oferendas, os “alimentos”, o Axé devorado real ou metaforicamente por seu princípio de vida individualizada. É como se um processo vital equilibrado, impulsionado e controlado por Exú, fosse baseado na absorção e na restituição constantes de matéria…”*
Respondemos inúmeras perguntas sobre qualidades de Orixás, fundamentos, lendas, feituras, borís, axés,sonhos, procuramos desmestificar e dar coragem ao leitor de interagir e familiarizar-se com essa cultura, porém, sem ebó não teremos religião e essa pergunta ninguém fez: Preciso fazer ebó para tomar um Obí? Eborí? Assentar um Oríxá? Iniciação? Como saber qual ebó devo fazer? Por que tenho que fazer ebó? Quando fazer o ebó?
Em primeiro lugar precisamos acreditar no Ebó e na Iyá ou Babálorixá que prescreveu o Ebó e, principalmente entende-lo, pelo menos ter um caminho de entendimento. Ter a prova concreta de ter feito o ebó e ter melhorado, ou ter se livrado de um perigo, amenizado um situação de queda geral, de acidente, de perigo, de perda, de injustiça, de doença, de mal agouro, de egun, de demanda, de negatividade, etc, etc.
Existem ebós positivos e negativos, aqueles que se dão caminho e os que não se dão caminho, ebós de odú, ebós de Folhas,ebós que são presenteados,èjè, opé àti ìdàpò, ètùtù,ebó Ojú kòríbi, Owaji, Osun, Efun, Yrosún, ebó ayè pínùm,ebó ìpilè,ebó catimbó,ebó ancestral, ebós de Exú, Ikú, Egun, Ebós de carrego, Ebós de Axexê,Ebó Ajeum,kizilas/Ewós, Ebó de Ori Ejó, Ebós de Kamburukú, Fatolú, Ebós de Osé, Ebós de Abikú, Ebó Omim, Ebós de prosperidade,ebó de troca, ebós de lua, sol, chuva, tempo, ebós da madrugada, leiú, ebós de rua de todos os tipos, ebó de cachoeira, rio, mar,cemitério, hospital, banco, praça, delegacia,empresas, igreja,mato, dentro do buraco, na montanha, ebós contra vícios, roubo e ebós e tantos ebós de limpeza e preparação até para abrir um jogo de búzios, ebós para chegar e para sair, pra viver, pra morrer,para mil outras finalidades. Os efuns no iyawo é um ebó de proteção de suma importância contra as eleyes.
Ary Carvalho**
Juana Elbein*
Fernando D’Osogiyan
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