terça-feira, 9 de novembro de 2010

OLUBAJÉ E O SAGBEJÉ

OLUBAJÉ.... E SAGBEJÉ



  LI  ESSA MATERIA EM UM BLOG E ACHEI MARAVILHOSA,POIS EXPLICOU UM ASSUNTO NO QUAL EU AINDA NÃO TINHA DESENVOLVIDO,O SAGBEJÉ....LEIAM  E APRENDAM, POIS O PODER ESTA NO CONHECIMENTO...BOA LEITURA!!!



Autor
Baba Guido



Mo Juba Baba Omorodelomi, gbogbo ègbóm ati àbúrò mi !
Visando e primando pela perpetuação do culto as divindades de Panteão Iorubá, exponho neste tópico alguma informações acerca de Obalùàiyé, Omolu e Jagun, para darmos inicio a um intercâmbio maior sobre o conhecimento desta família da qual a denomino de Iji Jepetewu ou como mais conhecida Família Ji.
SÒPÒNNÁUma das quatro principais divindades ligadas diretamente ao Igba Odù Iwa – A Cabaça dos Odu da Existência. Entre os nagô-iorubá pònná é temível e perigoso, divindade das epidemias, sobretudo a varíola, sua maior arma de punição aos malfeitores e aqueles que o desrespeitam. As altas temperaturas corpórea, seguidas de delírios, causados pela infecção das doenças contagiosas, não são mais do que sintomas da ira de pònná contra sua vitima. Quando temos alguma razão para pensar que um enfermo esteja sob a manifestação maléfica de pònná é descrito de Ilègbóná – Varíola; Ìgbóná – Febre ou até mesmo Ilè gbígbóná – Terra quente, ou seja, “a terra aonde o enfermo encontrasse está demasiadamente quente” é a presença do Deus da Varíola e precisa ser apaziguado. Neste caso os iorubás não pronunciam mais o nome Ilè gbígbóná e sim empregam um eufemismo e dizem exatamente o contrário Ilè Tutu – O solo está frio, vertendo água de dentro para fora da casa. Terrivelmente temido, seu nome não deve ser pronunciado, sobre tudo perante aos enfermos, quando invocado é mais indicado usar nomes com expressões adulatórias, como: Obalùàiyé – Rei e Senhor da terra; Olùàiyé – Senhor da terra ou Oloòde – Senhor dos espaços abertos. Quando um enfermo padece de qualquer doença contagiosa e se crê que a causa seja pònná os iorubás descrevem a situação em términos de profundo respeito a divindade. Eles dizem Ó n sin Oba – Ele está sob a vontade do Rei; Ilè gbígbóná n bá a jà – A terra quente há posto sua mão sobre ele ou a terra quente o está afetando; Ó gb' ofá ou Ofá bà á – Ele atinge sua vítima como uma flecha ou Ele foi atingido por uma flecha. pònná é descrito como Alápó – Alguém que maneja o temor e quando um enfermo morre como resultado de sua aflições, usualmente não se diz Ó kú – Ele morreu, se diz Oba mú nló – O reio o levou ou ainda Ilè gbígbóná gbé e ló – A terra quente o levou. Os mitos relatam que em dia de sol escaldante, em especial ao meio-dia, pònná está vagando por todos os lugares e comumente se alerta a não usar o vermelho ao “sol a pino” correndo o risco de insulta-lo, do qual teriam sérias conseqüências. Deve-se ter cuidado, especialmente durante a temporada de seca, de não fazer nada que o ofenda, A sòroó pè léèrùn – Alguem cujo o nome não é propicio se chamar durante a época de seca. Os antigos entendem desta forma porque as maiorias das epidemias de varíola foram constatadas em épocas de seca, além de que os iorubás crêem que pònná esta particularmente ativo em épocas de seca. pònná é considerado feroz e muitas vezes implacável, então não insultá-lo é a melhor prevenção de não ser molestado por uma divindade tão perigosa.pònná é a única divindade de que sua vontade, qualquer que seja sua manifestação, deve ser aceita, não somente com resignação senão com uma manifestação de prazer e gratidão. Por exemplo, os parentes de alguém que morre de varíola não deve se lamentar o mostrar que choram pela morte de um ente querido. Em vez disto eles devem estar alegres e felizes e mostrar que estão amplamente agradecidos pela atitude do Rei da Terra. Assim, pònná é conhecido por Alápadúpé – Alguém que mata e se agradece por isso.
Sob seu absoluto domínio está a crosta terrestre; o solo onde o homem habita, constrói, cultiva e deposita seu cadáver após a morte; ele nutre os homens dando-lhes o milho e outros grãos do solo mas também os pune fazendo com que, através de suas peles, saiam os “grãos” que eles comeram. Filho primogênito de Nã Buku ou mais conhecida no Panteão Iorubá de NãNã Buruku. Seu maior companheiro, um ancestral denominado de Ãle que habita o lado de fora de sua casa; nada o faz sem antes prestar reverencia a ele; seu nome não deve ser pronunciado após o pôr do sol. Na crença iorubá pònná é a “Destruição que surgiu em uma noite” A ecasses de informações sobre a origem do culto o mantém na obscuridade. Isso ocorreu devido ao fato deste culto ser de caráter reservado e em épocas remotas era proibido falar sobre o assunto. Acreditasse que se trata de uma divindade estrangeira, agregada ao Panteão dos Iorubás ou do retorno de origem iorubá longínqua, levadas por uma das inúmeras migrações em direção ao oeste da Nigéria e imigrações ao país vizinho a Republica Federal do Benim, antigo Dahomé. Ao pouco que se sabe, os antigos iorubás citam que pònná teria vindo do território Fon e outros que tenha retornado a suas terras de origem, o território Iorubá... Na Cidade de Ketou há divergência de opiniões quanto a origem de pònná... alguns acreditam que tenha vindo a Ketou de Dassa Zoumé, segundo alguns, de Adja Popo, segundo outros, de Aise e uma terceira opinião de Holi... Para um melhor esclarecimento, a maioria dos estudiosos afirmam que o Culto ao Deus da Varíola, tenha sido oriundo do Leste Iorubá... Fato este que poderíamos perfeitamente perguntar: Teria pònná imigrado para o antigo Dahomé ou Sakpata imigrado para a antiga Nigéria ?Para um melhor entendimento, deveremos saber que no antigo Dahomé, existe uma divindade no Panteão Ewe Fon, denominada de Sakpata, o Vodun da Varíola... A etnia Ewe Fon e conhecida popularmente no Brasil pelo término Jeje e em Cuba por Arara... Da mesma forma que Soponná seu nome não pode ser pronunciado, seus adeptos o preferem chamá-lo de Ayinon “O dono da terra”... Sakpata pertence a primeira linhagem da família de Nyohwe Ananu uma Vodun que possui característica idênticas as de NãNã Buruku... Os nomes mais conhecidos de Sakpata no Novo Mundo são Azontunu e Avimage... Segundo reza a tradição, um grupo expedicionários da região de Savalou que estavam ao norte do antigo Dahomé, encontraram os Kadjanu (nagôs vindos da região de Badagris) em Damé, as margens do rio Wèmé, os quais o seguiram até Savalou, levando com eles sua divindade protetora dos quais denominaram em língua Fon de Sakpata Agbosu... Em Savé, afirma-se que pònná teria vindo do reino de Oyo... Essa remota origem nagô-iorubá é sublinhada pelo fato de que os Vodunsi (iniciados) de Sakpata são denominados Anagonu, que significa forasteiro de onde se originou a corruptela nagô... Em Dassa Zoumé, Soponná é conhecido por Sakpata... Os Sakpatanon grã-sacerdotes do Culto à Sakpata tinham uma grande influência sobre os realeza, porém, os reis jamais tiveram muita estima pelos sacerdotes desse culto... o mesmo culto passou por momentos de aceitação e reprovação; foi restabelecido por várias vezes e em seguida proscrito formalmente, pelo soberanos do reino do Dahomé... da mesma forma que os Oluwo Ipopo, os Sakpatanon foram mortos e muitos expulsos do território do Benim...A Medicina Tradicional de se curar a varíola denominado de Èro ou Oògùn pònná era conhecido, entre os iorubás, unicamente pelos sacerdotes de pònná, que fizeram dele grande comércio e elevaram a varíola à posição de uma divindade temível. Na qualidade de representantes do “senhor e rei da terra”, os corpos e os bens das vítimas pertenciam de direito aos sacerdotes de pònná. Esses sacerdotes mantinham em suas casas, cabaças com parte do cadáveres da vítima da varíola, tais como um braço ou pé; potes contendo um líquido escuro, feito com a água extraída do cadáver ou da água que serviu para lavar o corpo, enquanto a pessoa estava viva; recipientes com um pó escuro, proveniente das escamações secas, deixadas pela varíola. Essa água ou esse pó eram jogados, durante a noite, na frente da casa das pessoas a quem se quer infectar. Os moradores ao saírem de casa, entravam em contato com os germes. Assim que uma ou mais pessoas da família se contaminasse, a erupção da pele aparece e um sacerdote de pònná é convocado. Durante o tratamento Èbè súplicas, preces eram constantemente recitadas com a finalidade de propiciar e apaziguar a fúria de pònná. De dez sacerdotes do culto, nove ajudam mais a desenvolver a doença do que interrompê-la. Era de seu interesse agir assim, além de grandes somas que recebem, eles reivindicam todos os bens do doente, caso esse venha a falecer. Esses sacerdotes inescrupulosos, retiravam os cadáveres da casa, mas não o enterravam no bosque com de costume, a não ser joga-los no mato, onde os porcos os comiam e, algumas vezes, os pedaços do corpo eram levados para as aldeias vizinhas, contribuindo para espalhar o mal. Assim os sacerdotes faziam negócios muito lucrativos. Os sacerdotes que procediam de maneira correta, conduzia o enfermo ao templo de pònná e lá os sacerdotes os lavam com areia-de-praia quente e remédios secretos. A História dos Iorubá em meados do século XVIII, relata que um surto de epidemia da varíola dizimou a população de Abeokuta. Centenas de pessoas morriam todos os dias, metade da população fora atingida. Os governantes locais realizam uma sessão e um certo número de adeptos de pònná foram executados e outros expulsos, e suas casas incendiadas. OMOLULU OROGBO Divindade que se funde ao culto de pònná mas em muitas localidades não se confunde. A região de Kétou, cidade fronteira entre a Nigéria e o Benim, é a única região em todo o território ioruba onde Obalùàiyé e Omolu são considerados, ao que parece, como uma única divindade... Seu templo é separado de sua mãe mítica NãNã Buruku... Com essa mesma característica ele é conhecido no Brasil, onde a influência Kétou é muito grande entre os descendentes de escravos que para lá foram levados. Em Ile Ife não existe culto à Omolu e muitos ali o desconhecem. Contrário na região Mahi, onde seu culto se destinge totalmente de Obalùàiyé.... ao que se sabe, seu culto se originou do Oeste Iorubá...A tradição local da Cidade de Topli, no Togo, Omolulu Orogbo é considerado uma divindade feminina, que saiu das água segurando um sasara emblema ritualístico e em uma das mãos e um gbada – facão na outra. Este facão é uma representação do crocodilo, animal sagrado entre as divindades dos rios... Em Abeokuta Omolu é considerado um Òrìsà feminino, onde o Culto à pònná esta proibido desde 1884, divide seu templo com NãNã Buruku e a ambas as divindade, quando se oferece sacrifícios de animais não se utilizam de facas... É possível que existam duas divindades com o mesmo nome, um de cada sexo, conforme se verá... Na cidade de Abeokuta, Omolu é chamado de Olù Odò – senhor do riacho (água) e Omolu Òrìsà omi ni – Omolu é uma divindade das águas... Esse riacho é conhecido com Odomolu o riacho de Omolu e esta localizado em direção ao poente... De suma importância mencionar, que o Templo de NãNã Buruku esta voltado em direção ao poente e neste são realizados as oferendas somente ao por do sol, da mesma forma que se pratica nos Terreiros Tradicionais da Bahia... Na Cidade de Aise, existe em seu templo uma grande lança esculpida, denominada de Oko Omolu, na qual são representados por três personagens superpostos, representando Òsumare, o próprio Omolu e Iroko... Em Dassa Zoumé Omolu é duplo, masculino segurando um facão e feminino segurando um abebe – leque e um irukere – rabo de cavalo... Seu culto foi trazido de Aja Aguna e agregado em Dassa Zoumé na época do Rei Onigbo – quarto soberano de Dassa Zoumé...Nas proximidades de Atakpamé, cidade do Togo onde existe um dos principais templos de NãNã Buruku, em uma aldeia igualmente chamada de Adja Agouna, existe um templo dedicado à Omolu Arawe uma divindade masculina... em outra aldeia da região, conhecida por Gbekon, encontra-se um templo de sua contrapartida feminina, denominada de Omolu Idji Aguna... Nesta região ambos os Omolu são divindades totalmente distintas de Soponná e o sacrifícios de animais à Omolu Arawe e Omolu Idji Aguna são realizados sem que se utilize uma faca para imolar o animal... seus interditos são o vinho de palmeira no que se diferencia de Obalùàiyé onde são ofertado este tipo de vinho... SASARA OWOO emblema ritualístico mais importante do Culto à Obalùàiyé e Omolu é denominado de Sasara-owo. Trata-se de um atado de nervuras de folhas da palmeira; revestidos de tecidos e palha da costa; ornamentados com uma grande quantidade de búzios, ostentando opulência e as mais diversas contas; onde dentro deste acomoda-se um de seus maiores enigmas, o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo. Os feixes dentro do corpo do Sasara representam coletivamente os ancestrais, os mortos contidos na terra. Devem ser confeccionados por um sacerdote altamente qualificado, preparado para manipular representações tão poderosas. Tem a finalidade de controlar os Espíritos da Terra para o seu espaço sagrado, eliminar as energias negativas da comunidade, sobretudo as doenças, proporcionando a longevidade. Nele esta o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo. Quando as doenças são liberadas do Sasara, este tem como desígnios divinos ou punição de uma comunidade no intuito de uma renovação de vida. Em algumas linhagens o Sasara de Omolu se diferencia ao utilizado por Obalùàiyé do qual contém um detalhe a mais, a ponta de uma lança em sua extremidade e suas cores são características, o preto e o branco.[Image]Wárin WarifunSasara Ile wò
Olorinjena wòWárin WarifunSasara Ile wòOlorinjena wò
Homenagear um Rei ou Superioro Sasara na casa cuida de um doente”
AJAGUN AGBAGBAAjagun ou simplesmente Jagun é uma divindade guerreira, originário de Ekiti Ifòn, pois acreditasse que seja filhos de um dos Òrìsà Funfun... ao que se sabe é considerado um Guerreiro Branco... Considerado invencíveis, por sua bravura e coragem, nunca perdeu uma batalha, o que lhe deu o título de Keledjegbe – O Guerreiro Invencível...Os mitos relatam que Ajagun Agbagba liderava um exército, afim de invadir Osogbo – Cidade da Divindade Òsun... As Ìyámi Àjé vendo os homens em direção a cidade, avisa Òsun, que de imediato consulta o oráculo de Ifá e este prescreve que deva ser realizado uma oferenda ao Òrìsà Funfun da cidade... Òsun recolhe e oferece a oferenda... com as cascas dos caracóis, Òsun prepara um pó bem fino que é acrescentado ao pó das Ìyámi Àjé... no momento da invasão as Àjé através de seu poder de Eleye lançam o pó em direção ao Guerreiro e seus seguidores, tornando-os cegos... indefesos a é poupada de seus ataques... Cego e desorientado Jagun passa a vagar sem destino até chegar em terras longinqua é acolhido por um antigo povo, onde se depara com Òsányín, que através de sua magia recupera a visão de Jagun... Ao retomar a visão este se da conta que esta na Cidade de Ijena, terras do temível Soponná... em agradecimento ao povo que lhe acolheu, Jagun passa a ser agregado a família de Obalùàiyé tornando-se um dos guardiões do culto...Importante mencionar que a cidade iorubá Ijena ou Jena foi fronteiriça com o antigo Dahomé e outrora um dos grandes centro de contacto e aculturação entre duas das maiorias etnias da África os Ewe-Fon e os Yorubá... Em território iorubá o descrevem segurando uma lança – Okò em uma das mãos e um facão – gbada na outra... sua cor predominante é o branco e seus interditos são o vinho de palmeira, cabe ressaltar que o vinho-de-palma é tabu para todas as divindades da família de Òrìsà-Nlá....Nos Terreiros Tradicionais, Jagun é acomodado em cuscuzeiras de barro branco, veste-se de branco, porta uma lança de metal branca, mas não utiliza o Àso Òdùn denominado de Azen para cobrir o corpo e não tem direito de carregar o Sasara-owó, o único entre eles que tem cânticos específicos para guerrear...CONCLUSÕES Não poderia nos tempos de hoje chegar a uma conclusão definitiva a não ser a maiores questionamentos, sobre esses diversos aspectos de Obalùàiyé, Omolu e Jagun:Duas divindades de origem diferente e pertencentes a antigos grupos culturais diferentes, divindades essas que vieram uma do leste ( pònná) e outro do Oeste (Omolu), unindo e assumindo um caráter único em Ketou ?Trata-se de uma divindade única, de origem iorubá e de origem Tapa (Nupe) mais longínqua, trazida para o oeste por uma das numerosas e antigas migrações que as tradições mencionam, e do retorno, em seguida, dessa divindade para seu ponto de partida, trazendo um novo nome, que originalmente, não passava de simples epíteto ?Seria Omolu Idji Aguna divindade feminina que saiu das águas a conhecida Yyógbáyin já que à ambos não se realizam sacrifícios com faca ?E quanto a Jagun, seria este Omolu Arawe divindade masculina, baseando-se pelo fato de ambos portarem um facão em uma de suas mãos ?A grande lança na entrada do Templo de Omolu Arawe na Cidade de Aise, não poderia ser a lança de Jagun ?Existem muitos mistérios em nossa sagrada religião que jamais serão revelados. As vezes penso que nossa religião precisasse das Areias do Tempo a mítica ampulheta que permitia viajar pelo tempo para alterar a própria linha do tempo ou trazer o que quiser de qualquer época para o presente.
Baba Guido

Editado por Baba Guido - 07 Fev 2010 às 10:46














A Cerimônia do Olùbàjé é de exclusividade do afro-brasileiro, assim como “As Quartinhas de Oxóssi”, “Os Pratos de Nàná”, “A Cabeça do Boi”, “O Cordão de Ibejí” e outras mais... Em território iorubá, não existem esses tipos de festividades e muitos dos mitos existentes em nosso país, são para justificar a sua suposta origem.
O Olùbàjé foi realizado ainda na época do Terreiro da Barroquinha, depois que a primeira ìyáwò foi iniciada e consagrada à Obalùàiyé. Este caminho de Obalùàiyé vistia-se de preto e sua palha-da-costa era de tonalidade escura, após o término da “festa” suas roupas não podiam ser guardadas a não ser queimadas. Esta cerimônia, que durava naquela época 14 dias, foi introduzida na ritualística com a finalidade de prolongar a vida, afastando as doenças e trazendo saúde a todos os membros da comunidade-terreiro.
A palavra Olùbàjé designa o ritual onde são servidos alimentos aos participantes em uma verdadeira comunhão com o Deus da Varíola. A mesma palavra, com gráfias diferentes Olùbáje nos leva a um outro significado “Senhor da Putrefação”, um dos títulos de Obalùàiyé visto que as doenças sob seu dominio fazem com que suas vitimas apodreçam ainda em vida.
Muito tem se discutido a quantidade de iguárias que devam ser oferecidas durante a cerimônia... em meu conhecimento são num total de 21 comidas, 7 de caráter publico e 14 de caráter privado, que permanecem em uma esteira dentro do Quarto de Santo. As de caráter publico são:
Feijão fradinho cozido e refogado Feijão preto cozido e refogado Milho de galinha cozido em água com sal acaça branco Milho de canjica branco cozido acarajé carne da matança cozida e refogada




















SAGBEJECerimônia afro-brasileira, onde as mulheres em um tabuleiro forrado com milho-alho estourados, das quais elas denominam de “flor do velho”, carregam o principal emblema de Obalùàiyé o Sasara-owo seus colares de conta, terra-cota, corais e búzios. Este “tabuleiro” a representação mítica desta divindade, visita sete Terreiros diferentes durante os sete dias que antecedem os Ritos do Olùbàjé. Ao chegar a cada Terreiro, este será recebido ritualisticamente onde serão entoadas orações e rezas à Obalùàiyé e Nàná. Durante este ritual, será depositado aos pés do tabuleiro, senão aos próprios pés de Obalùàiyé grãos e uma quantia em dinheiro que serão de uso exclusivo nas despesas do Olùbàjé. Cada membro do Terreiro receberá uma porção de gbùgbùrù (pipoca) e desta saberá como proceder.Interessante notar que a palavra sagbe – significa pedir esmola e a palavra je – comer; então a palavra sagbeje poderia perfeitamente ser interpretada como “pedir esmolas para comer”. Obviamente que não podemos levar a palavra “esmola” num sentido pejorativo e sim entender que há uma troca entre o homem e a divindade. Troca esta que ao darmos grãos e dinheiro para comprar “comida” para “O senhor da terra” este nos dá um de seus principais grãos que nutrem o homem – o milho. Os antigos dizem que aqueles que participam do terão vida próspera e nunca há de faltar comida em casa, pelo menos os grãos.Quando da Cerimônia do Olùbàjé este “tabuleiro” será apresentado no salão, carregado por Oya, onde será distribuído uma porção de gbùgbùrù e muitos que recebem o milho, em gratidão acabam por depositar algumas quantias em dinheiro sobre os grãos. Em algumas linhagens o sagbeje sai antes da “mesa” e em outras depois da “mesa”.Por favor não confundam o sagbeje com aquelas pessoas vestidas de baiana que ficam com uma peneira em pleno sol do meio dia, distribuindo milho de pipoca americano e arrecadando dinheiro. Este tipo de procedimento nada tem haver com a nossa ritualística.
O sabejé é o ato onde Oyá sai com o balaio de pipocas, e as pessoas vão colocando dinheiro em troca de um punhado de pipoca. Porém o sabejé é muito mais do que isso, ele significa a submissão e o sacrifício em nome do orixá, e nos dias de hoje muitas pessoas não sabem que antigamente os filhos de santo no mês de Agosto, saiam realmente as ruas para pedir dinheiro  para poder fazer o olubajé.










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