quinta-feira, 25 de agosto de 2011

UM POUCO DA ROÇA DO VENTURA [JEJE MAHIN]



Para se sentar na cadeira de gayaku da Roça do Ventura tem que ser feita (iniciada) para o vodun Sogbo, ou Azonsu (lá Azansu) ou para Gbesen, lembramos que no Ventura a gayaku é termo dado aquelas que iniciaram pelo menos 1 filho para um vodum família nagô (Ogun, Ode, Iyemoja, Osun,..., lá não se inicia Yewa, nem Oba, nem Logunede)
Bem, a fundadora foi Ludovina Pessoa, que era iniciada de Ogun (um vodum nagô) obviamente ela não era iniciada de Azonsu, nem de Sogbo e nem de Gbsen, e obviamente não se sentou no trono, tendo-se aliado a Maria de Azonsu da família de Modubi (de José Maria de Belchior, originária do Terreiro do Pinho - Hunkpame Dahomé) da roça de cima para fundar a roça de baixo empossando uma de suas filhas (de Gbesen).
A lógica é que para sentar no trono de gayaku tem que se iniciar lá um vodun nagô e ser iniciada para vodum propriamente dito, embora o conceito de vodun nago varie dentro das ramificações do jeje. Por que isso? Isso porque Gbsen é o espírito da vida e assim sendo não compactua com nada que lembre a morte, daí o uso de sempre vivas em preceitos como o gboita, do beeko (quizila) com flores dignas de se cobrir defuntos, do não estabelecer casa de egun (asen) como havia na roça de cima (de Modubi) etc.
Os mahis na realidade cultuam voduns que se relacionam diretamente com os orixás e deles tiveram origem de culto na África, e de sua região mahi. Assim comumente ouvimos sou de Sango de um filho de Sogbo e o mesmo de um filho de Aira (lembramos que sacerdotes do Benin afirmam que Sogbo é Sango.

0



Na roça de cima o termo gayaku herdado pelos modubis e pelos hoje, então descendentes, designa aquela que é dirigente de um culto voltado aos voduns de nagô (um Nagô Vodum antigo), e não necessariamente a que inicia um vodum desta família, o título foi repassado com a criação da roça de baixo. Visto que Azonsu é termo próprio da família de Modubi.
Eguns e voduns que tiveram vida terrena como os reais do Dahomey não são cultuados em Mahi, todos os antepassados da casa são saudados (ja avalu) saudando-se e ofertando-se ao vodun Ayizan, sempre à frente da casa principal conforme Ajahuto o fez em Allada.
Os voduns mahis seguem conforme os orixás nagôs, são aqueles que de alguma forma morreram, seus corpos não foram encontrados, despareceram, subiram ao céu ou pela terra, enfim se há sepultura (como a dos reis do Dahomey) não é cultuado como vodum Mahi.
 http://papoinformalpapoinformal.blogspot.com/2010/10/os-voduns-do-jeje-mahi.html

3 comentários:

Kaiala?! disse...

Só,para compreender melhor: esta senhora(luisa) da foto é do Ventura?

suami portinhal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
suami portinhal disse...

Luiza Franquelina da Rocha, nasceu em 1909 e é mais conhecida como Gayaku Luiza do Hunkpame Huntoloji, no alto da levada em cachoeira. È filha carnal do pejigan do Seja Undê. Inicialmente foi feita no ritual ketu, sendo mais tarde “refeita” no ritual jeje por Gayaku Posusi Rumaninha (Maria Romana Moreira) no candomblé do Terreiro do Bogum em 1945, na qualidade de rumbono. Gaiaku Luiza que era bisneta de africano e foi nascida e criada dentro do candomblé aonde chegou a morar dentro da Roça de Ventura. Teve contato com as velhas tias do candomblé que lhe ensinaram muita coisa. Em 1937 Gaiaku Luiza é iniciada para Oyá na nação kétou, no Ilé Ibecê Alaketu Àse Ògún Medjèdjè, do famoso Babalòrisa Manoel Cerqueira de Amorin, mais conhecido como Nezinho de Ògún, ou Nezinho da Muritiba, filho-de-santo de Mãe Menininha do Gantois. Por motivos particulares, após dois anos Gaiaku Luiza se afasta da Roça deste ilustre Babalòrisa. Foi Sinha Abali, segunda Gaiaku a governar a Roça do VENTURA, quem viu que Gaiaku Luiza deveria ser iniciada no djèdjè, nação de toda sua família, e não no Ketóu. Assim, encarrega sua irmã-de-santo Kpòsúsì Rumaninha, de sua inteira confiança, a iniciar Gaiaku Luiza no Terreiro Zòògodò Bogun Malè Hùndo, em Salvador. Em 1944 Gaiaku Luiza é iniciada na nação djèdjè sendo a terceira a compor um barco de 3 vodunsì. Seu barco foi constituído por uma Osun, um Azansú e uma Oya."D. Luiza de Oyá, mãe de muita inspiração espiritual, faleceu no dia 20 de junho de 2005, em seu templo religioso, o Húnkpámè Ayíonó Huntóloji, casa que ilustra a grandeza desta sacerdotisa tão pouco conhecida dos baianos e brasileiros. Foi-se aos 95 anos de uma vida longeva, lúcida, comunicativa, criadora e sábia. A sabedoria foi a marca principal da Gaiaku que carregava o vodum das tempestades e do silêncio mortuário, rainha do branco na ligação da terra aos céus, morada dos nossos maiorais: Oyá, conhecida também, pelos filhos do Ketu, como Iansã.Mais o que me é de saber, ela foi iniciada no BÓGUM,mais com a gaiaku do VENTURA,. PARA MELHOR RESPONDER A SUA PERGUNTA,VOU TE INDICAR O LIVRO GAIAKU LUIZA E A TRAJETÓRIA DO JEJE-MAHI NA BAHIA – MARCOS DE CARVALHO – ISBN: 8534703884 – Editora: PALLAS.

Pois sou ketu e não tenho conhecimento suficiente sobre o JEJE MAHIN. Fica na paz e bôa SORTE!

Postar um comentário