domingo, 27 de fevereiro de 2011

.FALANDO DE ODÚ

Odu quer dizer destino, signo, karma...
Olorun, o Deus Todo Poderoso, criou para este Planeta 16 odus principais, ou seja, 16 destinos possíveis. Cada um dos principais desdobra-se em 16, chamados de Omo-Odu, perfazendo um total de 256 odus. Cada um dos odus principais vai delinear uma situação, um objetivo, virtude e defeito. A Lógica desses 16 odus diz que cada um deles foi criado para dar corpo aos adjetivos bom, mau, feio, bonito, forte, fraco, triste, alegre e assim por diante, influenciando diretamente no comportamento de tudo aquilo que tem vida. Cada um deles carrega consigo um ponto de explicação determinado, assim definido:
Okanran – A Insubordinação
Eji-Okô – A Dúvida
Etá-Ogundá – A Obstinação
Irosun – A Calma
Oxé – O Brilho
Obará – A Riqueza
Odi – A Violência
Eji-Olíne – A Intranqüilidade
Ossá – A Alienação
Ofun – A Doença
Owanrin – A Pressa
Eji-Laxeborá – A Justiça
Eji-Ologbon – A Meditação
Iká-Ori - A Sabedoria
Ogbé-Ogundá – O Discernimento
Alafiá – A Paz
Os estudos sobre a Mitologia inca dizem que o 4 é o número de fixação, o número energético, o número magnético do planeta Terra. Este número multiplicado por ele mesmo, resulta 16, coincidentemente a mesma quantidade de odus principais, coincidência igual à questão da criação do mundo, segundo os nagôs. Para eles o mundo teria sido criado em 4 dias. Quatro também é a semana ioruba, ou seja, nagô, Olorun, então, teria criado quatro odus por dia, danto um total de 16, em quatro dias:
1º dia: Okanran, Eji-Okô, Etá-Ogundá e Irosun.
2º dia: Oxé, Obará, Odi, Eji-Okíle.
3º dia: Ossá, Ofun, Owanrin e Eji-Laxeborá.
4º dia: Eji-Ologbon, Iká-ori, Ogbé-Ogundá e Alafiá.
Desta iniciativa de Olorun, de criar 16 destinos possíveis, conclui-se que seu objetivo foi proporcionar personalidade a tudo a que ele mesmo deu vida, dar capacidade de comportamento a estes seres, uma vez que sabemos que tudo aquilo que tem vida, seja animal ou vegetal, tem a regência de um Odu, melhor, tem o seu destino delineado previamente.
Falamos de animais e vegetais mais confortavelmente. Deixemos por ora os minerais em compasso de espera, uma vez que os estudos sobre estes ainda não estão concluídos.
Olorun, através de suas divindades trabalhadores, de seus Arcanjos, fez o mundo. Criou a Terra, a Água, o Ar e o Fogo, os 4 elementos da Natureza (novamente confrontamo-nos como o número 4). E os elementos provenientes destes quatro elementais formaram as demais coisas vivas deste planeta.
Atribui-se a cada elemento principal quatro odus, ou seja, quatro destinos a eles ligados, que estariam assim distribuídos:
Terra – Irosun, Obará, Eji-Laxeborá e Iká-Ori.
Água – Eji-Okô, Oxé, Ossá e Eji-Ologbon
Ar – Eji-Oníle, Ofun, Ogbé-Ogundá e Alafiá.
Fogo – Okanran, Etá-Ogundá, Odi e Owanrin.
Voltamos à criação do mundo e dos odus na semana ioruba. No primeiro dia, foram criados os seguintes ogus: de Fogo (Okanran); Água (Eji-Okô); novamente o Fogo (Etá-Ogundá) e Terra (Irosun). No segundo dia Olorun criou mais quatro odus> Água (Oxé); Terra (Obará); Fogo (Odir) e Ar (Eji-Oníle). No terceiro dia foram criados os odus: Água (Ossá); Ar (Ofun); Fogo (Owanrin) e Terra (Eji-Laxeborá). No último dia, Olorun ratou da criação dos odus: Água (Eji-Ologbon); Terra (Iká-Ori); Ar (Ogbé-Ogundá) e novamente Ar (Alafiá).

A Lógica diz que cada um dos quatro odus criados por dia, corresponderia a cada um dos elementais, isto, de fato, aconteceu no segundo e terceiro dias como pode ser visto, mas houve mudanças, tanto no primeiro dia de criação, quando foram criados dois elementos Fogo, como no último dia, onde o elemento Ar aparece também duas vezes.
Por coincidência, isto veio a determinar os dois pólos de Panteão dos Orixás, onde aparecem: (a) Exu, como primeiro pólo, princípio ativo da vida, primeira chama do Universo, cujo elemento é o Fogo; e (b) Oxalá, que é o elemento último da corte dos orixás, princípio ativo da morte, o último suspiro de vida, cujo elemento é o Ar.
A Lógica da criação do mundo, segundo os sábios africanos tem, assim, bastante clareza, pois Olorun criou os odus, quatro por dia, em quatro dias, perfazendo 16 odus. Se levarmos com conta o provérbio “onde há fogo, há vida”, veremos que foi necessário a criação de dois odus ligados ao elemento Fogo, logo no primeiro dia, para que a vida tivesse força, melhor dizendo, para que o Fogo fosse o elemento de grande força de impulsão da vida. Olorun, então, deu equilíbrio de forças nos dois dias subseqüentes, criando odus ligados aos quatro elementais da natureza e, por fim, terminou no quarto dia criando os quatro odus, dois deles, entretanto, ligados ao elemento Ar, o que determinaria a força que se esvai. Explicando melhor: Ar, último suspiro de vida. Dois elementos Ar, no último dia. É o oposto da criação do primeiro dia. Se o Fogo confirma a vida, o Ar vai confirmar a morte, o fim da vida. Por este motivo é que Exu, o primeiro Orixá a ser criado, é o elemento Fogo, ligado à fecundação, ao princípio da vida, e que Oxalá, o último Orixá a ser citado, é o elemento Ar, ligado ao brando que é o luto, morte, o princípio do fim daquilo que vive.
O estudo de Odús no Brasil é restrito a alguns poucos Babalorixás e Yalorixás (Zeladores de Orixás), assim como a Oluwôs (chamados de videntes, ancião, manipuladores dos Búzios e Opelé-Ifá – que é outro tipo de oráculo). Mas com certeza, nascemos e vivemos sob a Numerologia dos Odús, sob sua influência...isso é certo!
Texto extraído do livro:
“OS ORIXÁS E O SEGREDO DA VIDA”
De Mario Cesar Barcellos
 EXPLICANDO MEU PONTO DE VISTA:  Qualquer pessoa iniciada
 tem direito ao jogo de buzius, embora aprender a jogar buzius não qualifica ninguém como sacerdote.Os caminhos da vida é que elegem os sacerdotes!...IFÁ FIXE TEUS OLHOS SOBRE MIM E ME OLHES BEM, POIS QUANDO TU FIXAS OS TEUS OLHO EM UMA PESSOA É QUE ELA É RICA. QUANDO TU FIXAS TEUS OLHOS EM UMA PESSOA É QUE ELA PROSPERA.[ TRADUÇÃO LIVRE DE UM ITAN].....A autoridade de Exú no jogo de buzius por odú é absoluta e incontestável.Ele faz a  ponte que leva as mensagens dos homens até Orummilá e dos orixás.A fala de Exú tem poder de transformação.Exú trabalha no jogo de buzius com o que é primordial aaos seres humanos : A verdade de seu destino!.Exú é promotor da harmonia e bem estar de dois mundos: o humano e o divino. É responsável pelas respostas de todos os problemas questionados aos odús.A primeira força venerada é  Exú. EXÚ --ikoda akoda- primeira estrela criada!!!!     Todo jogo de buzuis por odú tem que ter  um Exú específico arrumado para o jogo falar corretamente as revelaçóes dos odús. E XÚ GBARIJÓ: a boca coletiva dos orixás, é ele quem agiliza e mobiliza os buzius para que formem configurações ,para trazer os recados dos orixas no jogo.EXÚ OXETURÁ OU IBASSIN: mensageiro de ifá, as vezes até chamado de exú ifá, é ele que transmite o recado de Orummilá a Oxum, que transmite a Exú GBARIJÓ. OBS: Quem provoca o ruído pela queda dos buzius, deve pagar por isso, por isso que o jogo de buzius deve sempre ser cobrado, se o consulente estiver passando uma fase de total necessidade, deverá assim mesmo, colocar uma moeda nos pés de Exú, pelo fato dele ter trazido as respostas,este ato impedem que Exú prejudique o consulente, a casa ou o zelador[a]  .DESTINO PESSOAL: O ser humano tem toda a sua vida regida por odú.Este destino[odú] aloja-se na placenta,enquanto os seres humanos estão sendo gerados. Traz o destino individual de cada ser e o seu próprio orixá. O SACERDOTE OU SACERDOTIZA: A função deles é eliminar os problemas através do jogo de buzius por odú. O que conta  não é o saber teórico dos odús, mas sim investir muito nos buzius para se familiarizar com as caidas e os caminhos dos odús, trazendo com isso respostas e soluções para os problemas humanos.O que via importar, sempre, ao jogar buzius , não é a quantidades de buzius que caem sobre a mesa, mas aprecisão que é dada aos caminhos revelaods. EBÓS:  Para trabalhar com  ebós tem que se investir muito nos buzius,pois o que conta no ebó não é quantidade de elementos e sim a precisão. Os ebós trabalham três elememtos: curar, prevenir  e atrair o bem. CURAR.: Elimina a dor, a angústia, a depressão psicossomática, o consulente tem que ter a necessidade de cura.  PREVENTIVO: Porque ele protege do mal que poderá vir sobre a pessoa. ATRAÇÃO: Ele é capaz de trazer para a pessoa coisas boas, tirando os obstáculos do caminho..........A  posição que os buzius tomam ao serem lançados durante o jogo é denominado odú.Para cada posição de buzius entre o lado aberto e o fechado,o odú tem nome diferente , num total de 16, que são denominados OJÚ ODÚ---os olhos dos odús....que são os odús principais.Para cada odú um caminho, para cada caminho um itan[lenda].Os 16 odús básicos.combinan-se entre si, formando os 256 omos-odús, porém no jogo de meridilogum, o que importa são os 16 odús base, os 16 odus meji, por confirmarem duplamente os seus significados. Existe porém o 17 odú, chamado de oxeturá, ou osetuwá,este é o mais importante entre todos os buzius.É consagrado a Exú que traz respostas para o jogo. Deve estar sempre presente, mas não pode ser visto ou manipulado por outra pessoa, a não ser pelo dono do jogo.É o buzius da segurança do jogo e deve ser guardado longe de curiosos ou juntamente com o exú do jogo.Esse 17 come  junto com exú. Olorún, o Deus todo poderoso,criou para esse planeta 16 odús principais, ou seja, os 16 destinos possíveis.Cada um dos odús vai delinear uma situação, um objetivo,virtude de defeitos. A lógica desses 16 odús diz que cada um deles foi criado para dar corpo aos adjetivos bom, mau, feio, bonito,forte,fraco,triste,alegre e assim por diante,influenciando diretamente no comportamento de tudo que tem vida. Cada um carrega consigo um ponto de explicação determinado, assim definido: Okanran[1]_ a insubordinação    Eji-okô[2]_ a dúvida   Etá-ogundá[3]__ a obstinação  Yorossun[4]_a calma      Oxê[5]_o brilho   Obará[6]_a riqueza    Odi[7]_a violência   Eji-oni´le[8]_a intranquilidade    Ossà[9]_ a alienação       Ofun-[10]_a doença    Owanrin{11]_a pressa   Ejila-seborá[12]_a justiça    Ejio-logbon[13]__a meditação    Iká-ori[14]_a sabedoria   Ogbé-ogundá[15]_o discernimento     Aláfia[16]_a paz.  Olorun fez o mundo e criou a terra, a água, o ar e o fogo, os 4 elementos da natureza, e atribui-se a cada elemento principais 4 odús, ou seja, quatro destinos a eles ligados, que estariam assim distribuídos: Terra: yorossun, obará, ejila-seborá e iká-ori.  A água: eji-okô, oxê, ossá e ejio-logbon    O ar: eji-oniLe, ofun, ogbé-ogundá e aláfia     Fogo: okanran, etá-oguná, odi e owarin                       Cada orixá tem seu odú regente, contituindo dessa forma, um processo: criador/criação/produto final, e cada ser humano tem a regência de uma trinca de odús, a que chamamos de odu-ori [regente da cabeça]otun-odú [o do lado direito] e ossi-odú[do lado esquerdo], chamados de odús paridores, com essa formação, damos liga de um ponto[odú] a outro[orixá], relacionando uns com os outros e entendendo melhor o comportamento humano e a influência dos odús em nossas vidas, afinal todos nós, seres vivos, temos nossos destinos, cada um de nós temos a regência de um odú, mais os odús paridores, chamados de odús de nascimento, e estes odús vão influenciar, criar, determinar diretamente em nossos destinos, eles vão delinear como será nossas vidas, nun aspecto global, mostrando índole, sorte, saúde e as vezes afetividade.                        

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

UM PALAVRA SOBRE O CANDOMBLÉ E A INICIAÇÃO ,,,,,,







A iniciação no Candomblé é um processo extremamente complexo e lento, além de ser um assunto que tem muitas restrições para ser discutido publicamente. Assim como há muitas variações associadas à própria palavra que identifica a Religião do Òrìxa no Brasil – Candomblé, há também diversos tipos de iniciação. Estes tipos classificam-se, basicamente, em iniciação de oxú e de não oxu. Apenas para exemplificar, há dois conhecidos exemplos de iniciados que podem ser classificados como “não adoxu”: os ogans (homens) e as Ëkëdi (mulheres), também chamadas Ajòyè – como lembra Reginaldo Prandi – Prof. Titular de Sociologia na USP. Nestes dois casos, o(a) seguidor(a) é escolhido por um Òrìxà manifestado durante uma cerimônia de Candomblé e, após um dado período, é confirmado(a). Os iniciados “não adoxu”, ao contrário dos adxù, não podem iniciar outras pessoas e têm suas obrigações/tarefas muito bem delimitadas dentro do lado brasileiro da religião, que tem como filosofia o princípio de que não é possível dar a ninguém aquilo que não recebemos, ou seja, aquilo que não temos para dar.


O Prof. Prandi nos ajuda a esclarecer um pouco mais esta que iniciação e confirmação são conceitos totalmente distintos, uma vez que a confirmação tem o objetivo de transmitir um Oyè a um iniciado. Este assunto será discutido mais detalhadamente nos últimos parágrafos.


Sem o objetivo de negar a importância daqueles que não estão classificados como adïñù, vamos Outro fator que deve ser considerado é que, nos primórdios do Candomblé, um homem não tinha o direito de ser iniciado na condição de adïñù, somente como Îgán (nesta concepção, “não adoxu”). Esta regra até hoje é seguida naquela que é considerada a matriz das casas de Candomblé – a Casa Branca do Engenho Velho em Salvador. O tempo passou, a religião evoluiu e, por razões que fogem ao escopo deste artigo, os homens começaram a ser iniciados como adïñù e, para simplificar o texto, a partir deste ponto vamos deixar de usar o gênero das palavras, passando a utilizá-las apenas no masculino em português e/ou inglês e feminino nas poucas palavras Yorùbá que utilizaremos. Além disto, Alexandre Lima nos explicará o significado de algumas destas palavras ao final do texto. Até lá, vamos prosseguir com o assunto iniciação que, daqui em diante, fará referências somente às informações relevantes da iniciação dos adïñù.


Diversos são os caminhos (motivos) que levam uma pessoa a ser iniciada. É praticamente impossível relacionar todos caminhos, já que eles podem ser diretamente proporcionais ao número de pessoas iniciadas até hoje, mas há uma frase que a Ìyálórìxà Kasarandé não cansa de repetir e que muito bem reúne estes vários caminhos: “Ou você chega aos Òrìxà pelo amor, ou pela dor”. Em outras palavras, há pessoas que têm que ser iniciadas, outras o são simplesmente porque assim quiseram e os Òrìxà concordaram, ou seja, estas últimas poderiam esperar o tempo que os Òrìxà julgassem necessário para serem iniciadas – o que poderia significar uma vida inteira, mas preferiram fazê-lo simplesmente porque amavam a religião. E se há um componente que é desejável para um seguidor ser iniciado, este ingrediente é o amor, o qual teórica e automaticamente conduz à dedicação. 
 determinará através do jogo quando o processo terá início. Definida a data, que muito tem a ver com o Òrìxà do futuro iniciado, com as determinações do Òrìxà dono da casa e outras tantas implicações, o abíyàn apresenta-se, pela última vez nesta condição em toda sua existência, diante da Ìyálórìxà. A partir deste momento, ele deu início a um processo que durará SETE anos na esmagadora maioria das nações, familias e casas.


Ele vai ficar hospedado na casa de Candomblé por aproximadamente três semanas, tempo este dependente da casa, família e do próprio Òrìñà do iniciado. Inicialmente, por alguns dias (ou até horas) ele simplesmente descansará. Após este período, será dado inicio a um processo de limpeza física e espiritual, através de banhos rituais (àgbo) e sacrifícios (ëbö), que poderá demorar mais alguns dias. Feita a “limpeza”, ele será colocado no hunkö – quarto sagrado, de onde só sairá para as cerimônias em outros aposentos do ilé àñë ou locais externos sagrados (p.ex.: mar, cachoeira, mata, rio, etc.). A partir deste momento, abandona a condição de abíyàn e passa a ser classificado como ìyàwó – noviça, literalmente, “a mais nova esposa”.


Em seguida ele será submetido ao ritual do börí, o qual alimentará um dos mais importantes Òrìxà – Orí. Através da “alimentação” deste Òrìxà, o ritual tem o objetivo de pedir a sua autorização para “trabalhar” com a cabeça da ìyàwó, uma vez que não é possível realizar qualquer cerimônia pessoal relacionada aos Òrìxà sem antes pedir a permissão de Orí (veja mais informações sobre Orí na opção Òrìñà). Uma vez que Orí foi devidamente reverenciado, é hora de iniciar o tratamento do Òrìxà ancestral da ìyàwó. Segundo a tradição Kétu, até 10  podem ser iniciados em conjunto, o que nunca significa que o serão simultaneamente, pois a iniciação está intimamente vinculada ao Òrìxà de cada pessoa e somente a Ìyálórìxà poderá realizar a cerimônia principal. Com base nestes fatos, entendemos que somente um  poderá ser iniciado dentro de um mesmo espaço de tempo. Por outro lado, as cerimônias preliminares e posteriores à iniciação poderão ser feitas de forma simultânea e, por isto, o período é normalmente aproveitado para iniciar mais de uma pessoa. A este grupo de noviços damos o nome de barco, sendo que cada membro, por ordem sequencial (na maioria dos casos, de acordo com a ordem ritual dos Òrìxà ancestrais), recebe um dos seguintes nomes:


Dofono,dofonitinho, fomo, fomutinho, gamo, gamutinho,vimo, vimotinho etc...


A iniciação é algo muito particular de cada Òrìxà, por isto cada ìyàwó tem seus próprios rituais de iniciação. Porém, o básico é feito em todos. Este “básico” consiste na raspagem da cabeça e na abertura de incisões (através de métodos compatíveis com cada Òrìxà) em diversas partes do corpo da ìyàwó. Estas incisões (gbýrý) têm o principal objetivo de inserir o àñë – um preparado que determinará a ancestralidade da ìyàwó. Entre estas incisões está a principal de todas – o Oñù, que é feita ao alto da cabeça e que o iniciado portará enquanto estiver no àiyé (espaço ocupado fisicamente pelos seres viventes). Na tentativa de tornar um pouco mais clara a importância do Ojù, citamos Dra. Juana Elbein dos Santos e seu livro Os Nàgó e a Morte (ISBN 85-326-0923-6), onde diz: “… a Ìyálàlàñë transfere e planta o àxé na noviça por intermédio de um ciclo ritual que culmina quando, no centro da cabeça da ìyàwó, ela coloca e consagra o Ojù…”. Mais adiante ela escreve “Falecida a olórìñà, qualquer que seja sua hierarquia, deverá proceder-se a retirar seu Ojù por meio do qual, precisamente, a individualização, o nascimento da adójù foram possíveis. Um sacerdote altamente preparado manipulará sua cabeça de maneira que retire os cabelos do lugar onde o Ojù foi plantado…”.Durante esta importante fase da iniciação, tudo sempre é feito sob a tênue luz de vela (quando o Òrìxà da ìyàwó não exige outro tipo primitivo de iluminação), ao som de cantigas específicas para o momento e diante de olhares das poucas pessoas autorizadas pelo Òrìxà, seja ele da ìyàwó, da casa, da Ìyálórìñà e até mesmo do próprio participante, Feito isto, será dado início aos sacrifícios animais necessários para o Òrìxà da ìyàwó. Ao contrário do que a grande maioria pensa, segundo a tradição Kétu, animais não são sacrificados sobre a ìyàwó, pois acredita-se que o calor do sofrimento causado pela morte do animal não deve nunca atingir o abòrìxà. Há métodos específicos e pessoas especialmente determinadas para que não seja estabelecido um elo entre o sofrimento físico do animal sacrificado e a pessoa diretamente envolvida no ritual, exceto no que diz respeito a alguns poucos animais. Um a um, as ìyàwó são submetidas ao processo de iniciação, que pode durar horas que parecem nunca acabar, dependendo do tamanho do barco – grupo de iniciados. Apesar de já serem chamados de ìyàwó, eles ainda terão uma dura fase pela frente. Com o mais básico comportamento sempre atrelado aos seus Òriñà ancestrais, eles ainda terão muitos dias de convivência com a ajíbïna que, além de ensiná-los como se comportarem diante de seus mais velhos, continuará ensinando as rezas, as danças, etc. Eles ainda serão apresentados por sete vezes àqueles da sua família que estiverem interessados em conhecê-los. Dependendo do Òrìñà, durante estas apresentações serão pintados com wàji (azul), òsún (vermelho) e ëfun (branco) demonstrando sua ascendência (Îyï) e também para que as àjý (entidades feiticeiras) não se aproveitem deles, não os persiga.


Finalizados os procedimentos internos de iniciação, é chegada a hora da cerimônia pública. Aliás, todos grandes rituais do Candomblé culminam em cerimônias públicas, que assumem o papel de confirmadoras do ocorrido, de preferência com a participação de pessoas de outras casas e até mesmo outras famílias. A presença de pessoas pertencentes a outras nações em uma saída de ìyàwó é considerada uma grande honra e, normalmente, terão peso imensurável na escolha da Ìyálórìñà para aquele que tirará o nome da ìyàwó


Dependendo da casa, a cerimônia pública será precedida por novos rituais que incluem novos sacrifícios. Há até mesmo casas/famílias que realizam o ritual/sacrifício finais poucos minutos antes da primeira apresentação pública. Mas, hoje em dia, devido à grande especulação, ou os ìyàwó saem cobertos por um tecido branco nesta primeira apresentação, ou já o fizeram na madrugada anterior. Queremos dizer que o ápice da iniciação – que consiste na apresentação do Ojù (objeto ritualístico altamente sagrado) em público, é atingido de uma forma mais discreta do que o era antigamente. Na atualidade, é mais difícil ver um Ojù em cerimônias públicas.


De qualquer maneira, o final desta fase inicial será uma cerimônia pública onde os ìyàwó mostrarão por três vezes que nasceram para uma nova vida, será o Öjï Orúkö Ìyàwó.


Na primeira vez, eles serão apresentados vestidos de branco, pintados de branco (ëfun) com o ìkódídë (pena ritualística, um dos símbolos da iniciação) amarrado na cabeça por palha da costa. Na frente deles estará a ajíbïna estendendo a ëní – esteira, para que eles “batam paó” para os locais sagrados da casa e apresentem o dïbálû (Òrìñà masculinos) e o yìnká (Òrìñà femininos) para a Ìyálórìñà.


Na segunda vez, as as roupas serão coloridas, assim como as pinturas que abusarão do vermelho (òsún) e azul (wáji), dependendo do Òrìñà, mostrando a sua ancestradidade através de traços bem definidos. Na verdade, desta vez, a apresentação é bem mais rápida.


Na terceira vez, as roupas já serão as características de cada Òrìxà, ou seja, eles estarão vestidos em belas roupas que revelam os atributos, lembram a história, de seus Òrìxà.


Na segunda saída, dependendo da casa, após os cumprimentos rituais, os ìyàwó serão expostos ao público na ordem hierárquica do barco e a Ìyálórìxà oferecerá cada um deles para que alguém de outra nação, casa, família (normalmente nesta ordem), peça para que o Òrìxà revele publicamente o nome Yorùbá que o iniciado recebeu. Na terceira saída, os Òrìñà estarão preparados para comemorar os novos nascimentos, pois este é o objetivo da iniciação – nascer para dentro da religião, através das danças rituais. Dependendo do número de ìyàwó, os Òrìñà podem dançar até os raios do sol invadirem o barracão.


Muito bonito sem dúvida, mas engana-se quem pensa que a iniciação acabou. Esquecemo-nos de mencionar que o Kele – o colar sagrado, foi colocado no pescoço da ìyàwó durante o processo de iniciação. É importante notar que o termo “colar” é utilizado apenas para facilitar o entendimento, pois, apesar de ser colocado no pescoço, o Kele não pode ser removido, exceto através de ritual específico. Dependendo da casa, da família, o Kele deverá ser carregado por 12 semanas, lembrando que a ìyàwó deverá respeitá-lo evitando todos prazeres mundanos, tais como sexo, álcool, tabaco, etc., além de uma série de proibições – èwî, inerentes a esta fase primária da iniciação. Hoje em dia, na tentativa de tornar o Kele objeto de respeito máximo, muitas Ìyálórìñà não deixam seus ìyàwó entrarem para a vida social portando o colar sagrado – preferem tirá-lo do pescoço dos seus filhos antes que estes partam para a vida moderna que os aguarda lá fora. Mas isto não significa que eles estarão livres dos èwî ! Talvez eles sejam liberados para comer com talheres em um almoço de negócios, mas isto poderá ser o máximo permitdo, pois dormir no chão sobre a ëní e as rezas antes das refeições que não sejam exigidas pela vida profissional continuarão sendo algumas poucas das suas muitas obrigações para com os Òrìñà. Alguns èwî, dependendo do Òrìñà, da casa, da família, etc., não estarão limitados não estarão limitados somente ao período do Kele, ou seja, deverão ser respeitados por toda vida do iniciado.


Como ensinado pela ajíbïna, enquanto eles forem ìyàwó, eles jamais poderão sentar no mesmo nível que os irmãos mais velhos, nem olhar diretamente em seus olhos. É a hierarquia intrínseca ao Candomblé (ou seria à cultura Yorúbà ?) se mostrando: um irmão mais novo não deve nunca ficar acima (fisicamente) de um irmão mais velho. Ao contrário das demais culturas, o “olhos nos olhos” só funciona para pessoas do mesmo nível hierárquico, os que estão abaixo devem sempre olhar para o chão. Esta educação inicial mostrará quem é a pessoa para o resto de sua vida dentro da religião. Passado o período do Kele, o iyàwó, teoricamente, entra em seu ritmo social normal até o primeiro ano, quando então cumprirá com novas obrigações chamadas de ödún kíni. Depois precisará cumprir com suas obrigações aos três anos (ödún kýtà). Há casas onde também são cumpridas obrigações no quinto ano. Finalmente, vem as obrigações que são a confirmação final da iniciação e que são feitas aos sete anos (ödún kéje), quando então a ìyàwó se tornará um Ûgbïn (mais velho) através de uma cerimônia pública, onde poderá receber o conjunto de simbolos da maioridade, comumente chamado de Deká. A partir daí, o egbomen, ou Ûgbïnmi, como é normalmente chamado, estará apto a abrir sua própria casa, caso este seja seu caminho (definido no momento da sua concepção e revelado pelo jogo de búzios), dando origem à sua própria família com base nos ensinamentos que adquiriu durante os sete anos de iniciação, de aprendizado inicial. Durante o referido período, é esperado que ele tenha sido submetido a, e estado presente em, rituais suficientes para que esteja habilitado a, pelo menos, interpretar corretamente as caídas dos búzios, pois muito do que praticará de agora em diante, aprenderá à medida que os Òrìxà digam que ele precisa iniciar os abòrìñà que cruzarem seu caminho.


Aqueles que não têm o “caminho” para assumirem a função de Ìyálórìñà, de abrirem suas próprias casas, continuarão atuando dentro daquela onde foram iniciados, podendo receber nesta cargos e/ou títulos (Oyè) que determinarão os seus papéis junto à sua família (Ìdílé Òrìñà). Nesta condição, além das classificações já expostas, estes abòrìñà passarão também a ser classificados como Oloyè.


Conforme define o Prof. Prandi, “receber um Oyè geralmente implica sentar na cadeira (cadeira, trono, representava na África que o indivíduo tinha alta posição social, assim como usar o eru-espanta mosca, o guarda-sol e outros símbolos de prestígio e poder). A confirmação é o ato em que o pai-de-santo ou Òrìñà senta o Oloyè na cadeira, para indicar que ele agora tem status alto, posição elevada, etc. naquele Ëgbý (comunidade)”. Ele adiciona ainda que, ao abrir sua própria casa, a Ìyálórìñà não perde o vínculo com a casa onde foi iniciada, podendo, inclusive, manter um Oyè recebido previamente naquela casa, ou até ser confirmada para um Oyè naquela ou em outra casa após ter constituído sua própria família. O candomblé é uma religião iniciática. No entanto nem todos nasceram para serem sacerdotes, gostaria de salientar que essa iniciação só deve ser feita em última instância, em caso de extrema necessidade, quando não houver outra alternativa.


A iniciação no candomblé não é uma coisa que se faça levianamente sem observar as conseqüências provenientes de erros, caso o pai ou mãe de santo não estejam devidamente preparados para isto. Por que iniciar uma pessoa que não precisa ser iniciada? Só pelo dinheiro? Há muitos “sacerdotes” fazendo isso sem nenhum escrúpulo. São os mercenários de nossa religião que não tem o menor respeito pelo Orixá e muito menos pelas pessoas desavisadas que caem em suas mãos.


Sempre que for fazer uma consulta em qualquer casa de candomblé, fique atento, não dê dinheiro algum sem antes confirmar em outros lugares se é isso mesmo que estão dizendo. Se disserem que tem que fazer um ebó, borí, ou iniciação, vá jogar em outros lugares para confirmar a resposta do jogo, se for igual em pelo menos três lugares diferentes então faça. Caso contrário não faça nada, não gaste seu dinheiro sem saber realmente o que é preciso ser feito.


Muitos pensam que é só fazer o santo e já pode ser pai ou mãe de santo, a coisa não é bem assim… Não é porque alguém se iniciou, que obrigatoriamente terá que abrir uma casa ao completar sua iniciação na obrigação de sete anos.Não são todos filhos de santo que tem cargo para ser um sacerdote. O sacerdote já nasce com essa missão e em proporção seria 1 em cada 1000 que deveria se preparar para essa árdua tarefa.


O que está acontecendo no candomblé é uma distorção grave, quando se pensa que todo iaô tem que abrir casa. Um absurdo! Muitos não têm nem fibra e nem capacidade para ser um líder, abrem suas casas e depois de um tempo despacham tudo no rio e vão para as igrejas


Os culpados dessa decadência da religião são os pais e mães de santo que inventaram essa nova modalidade de ganhar dinheiro, pois cada iaô que o sacerdote despreparado for tirar terá que chamar um pai ou uma mãe para raspar porque ele não sabe. Pois não conviveu o tempo suficiente na roça para aprender o mínimo necessário e já abriu uma casa. Não podemos esquecer que existem muitos sacerdotes dignos, que levam o culto a sério e se preparam durante muito tempo antes de assumir uma casa e todas as conseqüências que a mesma trás, mostrando um culto limpo, cheio de magia e lendas riquíssimas. Trazendo a evolução do homem e mostrando que cada um tem o seu caminho evolutivo.


O candomblé não se resume às festas de barracãoa festa é só a ponta do iceberg, não é só chegar na hora da festa para dançar, candomblé não é só isso.O candomblé propriamente dito começa uma semana antes de cada festa, com muitas pessoas na casa lavando, passando, cozinhando, limpando e enfeitando, quando você entra no barracão e vê as bandeirinhas no teto da cor do Orixá que está sendo homenageado, alguém teve que comprar cortar e colar as bandeirinhas e colocá-las no lugar para que o barracão fique bonito.


As anáguas, toalhas brancas, ojás precisam ser engomadas e passadas, (detalhe na maioria das roças é no tanque por não ter máquina de lavar e quanto tem não é usada porque gasta muita luz) isso normalmente é feito pelas ekedis ou pessoas que moram na casa de candomblé, mas e as suas anáguas quem vai engomar? Quem vai passar? É durante o período de abian que muita gente vai aprender a lavar suas roupas, engomar e passar para poder usar na festa. Caso não saiba lavar roupa ou nunca lavou terá que aprender ou pagar para que alguém faça. Na maioria das vezes é do que vivem as pessoas que moram dentro de uma casa de candomblé, lavam e passam as roupas dos que não sabem ou não tem tempo para fazer.


Durante a semana diversas obrigações são feitas, de acordo com a determinação do jogo de búzios, Exús, Eguns e os Orixás homenageados. Os bichos precisam ser limpos por alguém e tratados pois será servido uma parte para os Orixás e outra parte para todos os presentes na festa.


Você já limpou uma galinha, um pato, um pombo ou um cabrito?


Ahhh! tem dó?!!!, Tem nojo? ah bom!!! Então pode ir pensando no assunto, na hora de tirar as penas todo mundo tem que ajudar não importa cargo, é uma das coisas que os abians e iaôs podem fazer. Alguém precisa limpar a casa e deixar impecável para a festa e os convidados. Isso os abians e iaôs também podem fazer sem problemas.Se você nunca varreu sua casa, vai aprender a varrer barracão e quintal que normalmente são enormes.A comida precisa ser preparada e estar pronta antes de começar a festa para que aqueles que estavam no fogão possam tomar banho e se arrumar.


Quando chegar num candomblé e notar algumas pessoas com cara de cansadas e cochilando em alguma cadeira, não repare, com certeza essa pessoa deve estar com todos os ossos do corpo doendo de uma semana de trabalho duro para que você possa ver uma festa bonita.


Se você é leigo no assunto, procure conhecer um pouco mais antes de fazer qualquer coisa.Não deve se iniciar só porque acha bonito, porque gosta das roupas, porque gosta do ritmo envolvente sem pensar nas responsabilidades e conseqüências da iniciação. Não se inicia para depois de um ano chegar à conclusão que não era bem isso que queria.


Quando se iniciar no candomblé estará criando um vínculo com o seu Orixá, com a casa, com o pai ou mãe de santo, você passa a fazer parte de uma comunidade, por isso deve escolher bem a casa. Antes de qualquer coisa é necessário consultar vários jogos de búzios para saber se todas as respostas de jogo são iguais, não se deve confiar cegamente em ninguém.


Somente depois disso dá para saber se precisa realmente ser iniciado ou não, desta forma pode-se escolher a casa e o pai ou mãe de santo que mais lhe inspire confiança, procurar saber quem são seus ancestrais, em que casa ele foi feito, tudo isso para não ter surpresas e aborrecimentos no futuro. Estou dizendo isto porque existem muitas pessoas com casa aberta e nem são iniciados no candomblé e dizem que são. Uma pessoa que não foi iniciada, não pode iniciar outras pessoas, porque não recebeu o Axé de ninguém. E pelo que me consta ninguém pode dar aquilo que não tem.


Mesmo que lhe digam que precisa ser iniciado (fazer o santo), tenha calma e não vá fazendo no primeiro lugar que lhe disseram, procure outros lugares, se informe, o santo não vai te matar se você não fizer imediatamente, se ele é seu Orixá ele quer o melhor para você.Por isso mesmo existem os abians nas casas de candomblé, são pessoas que participam das festas e algumas obrigações na casa sem a responsabilidade de ser um iniciado.


Para fazer parte do candomblé não pode ser preguiçoso, se está pensando que vai chegar numa roça de candomblé e ficar encostado olhando os outros trabalharem, esqueça, todos trabalham por igual em pról da comunidade, se é uma casa prá todos os filhos, todos os filhos tem que ajudar. E não é ao pai ou mãe de santo que estão ajudando Quando limpar a roça pense que alguém está fazendo a comida que você vai comer e o que você está fazendo se reverterá em benefício de todos e para que todos tenham um lugar agradável e limpo para ficar.


Durante o período de abian é que você aprende a dançar no barracão, aprende as cantigas, convive com todos da roça e tem a possibilidade de conhecer um por um, nesse período é que você vai descobrir se está no lugar certo, caso não seja poderá ir para outra casa pois ainda não tem vínculo nenhum com o pai ou mãe de santo e nem com a casa.


O Axé é transmitido do pai ou mãe de santo para o iniciado de diversas formas, uma delas é na iniciação através do Adoshu que é colocado na parte superior da cabeça, onde penetrará o Axé ali depositado. O Axé vai sendo transmitido aos poucos, através das rezas, cantigas, banhos, boris, na feitura, na obrigação de 1 ano, 3 anos, (em algumas nações tem a de 5 anos), 7 anos, 14 anos, 21 anos de santo, daí em diante enquanto o pai ou mãe for vivo.


O certo é permanecer na casa onde se foi iniciado, mas em decorrência de muitos desentendimentos entre pais e filhos de santo tem havido uma constante mudança de casa.


Para os que não sabem…você nunca vai ser tratado em outras casas como na casa onde você foi iniciado, existe uma diferença, ou seja (você não é do meu Axé), pode ser muito bem camuflado mas que esse sentimento existe, existe….


Na primeira discussão você pode ouvir isso, não digo do pai de santo, mas dos outros filhos da casa com certeza.








Ancestralidade e Continuidade !!!



Os negros iorubanos originários da Nigéria trouxeram para o Brasil o culto dos seus ancestrais chamados Eguns ou Egunguns. Em Itaparica (BA), duas sociedades perpetuam essa tradição religiosa. Os cultos de origem africana chegaram ao Brasil juntamente com os escravos.



Os iorubanos – um dos grupos étnicos da Nigéria, resultado de vários agrupamentos tribais, tais como Keto, Oyó, Itexá, Ifan e Ifé, de forte tradição, principalmente religiosa – nos enriqueceram com o culto de divindades denominadas genericamente de orixás.



(1 – Por motivos gráficos e para facilitar a leitura, os termos em língua yorubá foram aportuguesados. Ex.: orisá = orixá.)



Esses negros iorubanos não apenas adoram e cultuam suas divindades, mas também seus ancestrais, principalmente os masculinos. A morte não é o ponto final da vida para o iorubano, pois ele acredita na reencarnação (àtúnwa), ou seja, a pessoa renasce no mesmo seio familiar ao qual pertencia; ela revive em um dos seus descendentes. A reencarnação acontece para ambos os sexos; é o fato terrível e angustiante para eles não reencarnar. Os mortos do sexo feminino recebem o nome de ìyámí Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por ìyámí Òsóróngá, chamada também de Iá Nlá, a grande mãe.



Esta imensa massa energética que representa o poder de ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas “Sociedades Geledê”, compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de ìyámí nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino.



Além da Sociedade Geledê, existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados.



Oro é uma divindade tal qual ìyámí Òsóróngá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto ìyámí quanto Oro são manifestações de culto aos mortos.



São invisíveis e representam a coletividade, mas o poder de ìyámí é maior e, portanto, mais controlado, inclusive, pela Sociedade Oro. Outra forma, e mais importante de culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas “Sociedades Egungum”. Estas têm como finalidade celebrar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade.



Esse mortos surgem de forma visível mas camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte, denominada egun ou Egungum. Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantém a individualidade; às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto.



Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos dos orixás.



Embora todos os sistemas de sociedade que conhecemos sejam diferentes, o conjunto forma uma só religião: a iorubana. No Brasil existem duas dessas sociedades de Egungum, cujo tronco comum remonta ao tempo da escravatura: Ilê Agboulá, a mais antiga, em Ponta de Areia, e uma mais recente e ramificação da primeira, o Ilê Oyá, ambas em Itaparica, Bahia. O egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos.



Ele “nasce” através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos Ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixã, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a “morte se torne vida”, e o Egungum ancestral individualizado está de novo “vivo”. A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos orixás, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungum simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito.



Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa.



Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente – característica de egun, chamada de séègí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom, chamado ijimerê na Nigéria. As tradições religiosas dizem que sob a roupa está somente a energia do ancestral; outras correntes já afirmam estar sob os panos algum mariwo (iniciado no culto de egun) sob transe mediúnico. Mas, contradizendo a lei do culto, os mariwo não podem cair em transe, de qualquer tipo que seja.



Pelo sim ou pelo não, egun está entre os vivos, e não se pode negar sua presença, energética ou mediúnica, pois as roupas ali estão e isto é egun. A roupa do egun – chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia -, ou o Egungum propriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e, por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usam o ixã para controlar a “morte”, ali representada pelos Eguns. Eles e a assistência não devem tocar-se, pois, como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por egun se tornará um “assombrado”, e o perigo a rondará.



Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os perigos de doença ou, talvez, a própria morte. Ora, o egun é a materialização da morte sob as tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial. E mesmo os mais qualificados sacerdotes – como os ojé atokun, que invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns – desempenham todas essas atribuições substituindo as mãos pelo ixã. Os egun-Agbá (ancião), também chamados de Babá-egun (pai), são Eguns que já tiveram os seus ritos completos e permitem, por isso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para que eles possam conversar com os vivos.



Os Apaaraká são Eguns mudos e suas roupas são as mais simples: não têm tiras e parecem um quadro de pano com duas telas, uma na frente e outra atrás. Esses Eguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; são traquinos e imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo. O eku dos Babá são divididos em três partes: o abalá, que é uma armação quadrada ou redonda, como se fosse um chapéu que cobre totalmente a extremidade superior do Babá, e da qual caem várias tiras de panos coloridas, formando uma espécie de franjas ao seu redor; o kafô, uma túnica de mangas que acabam em luvas, e pernas que acabam igualmente em sapatos; e o banté, que é uma tira de pano especial presa no kafô e individualmente decorada e que identifica o Babá.



O banté, que foi previamente preparado e impregnado de axé (força, poder, energia transmissível e acumulável), é usado pelo Babá quando está falando e abençoando os fiéis. Ele sacode na direção da pessoa e esta faz gestos com as mãos que simulam o ato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao contrário do toque na roupa, este ato é altamente benéfico. Na Nigéria, os Agbá-egun portam o mesmo tipo de roupa, mas com alguns apetrechos adicionais: uns usam sobre o alabá mascaras esculpidas em madeira chamadas erê egungum; outros, entre os alabá e o kafô, usam peles de animais; alguns Babá carregam na mão o opá iku e, às vezes, o ixã. Nestes casos, a ira dos Babás é representada por esses instrumentos litúrgicos.



Existem várias qualificações de egun, como Babá e Apaaraká, conforme sus ritos, e entre os Agbá, conforme suas roupas, paramentos e maneira de se comportarem. As classificações, em verdade, são extensas. Nas festas de Egungum, em Itaparica, o salão público não tem janelas, e, logo após os fiéis entrarem, a porta principal é fechada e somente aberta no final da cerimônia, quando o dia já está clareando.



Os Eguns entram no salão através de uma porta secundária e exclusiva, único local de união com o mundo externo. Os ancestrais são invocados e eles rondam os espaços físicos do terreiro. Vários amuxã (iniciados que portam o ixã) funcionam como guardas espalhados pelo terreiro e nos seus limites, para evitar que alguns Babá ou os perigosos Apaaraká que escapem aos olhos atentos dos ojés saiam do espaço delimitado e invadam as redondezas não protegidas.



Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto mas separada do grande salão, chamada de ilê awo (casa do segredo), na Bahia, e igbo igbalé (bosque da floresta), na Nigéria. O ilê awo é dividido em uma ante-sala, onde somente os ojé podem entrar, e o lèsànyin ou ojê agbá entram. Balé é o local onde estão os idiegungum, os assentamentos – estes são elementos litúrgicos que, associados, individualizam e identificam o egun ali cultuado – , e o ojubô-babá, que é um buraco feito diretamente na terra, rodeado por vários ixã, os quais, de pé, delimitam o local.



Nos ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o egun a ser cultuado ou invocado. No ilê awo também está o assentamento da divindade Oyá na qualidade de Igbalé, ou seja, Oyá Igbalé – a única divindade feminina venerada e cultuada, simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios Eguns.



No balé os ojê atokun vão invocar o egun escolhido diretamente no assentamento, e é neste local que o awo (segredo) – o poder e o axé de egun – nasce através do conjunto ojê-ixã/idi-ojubô. A roupa é preenchida e egun se torna visível aos olhos humanos. O espaço físico do salão é dividido entre sacro e profano.



O sacro é a parte onde estão os tambores e seus alabê e várias cadeiras especiais previamente preparadas e escolhidas, nas quais os Eguns, após dançarem e cantarem, descansam por alguns momentos na companhia dos outros, sentados ou andando, mas sempre unidos, o maior tempo possível, com sua comunidade.



Este é o objetivo principal do culto: unir os vivos com os mortos. Nesta parte sacra, mulheres não podem entrar nem tocar nas cadeiras, pois o culto é totalmente restrito aos homens. Mas existem raras e privilegiadas mulheres que são exceção, como se fosse a própria Oyá; elas são geralmente iniciadas no culto dos orixás e possuem simultaneamente oiê (posto e cargo hierárquico) no culto de egun – estas posições de grande relevância causam inveja à comunidade feminina de fiéis.



São estas mulheres que zelam pelo culto, fora dos mistérios, confeccionando as roupas, mantendo a ordem no salão, respondendo a todos os cânticos ou puxando alguns especiais, que somente elas têm o direito de cantar para os Babá. Antes de iniciar os rituais para egun, elas fazem uma roda para dançar e cantar em louvor aos orixás; após esta saudação elas permanecem sentadas junto com as outras mulheres. Elas funcionam como elo de ligação entre os atokun e os Eguns ao transmitir suas mensagens aos fiéis.



Elas conhecem todos os Babá, seu jeito e suas manias, e sabem como agradá-los. Este espaço sagrado é o mundo do egun nos momentos de encontro com seus descendentes. Assistência está separada deste mundo pelos ixã que os amuxã colocam estrategicamente no chão, fazendo assim uma divisão simbólica e ritual dos espaços, separando a “morte” da “vida”.



É através do ixã que se evita o contato com o Egun: ele respeita totalmente o preceito, é o instrumento que o invoca e o controla. às vezes, os mariwo são obrigados a segurar o egun com o ixã no seu peito, tal é a volúpia e a tendência natural de ele tentar ir ao encontro dos vivos, sendo preciso, vez ou outra, o próprio atokun ter de intervir rápida e rispidamente, pois é o ojê que por ele zela e o invoca, pelo qual ele tem grande respeito. O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficam as mulheres e crianças e à direita, os homens.



Após Babá entrar no salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porque cada egun em vida pertencia a um determinado orixá. Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio orixá e esta característica é mantida pelo egun. Por exemplo: se alguém em vida pertencia a Xangô, quando morto e vindo com egun, ele terá em suas vestes as características de Xangô, puxando pelas cores vermelha e branca. Portará um oxê (machado de lâmina dupla), que é sua insígnia; pedirá aos alabês que toquem o alujá, que também é o ritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelo oiê femininos, que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma animação das outras pessoas ali presentes.



Babá também dançará e cantará suas próprias músicas, após ter louvado a todos e ser bastante reverenciado. Ele conversará com os fiéis, falará em um possível iorubá arcaico e seu atokun funcionará como tradutor. Babá-egun começará perguntando pelos seus fiéis mais freqüentes, principalmente pelos oiê femininos; depois, pelos outros e finalmente será apresentado às pessoas que ali chegaram pela primeira vez. Babá estará orientando, abençoando e punindo, se necessário, fazendo o papél de um verdadeiro pai, presente entre seus descendentes para aconselhá-los e protegê-los, mantendo assim a moral disciplina comum às suas comunidades, funcionando como verdadeiro mediador dos costumes e das tradições religiosas e laicas.



Finalizando a conversa com os fiéis e já tendo visto seus filhos, Babá-egun parte, a festa termina e a porta principal é aberta: o dia já amanheceu. Babá partiu, mas continuará protegendo e abençoando os que foram vê-lo. Esta é uma breve descrição de Egungum, de uma festa e de sua sociedade, não detalhada, mas o suficiente para um primeiro e simples contato com este importante lado da religião. E também para se compreender a morte e a vida através das ancestralidades cultuadas nessas comunidades de Itaparica, como um reflexo da sobrevivência direta, cultural e religiosa dos iorubanos da Nigéria EGUNS



Os textos litúrgicos aqui apresentados fazem parte do jogo de Ifá, no qual seu senhor e oráculo, a divindade Orumilá, nos ensina mitos e tradições que foram mantidos através do próprio jogo.



Esses conhecimentos, transmitidos a todos oralmente, hoje se tornaram verdadeiras escrituras sagradas (atualmente, vários pesquisadores já registraram em livros as lendas colhidas oralmente entre os iniciados). Através deles entendemos o porquê de certos ritos e preceitos usados e conservados no dia-a-dia dos cultos.



Vários textos explicam o mesmo fato ou se complementam, e à vezes de forma diferente e aparentemente contraditória; mas isto é reflexo de se terem originado em diferentes regiões. De uma forma ou de outra, porém, chegam aos mesmos fundamentais conceitos religiosos. quatro em quatro dias (uma semana iorubana), Iku (a morte) vinha à cidade de Ilê Ifé munida de um cajado (opá iku) e matava indiscriminadamente as pessoas. Nem mesmo os orixás podiam com Iku. Um cidadão chamado Ameiyegun prometeu salvar as pessoas.



Para tal, confeccionou uma roupa feita com várias tiras de pano, em diversas cores, que escondia todas as partes do seu corpo, inclusive a própria cabeça, e fez sacrifícios apropriados. No dia em que a Morte apareceu, ele e seus familiares vestiram as tais roupas e se esconderam no mercado. Q



uando a Morte chegou, eles apareceram pulando, correndo e gritando com vozes inumanas, e ela, apavorada, fugiu deixando cair seu cajado. Desde então a Morte deixou de atacar os habitantes de Ifé. Os babalaôs (adivinhos e sacerdotes de Orumilá) disseram a Ameiyegun que ele e seus familiares deveriam adorar e cultuar os mortos por todas as gerações, lembrando como eles venceram a Morte.



DOS OIÊ MASCULINOS (relacionados aos culto a Egungun) na cidade de Oyó um fazendeiro chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos para que colhessem os inhames e os armazenassem, mas que não comessem um tipo especial de inhame chamado ‘ihobia’, pois ele deixava as pessoas com uma terrível sede.



Seus filhos ignoraram o aviso e o comeram em demasia. Depois, beberam muita água e, um a um, acabaram todos morrendo. Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa.



Desesperado, correu ao babalaô que jogou Ifá para ele. O sacerdote disse que ele se acalmasse, e que após o 17º dia fosse ao ribeirão do bosque e executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada atori e fazer um bastão (assim é feito o ixã). Na margem do ribeirão, deveria bater com o bastão na terra e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na terceira vez eles apareceriam.



Mas ele também não poderia esquecer de antes fazer certos sacrifícios e oferendas. Assim ele o fez; seus filhos apareceram.



Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então preciso cobri-los para que as pessoas pudessem vê-los sem se assustarem. Pediu que seus filhos ficassem na floresta e voltou à cidade.



Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram roupas para ele vestir seus filhos. Desse dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos a outras pessoas; as belas roupas que eles ganharam escondiam perfeitamente sua condição de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em um buraco feito na terra pelo seu pai (ojubô), no mesmo local do primeiro encontro (igbo igbalé), ali seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e guardadas as roupas, para que eles as vestissem quando o pai os chamasse através do ritual do bastão. Seguindo o pacto e as instruções do babalaô, de que sempre que os filhos morressem fosse realizado o ritual após o 17º dia, pais e filhos para sempre se encontraram.



E, para os filhos que ainda não tiverem roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer. Esta lenda é rica em detalhes, nos explica vários ritos e títulos utilizados no culto.

A COMIDA E O COMER NO CANDOMBLÉ....

COZINHA, OS ORIXÁS E OS TRUQUES: ENTRE A INVENÇÃO E A RECRIAÇÃO ONDE O TEMPO NÃO PÁRA…

 
A comida e o comer ocupam um lugar fundamental na vida dos terreiros de Candomblé. Isso aparece explicado de várias formas, através de uma visão muito ampla, onde ela é entendida como força vital, energia, princípio criativo e doador de algo. Na comida, encontra-se a energia máxima de uma oferta, mas, acima de tudo, ela é a força que fortifica os ancestrais, então, é um meio, um veículo através do qual, grupos humanos e civilizações, se sustentaram durante milênios fazendo contrato com o Sagrado.

No terreiro, a chamada comida de Orixá obedece a prescrições complexas construídas ao longo do tempo e redefinidas a cada momento, de acordo com a função que deva desempenhar ou à “realidade” que deseje instaurar ou dialogar. Tudo isso é expresso nas múltiplas formas, maneiras e diferentes modos de preparar, fazer ou de “tratar” os ingredientes.

Comida é sacrifício, ebó[1] no seu sentido mais amplo, mola propulsora que conduz e leva o Axé[2]. Daí sua íntima relação com Exu, aquele que come tudo, encarregado de sua distribuição no mundo. O sacrifício é, asssim, indispensável para viver, pois nada se sustenta sem esta troca de força, de energia, sem essa reposição, num universo onde tudo é dinâmico e nada acontece por acaso. Onde até uma folha que se desprende da árvore tem um por que preciso

Através da comida oferecida aos Orixás, se estabelecem relações entre o devoto, a comunidade e o Orixá. É sobretudo nas festas que isso mais se expressa. Festas que se desenrolam ocultamente aos olhos dos de fora, que podem levar meses e festas que são feitas para os de fora, realizadas no barracão, tornadas públicas, onde, em algumas delas, são exibidas a maior quantidade possível de comidas servidas aos Orixás da casa, e eles próprios servem a sua comida, distribuindo, assim, aos presentes a sua força máxima.

Por traz de cada prato ofertado há uma visão de mundo, um porque, que faz com que o comer instaure um sistema de prestações e de contraprestações que englobam a totalidade da vida. Comida é sempre um contra presente.

A comida de Orixá difere, assim, das comidas servidas no dia a dia do terreiro, bem como daquelas passadas no corpo das pessoas, usadas para “descarregar”, limpar, livrar de algum contra-axé[3]

Em linhas gerais, comida é tudo que se come. Desde à pimenta e o obi[4] que se masca para conversar com o Orixá, ao naco de carne oferecido a este mesmo Orixá, partilhado pela pessoas. Nesse processo de diferenciação, em que os ingredientes, na sua grande maioria, são os mesmos, muda-se a forma de ritualizar, a elaboração, o cuidado, “o tratamento”, a maneira de lidar com o mesmo ingrediente, o sentido impresso e invocado através das palavras de encantamento, cantigas e rezas.

Assim, falar sobre esta comida, suas relações, circunscrevê-la dentro de um espaço, momento, consiste num dos nossos principais desafios. Enfrentá-lo, é o que tentamos fazer sob o título: A Cozinha, os Orixás e os truques: entre a invenção e recriação onde o tempo não pára…O segredo desta culinária é comandado pela guardiã da cozinha, a Yabassê. Aquela que “muito faz e pouco fala.” Quando se fala da sacerdotisa da comida, as formas mais antigas de transmissão do conhecimento trazida pelas diversas etnias africanas vão ser evocadas: a observação e a convivência. E o mestre dos mestres será mais uma vez chamado: o tempo. O conhecimento ritual, o respeito, a criatividade e o comando apresentam-se como o perfil da Yabassê e orientam à sua escolha, mesmo que, hoje, nos “novos tempos,” poucas sejam as mulheres que se disponham a tal cargo; não pelo gosto, mas pelas funções assumidas por elas na sociedade

A imagem da Yabassê apresentada pelos sacerdotes, remonta aos primórdios, quando Olodumaré, Deus, entregou o poder de criar e de tudo transformar às Grandes Mães. A velha que cozinha, divide, assim com o poder ancestral feminino esta força, assim como todas as mulheres. Daí recair sobre ela o tabu da impureza, que reflete as relações de poder, as tensões entre homem e mulher expressas em alguns mitos da sociedade yorubá, num ambiente onde embora sua função seja de procriar, ela goza de plena liberdade e independência dentro do grupo. Permitir que a mulher menstruada manipule a comida é expor toda a comunidade ao poder das Mães Ancestrais, que serve tanto para o bem, quanto para o mal. A Yabassê é, uma das pessoas que no terreiro, mais expressa essa força, pois trabalha com ela dia e noite, ao manipular a colher de pau para transformar grãos e alimentar tudo e todos, conservando, recriando e inventando...“CANDOMBLÉ MESMO É COZINHA…

Dentro do universo do Candomblé, a cozinha merece uma atenção especial, por ser um dos espaços onde se passa e se constitui o sagrado. Tudo nela remete a esta dimensão. Assim, “A cozinha de santo” aparece sempre como algo distinto, separado da cozinha do dia a dia. Separada na sua grande maioria, não por limites externos, mas internos que são representados por mudanças de atitude, ações, formas de uso, etc.

Em muitos terreiros de Candomblé, o local onde são preparadas as comidas dos Orixás é o mesmo onde são feitas as comidas do dia a dia. Esta separação, todavia é realizada de forma bastante visível e determinada. Muitas vezes se reserva para as comidas de santo um fogão especial que pode ser de lenha ou industrial, enquanto a outra permanece num fogão menor. Comum é se trocar de horários. É muito difícil se mexer com as panelas dos Orixás ao lado de outras panelas, bem como misturar os utensílios destas duas cozinhas.

“ Cozinha do santo” é, assim, mais que um lugar determinado que, em terreiros de estrutura maior, os mais antigos, se tem para preparar somente os pratos dos Orixás e, sim, um espaço criado e redefinido a cada momento, no terreiro, através da separação dos objetos, utensílios e mudanças de comportamento. Tudo participa do sagrado: o espaço em si , as panelas, travessas, pratos, bacias, cestos, peneiras, colheres de pau, ralos, o pilão, as frigideiras e as pessoas que nela transitam;;; A cozinha é cheia de interdições como: não conversar mais que o necessário, não falar alto, gritar, cantar ou dançar músicas que não sejam do santo; não entrar pessoas que não sejam iniciadas-dependendo do que se estiver fazendo, somente um número muito restrito-não admitir que mulheres menstruadas permaneçam nela, etc. Neste espaço sacralizado, tudo vai ganhando significado: a bacia que cai, o garfo, a faca, a colher, o óleo que faz fumaçar o fogo, etc. Na cozinha se aprende além do “ponto” certo de determinado prato, que não se dá as costas para o fogo, não se joga sal no chão, não se mexe comida de Orixá com colher que não seja de pau, que a comida mexida por duas pessoas desanda, que não se joga água no fogo e que muitas pessoas por terem o sangue ruim fazem a comida desandar. Ou que a presença de pessoas de um determinado Orixá faz com que uma certa comida não dê certo, como por exemplo: em cozinha onde se tem gente de Xangô o milho de pipoca queima antes de estourar. Pela cozinha, entram as pessoas de maior prestígio na Religião e é nela própria que, em certas ocasiões, muito antes mesmo de se chegar no peji do Orixá, que este é consultado a fim de se saber se a comida foi bem preparada ou não. Embora marcada por vários limites, a cozinha é mesmo escola mestra, local onde se aprende as lições mais antigas, através do exercício longo e paciente da observação. Local onde permanecem por maior período de tempo os iniciados, seja varrendo, lavando, limpando, guardando, acendendo ou mantendo o fogo, cozinhando, com olhos e ouvidos atentos a tudo que se passa nela. Daí entende-se o dizer corrente: Candomblé mesmo é cozinha!!!” Talvez por ser ela mais que um local de transformação e sim de passagem e transmissão de conhecimento, por onde transita algo essencial que ultrapassa os limites das oposições por situar-se no mais intimo e profundo ser do homem: o comer



BIBLIOTECA: COZINHA DE SANTO










.. A AJOIE E A EKEDI.....



A palavra “ajoié” é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.






Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa “mãe que o orixá escolheu e confirmou”....yarobá já é um termo usado somente no asé Gantois para a ajoie [ekedi]






Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de “mãe”, por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.






Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa.






A toalha de uma ajoié destina-se, entre outras coisas, a enxugar o rosto dos omo-orixás manifestados. Uma ajoié ainda é responsável pela arrumação e organização das roupas que vestirão os omo-orixás nos dias de festas, como também, pelos ojás que enfeitarão várias partes do barracão nestes dias.






Mas, a tarefa de uma ajoié não se restringe apenas a cuidar dos orixás, roupas e outras coisas. Uma ajoié também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao Babalorixá ou Yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.






existem na casa o cargo de YATENIN:é a primeira ekedi ;os olhos do sacerdote


SIDAGÃ:é a segunda ekedi ;é responsavel por vestir os voduns e cuidar de eleguá






DARAZAN






SURGE A PRIMEIRA EKEDJI






Olissá criou a d’angola , quando habitantes de uma aldeia estavam sendo assombrados por Ikú , que por ordem do grande rei pegaram uma galinha preta e pintaram com efun , e quando Ikú viu aquele animal estranho fugiu assustado e nunca mais voltou.


Aziri pegou então a d’angola que passou a ser um animal sagrado e fez dela seu primeiro Yao.


Até que um dia Aziri resolveu fazer em sua mucama e assim foi criado o primeiro vodunci que mais tarde se tornaria uma sacerdotiza.


Vendo que a noticia se espalhara depressa e que os outros voduns fariam o mesmo Aziri resolveu fazer uma reunião e consultou Orunmilá que convidou todos os voduns .


Chegando a reunião Orunmilá ordenou que cada vodun escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote do vodun e que não virasse com nada . Já que se na terra fariam vduncis e mais tarde seriam sacerdotes quem zelaria por eles , se todos virassem com vodun quem olharia pela casa de santo por tudo , quem zelaria por eles voduns quando viessem no ori dos vodunces.


Assim surgiu a primeira ekedji do ventre de uma mucama de Aziri.






OYE






Oye é uma posição sacerdotal nos candomblés de nação, pessoas são escolhidas para exercer determinadas funções para o bom andamento da casa religiosa. Aqueles que possuem oye são chamados ” oloye masculino ” e ” ajoye feminino”.






Essas pessoas serão adosu ou não , recebem o cargo na confirmação ou em sua iniciação de acordo com sua capacidade. Essas pessoas não adosu são os verdadeiros ogan e ekedi que nascem com os sete anos como reza a tradição, há casas que raspam para esses cargos, porém, esses iniciados não possuem status dos antigos e devem contar seu tempo de iniciação tal qual um ìyáwò, portanto não é de bom senso raspar e sim confirmar, destarte, afirmar que não existe ogans e ekedis para divindades como caboclos, baianos, exus, etc.






Todos oye são para os òrìsà.






Os títulos keto correspondem, sobretudo à estrutura da casa com seus fundamentos, por exemplo: o àtà – culmiera, ise (àsè opa) – ilê Omolu e família, ibo, etc.






A palavra oloye significa Ol = aquele que possui, oye um titulo e ajoye também, as ekedjis são chamadas assim nas casas grandes ou ìyákoroba.






A palavra oloye segundo mãe Stella do Afonja pode ser traduzido como conselheiro, que está registrado em seu ultimo ensaio Meu Tempo é Agora.






Observe agora alguns ipò e oye das casas antigas e de algumas casas novas sérias atuais que respeitam a tradição afro-brasileira:






Ìyálòrìsà ou ìyálàsè: Possui as mesmas funções sendo que a segunda responde na ausência da primeira, quando há as duas na casa, geralmente a ìyálàsè torna – se a segunda. Com o falecimento da ìyálòrìsà ela é pretendente a assumir seu lugar, e se for o caso receberia a mesma cuia da falecida. Esse oye só recebe-se no odun meje, ou seja, nos sete anos, é uma posição de adosu e não de alguém confirmado/a ou uma ekedji.






Ajibona: Mãe criadeira, escolhida pela ìyálòrìsà para criar ìyáwò.






Posteriormente esse filho fica responsável em zelar pelo òrìsà de sua mãe criadeira quando este se manifesta. No culto lesse Orumila chama-se ojubona e é um cago masculino cuja função é ensinar o futuro Omo -Ifa.






Ìyá Egbe: Mãe da comunidade tem as mesmas responsabilidades da ìyá kékeré Ilè, ou seja, da mãe pequena da casa. Geralmente são escolhidas entre as egbomi mais antigas da casa e são até mais antigas do que a própria ìyálòrìsà devido à antiguidade da casa. Lembrando que òrìsà não tem idade é inexistente, quem tem idade são as pessoas.






Ìyàmorò: Aquela que dança com a cuia no ritual do Ipade.






Casas sem ibós, sem arvores, não devem possuir esse oye, sobretudo as que não rodam Ipade. Não existe ìyámorò de Ogún, Osòósí, Oyá, etc.






As Iyamoro cuidam dos Esa (falecidos iniciados na casa com postos) e Ìyámi Osoronga. Ìyá: Mãe. Um: Que pega. Oro: Obrigação.






Oye só recebido nos sete anos.






Ìyádagan : Auxiliar direta da ìyámorò. Não existe Dagan para o orisa é desnecessário explicar. É oye dado aos sete anos também.






Ajiumida : Posto do culto de Oyá. A= aquela Ji = que acorda um = pega = ida = a Cargos Ipos e oyes da nação ketu e subdivisões nagôs:


Ogan ( Ogá em ioruba), protetores civis do terreiro antigamente, hoje passa a exercer funções religiosas também. Entre os Ogans destacamos certas funções importantes e de mando dentro do terreiro, juntos com os sacerdotes (as) eles administram os terreiros.






Alagbe : Chefe da comunidade (morada), o onilu é o escolhido para tocar o atabaque denominado run, possui seu otun Alagbe e seu Osi alagbe que tocam os outros atabaques e cantam os candomblés.






Pejigan : Zeladores do peji e responsáveis pelo ilê òrìsà. Posto da etnia ketu e não jeje como se equivocam alguns desinformados.






Asogun : Sacrifica os animais de quatro pés (eranko) a priori, e os outros também quando não há na casa seu otun e seu osi responsáveis para isso.






Posto proveniente do culto de Ogún na África e sua comunidade, portanto não é de bom senso haver Asoguns de outros òrìsà e sim somente filho de Ogún é fato a condição de supremacia que esse orisa possui sobre os obés sendo ele mesmo olobé, ou seja, o dono da faca e louvado antes de qualquer sacrifício para quem procede corretamente.






Olobé : Que vem a ser um epíteto de Esu é comum chamar Adébo a esse oye, possui as mesmas determinações se for feito os atos referentes a Esu dessa condição sacerdotal.






Sarapegbe : Era quem transmitia as decisões da comunidade, comunicando entre os terreiros, as festas e obrigações que seriam realizadas. Fazia os convites. Sara= o que corre, pé= e comunica, egbe = as coisas da comunidade, geralmente esse posto era dado aos filhos de Ogún. Hoje esta esquecida, sobretudo nas grandes cidades.






Apeja: Esquecido no Brasil por não haver sacrifícios de cães selvagens como na África.






Elemaso (Elemaxó): Oye referente à casa de Osalá, é um titulo do próprio Osalá como conta seu mito, há oye no culto para situações que envolvem seu culto como o de baba mi oro, faz-se necessário que o titulares sejam de Osalá.






Suas atuações não se limitam apenas a cerimônia do pilão como muita gente pensa.






Akirijebó : Pessoas que freqüentam varias casas e não se fixam em nenhuma antigamente eram chamadas de akirijebó, também é um oye da maior importância relacionado a entregas de ebós em locais determinados.






Eperin : Posto dado aos filhos do orisa Osòósí, (determinado Osòósí) e refere-se ao seu culto especifico nas casas antigas de candomblé.






Ojú Oba : Posto dado às pessoas de Sàngó, seu representante maior foi nosso saudoso Pierre Fatumbi Verger que tinha esse Oye no Àsè do Opo Afonjá. Ë necessário que a casa pertença a Sàngó até mesmo para formar os outros Oye referentes à situação da casa, como mogba, maye, etc.






Oju Ilê : O grande anfitrião da religião, sobretudo nas festas onde ficam encarregados de receber os visitantes e acomoda-los, quando se faz necessário ele ajuda em tudo dentro da casa na ausência dos outros Oye.






O oye de Iya Efun : É dado às pessoas de Osala e não muito longe para as de Iemanjá.






O posto de Dagan: É dadas às pessoas filhas de Oyá independente de ser mulher ou homen, como explicou para mim, o Ogan Agba Gilberto.






Há um outro posto relacionado ao ritual de Ipade chamado de Agaba Injena e para finalizar vamos esclarecer o posto de Ekeji (lê-se Ekedi).






Ekeji nada mais é que um numeral e significa, portanto segundo/a, ela auxilia a todos e na ausência das outras ajoiyes ela assume, algumas se destacam e são chamadas carinhosamente de mães, não só pelo filho do orisa que a suspendeu como por toda a comunidade.






As ekedi são confirmadas para casa de axé ou para o orisa que a suspendeu e se for o caso dela ser ekedi do orisa do sacerdote, ele não poderá por a mão e sim seu zelador, não pode o orisa confirmar ou raspar ninguém, o orisa não vem para o aye para isso é desnecessário explicar um assunto tão falado já .






As Ekedi podem ser: Iyalaso: Cuida das roupas, Iyale, mãe da casa, auxiliar direta da Iyalorisa e Iya Kekere, Dejó (Dere em jeje), as mais antigas, Ekedi é o Ipo (cargo), depois vem o Oye específico as condições de cada uma.....