quarta-feira, 29 de junho de 2011


....ALGUMAS EXPLICAÇÕES
IJESAS, OYOS, IBOS, KETUS,etc , cada qual trouxe seus costumes juntos com seus orisas digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de informações entre eles cada sacerdote ou quem entendia de um determinado orisa trocaram fundamentos e a partir daí surgem todos esses aspectos, e essa quantidade de orisa presente aqui no Brasil, sendo que o orisa é o mesmo com origens diferenciadas.É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais por exemplo Oyá Petu tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu, isso nada mais é, que uma passagem do mesmo orisa por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país não há esse feijão portanto foi substituído por um grão semelhante[ervilha] e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho.Outro exemplo de orisa transformado em qualidade no Brasil é Osun kare, Kare é uma louvação à Osun quando se diz: Kare o Osun! A palavra kare também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é Osun kare, e por vai surgindo desordenadamente essa quantidade de orisa aqui no Brasil. Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens diversas etnias que num determinado local algumas pessoas diria que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, e serão diversos orisas cultuados num mesmo rio por diversas etnias com pequenas particularidades. Isso acontece com todos orisas e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinação de seus sacerdotes quer por viajens comercias ou por guerras intertribais sempre espalharam seus orisas em outras regiões.Outro fato interessante é títulos que algumas divindades possuem e foram transformadas em qualidades, por exemplo Ossosi akeran, akeran é um titulo de um determinado caçador (ancestral) com isso vamos na próxima edição analisar esses fatos e informar todas qualidades de orisa da nação keto que o sacerdote pode ou não mexer de acordo com o conhecimento de cada um, pois o nosso dever é informar sem a pretensão de nunca ser o dono da verdade Na próxima edição vamos diferenciar, títulos de nomes de cidades, nomes tirados de cânticos que as pessoas insistem em dizer que é qualidade de orisa.Sobre a multiplicidade dos orisa. Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes. Já sabemos que os orisa são venerados com outros nomes em regiões diferentes como: Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), isso torna o culto diferente. Temos também o segundo nome designando seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orisa com outros nomes referentes as suas realizações como Ogun Mejeje refere-se as lutas contra as 7 cidades antes dele invadir Ire, Iya Ori a versão de Iyemanja como dona das cabeças, etc. Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orisas aqui no Brasil.Vamos começar com Esu o primogênito orisa criado por Olorun de matéria do planeta segundo sua mitologia, ele possui a função de executor, observador, mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui que são epítetos e nomes de cidades onde há seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento de seu assentamento, ritual especifico e odu do dia. Não será escrito na grafia Yoruba para melhor entendimento do leitor.Oba Iangui : o primeiro, foi dividido em varias partes segundo seus mito.Agba: o ancestral, epíteto referente a sua antiguidade.Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o movimento que esu faz quando se move do jeito de um furacão.Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orita e ao sistema divinatório.Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em Ijelu.Ina: quando e invocado na cerimônia do ipade regulamentando o ritual.Ona: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros o tem, seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso.Ojise: com essa invocação ele fará sua função de mensageiro.Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.Elegbo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.Ajonan: tinha seu culto forte na antiga região Ijesa.Maleke: o mesmo citado acima.Lodo: senhor dos rios, função delicada dado a conflitos de elementosLoko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.Ogiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.Enugbarijo: nessa forma esu passa a falar em nome de todos os orisas.Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.Eledu: estabelece seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.Olobe: domina a faca e objetos de corte é comum assenta-lo para pessoas que possuem posto de Asogun.Woro: vem da cidade do mesmo nome.Marabo: aspecto de esu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente, Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orisa pode ser soroke.Ogún, Òsòósí e Ode lembrando que nem todos caçadores tomaram o titulo de Òsòósí e, na África, Òsòósí em certas regiões é feminino tomando o aspecto masculino no antigo reino de Ketu. Ode que dizer caçador, porém, nem todos Ode's são Òsòósí; Ijibu Ode, Ikija, Agbeokuta, são alguns lugares onde houve seu culto, pois seu culto, expandiu-se mesmo aqui no Brasil onde ele é lembrado como rei de Ketu, Ogún em outro aspecto foi chefe dos caçadores (Olode) entregando essa função mais tarde para seu irmão caçula Òsòósí para partir em buscas de suas inúmeras batalhas.Já em certas mitologias o caçador passa a ser sua esposa Òsòósí L`Obirin Ogun, ou seja, Òsòósí é a esposa de Ogún, segundo o verso desse mito. Isso afirma o chamado enredo de santo aqui no Brasil quando se diz que para assentar Òsòósí temos que assentar Ogún e vice versa. Era costume africano quando os caçadores tinham que partir em busca de suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo, de òrìsà secundário na África Òsòósí, passou a uma condição importantíssima no Brasil sendo òrìsà patrono da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do asesé, alguns cânticos fazem alusão a essa condição: Ode lo bi wa, ou seja, o caçador nos trouxe ao mundo. Eis alguns nomes de Ogún/Òsòósí/Ode conhecidos, sobretudo no Brasil e seus aspectos, características, origem e particularidades:Ogún Olode: epíteto do òrìsà destacando sua condição de chefe dos caçadores.Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um de seus mitos o liga a Osagìyán e Ìyémojá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.Ogún Meje: aspecto do òrìsà lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi.Ogun Waris: nessa condição o òrìsà se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.Ogún Onire: Quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.Ogún Masa: Um dos nomes bastante comum do òrìsà, segundo os antigos é um aspecto benéfico do òrìsà quando assim ele se apresenta.Ogun Soroke: apenas um apelido que Ogún ganhou devido a sua condição extrovertida, soro = falar, ke= mais alto. Nossa historia registra o porque o chamam assim.Ogún Alagbede: nesse aspecto o òrìsà assume o papel de pai do caçador e esposo de Ìyémojá Ogunte (uma outra versão de Ìyémojá) segundo um de seus inúmeros mitos.Há vários nomes de Ogún fazendo alusão a cidade onde houve seu culto como Ogún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O òrìsà possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha suas particularidades e costumes.Ode/Ososi.Há uma síntese sobre esse orisa na edição anterior, eis então suas várias formas de se apresentar:Ososi akeran = um titulo do orisa;Ososi Nikati = um de seus nomes;Ososi Golomi = um de seus nomes;Ososi Fomi = um de seus nomes;Ososi Ibo = um de seus mitos o liga a Ossaniyn;Ososi Onipapo = um dos antigos, tem culto a mais de um século no país;Ososi Orisambo = possui seu assentamento diferente dos demais;Ososi Esewi/Esewe = seu mito o liga a Ossaniyn e as vezes a Osala segundo os "antigos";Osossi Arole = uns de seus epítetos;Ososi Obaunlu = segundo registro há um assentamento deste orisa aqui no Brasil desde 1616 no ase de D.Olga de alaketu, é considerado o patrono de ketu;Ososi Beno = um dos mais antigos, detalhe tem assento aqui em São Paulo, cidade considerada emergente para tradições do candomblé Keto, com poucas casas antigas.Ososi DanaDana = aquele que ateou fogo ou roubou, um epíteto dos mais perigosos dado ao caçador.Ode Wawa = epíteto do caçador;não se tem notícia do seu culto no Brasil;Ode Wale = epíteto do caçador, não se tem notícia de seu culto no Brasil;Ode Oregbeule = é um Irunmale, portanto acima do orisa foi um dos companheiros de Odudua em sua chegada na terra segundo sua mitologia;Ode Otin = outro caçador confundido com Ossosi, sua lenda o identifica ora como uma caçadora ora como um caçador, contudo sua ligação com Ossosi é fato, Otin se apresenta sempre junto com ele a ponto de confundi-los;Ode Karo = um do caçadores que também mora as margens de um rio é irmão de Igidinile.Ode Ologunede = o chefe de guerra de Ede, titulo ganhado quando seu pai o entregou aos cuidados de Ogún;Olo = senhor, gun = guerra, Ede = um lugar na áfrica.É filho de um outro caçador chamado Erinle tendo como mãe Osún Iponda. O posto de asogun, a priori, surge desse mito que o liga a Ogún companheiro de seu pai.Possui outros nomes como Omo Alade, ou seja, o príncipe coroado. Não há qualidades de Logun como acreditam alguns tais como locibain, aro aro, etc., são apenas nomes tirados de cânticos, aliás aro quer dizer tanta coisa menos nome de orisa. O nome Ibain é de um outro caçador homenageado nos cânticos de Ologun, esse caçador inclusive é o verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto. Oba L`Oge é um outro nome para esse orisa. É da região de Ijesa;Ode Erinle = outro caçador confundido com Osossi no Brasil. Seu assento é completamente diferente dos demais, pois Erinle ou Inle é um orisa do rio do mesmo nome, o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara. Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira, seu culto antecede o de Ossayn, o pássaro os representam. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Ossosi.Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. Ode Otin se apresenta como sua filha, às vezes e ai é representado por uma enguia. Ainda temos Boiko como seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil o ligam a Osún e a Iyemanja pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala, Erinle é um orisa andrógino e considerado o mais belo dos caçadores;Ode Ibualama = uma outra versão para Erinle quando ele se apresenta mais ao fundo do rio, há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. Aliás há vários templos mas todos são de um orisa só: Erinle nessa situação o caçador traça um outro caminho e pactua seus mitos com Omolu, Osumare, Nana,etc. A montagem de seu Igba (cuia) também difere de um simples alguidar com um ofa para cima como é comum as pessoas não esclarecidas assim fazer.Ossaniyn, Omolu, Oluaye, Osumare, Nanan e Iroko.Ossaniyn = Também chamado Baba Ewe, Asiba, que são epítetos do orisa. Possui seu próprio sistema divinatório; o orisa exerce suas funções interligadas a Esu composto ao mesmo tempo em que ele. Kosi ewe, kosi orisa: Sem folhas, sem orisa.Osumare = Chamado Araka seu epíteto. É o orisa do arco-íris e da transformação, não deve ser confundido com o vodun Becem que se apresenta como Dangbe, Bafun, Danwedo todos da família Danbira e cultuados em outra nação.Omolu / Obaluaye = É como se apresenta o orisa sapata transmutando-se para formas conhecidas tais como: Agoro, Telu, Azaoni, Jagun, Possun, Arawe, Ajunsun, Afoman, etc, cada qual com suas particularidades.Nanan = apresenta-se nas formas conhecidas como: Iyabahin, Salare, Buruku, Asainan, sem culto no Brasil. É sempre bom lembrar que muitos nomes são de lugares onde se cultua o orisa. Por exemplo: Ajunsun é o Rei de Savalu, assim como Dangbe é o Rei do Gege, portanto são nomes que dão origem as suas formas. :Iroko = orisa da gameleira (no Brasil), controla a hemorragia humana.Iyabas são os orisá feminino.Oba = orisa guerreira é única em seu aspecto.Iyewá = orisa guerreira única em seu aspecto.Osún Opara = a orisa se apresenta jovem e guerreira.Osún Iponda = jovem e guerreira, da cidade de Iponda.Osún Ajagura = jovem e guerreira, nação nagô - Oyo, Pernambuco.Osún Aboto = aspecto maduro da orisa.Osún Ijimun = aspecto idosa e dada as feitiçarias, ligação com Iami Eleye.Osún Iberin = aspecto maduro da orisa, nessa forma não desce nas cabeças.Osún Ipetu = aspecto maduro da orisa.Osún Ikole = seu mito a liga a Iemanjá e Ode Erinle, transformou-se numa ave.Osún Popolokun = Conta os antigos que não vem mais, será?.Osún Osogbo = ela deu oringem ao nome da cidade de Osogbo.Osún Ioke = Se apresenta como caçadora.Osún Kare = Um de seus títulos, Kare tem seu próprio nome que poucos conhecem.Iyeyeo Ominibu = epíteto da Osún.Iyemoja Ogunte = orisa se apresenta jovem e guerreira.Iyemoja Iyasesu = assume a maternidade de Sàngó é ranzinza e respeitável.Iyemoja Saba = uma das formas da mãe.Iyemoja Maleleo = não se obteve noticias desse aspecto no Brasil.Iyemoja konla = seu mito conta que ela afoga os pescadores.Iyemoja Ataramaba = Nessa forma ela está no colo de sua mãe olokun.Iyemoja Ogunde = aspecto da orisa cultuado no Nagô em Pernambuco.Iyemoja Iyá Ori = nessa forma ela assume todas as cabeças mortais.Iyamase = forma de quando ela é definitivamente mãe de Sàngó.Iyemoja Araseyn = fuxico com Ossayn.Oyá Leseyen = uma das Igbales que mora no próprio Lesseyen.Oyá Egunita = orisa Igbale.Oyá Foman = orisa Igbale.Oyá Ate Oju = orisa Igbale aspecto dificil de Oyá quando caminha com Nana.Oyá Tope = uma de suas formas.Oyá Mesan = um de seus epítetos.Oyá Onira = rainha da cidade de Ira.Oyá Logunere = uma de suas formas.Oyá Agangbele = esse caminho mostra a dificuldade quando a geração de filhos.Oyá petu = nesse aspecto ela convive com Sàngó.Oyá Arira = uma de suas formas.Oyá Ogaraju = uma das mais antigas no Brasil.Oyá Doluo = eró ossayn; culto Nagô.Oyá Kodun = eró com Osaguian.Oyá Bamila = eró Olufon.Oyá Kedimolu = eró Osumare = Omolu................

sábado, 25 de junho de 2011

CABOCLOS....

Os caboclos e caboclas, na Umbanda e no Candomblé de Caboclo, são representantes do mundo natural e dos espíritos. O termo “caboclos” pode derivar do tupi kara'ïwa, "homem branco", e oka, "casa", do tupi caa-boc, "o que vem da floresta" ou de kari’boca, "filho do homem branco". Originalmente se referia ao índio escravizado ou catequizado ou ao mestiço de branco e indígena, em oposição aos silvícolas resistentes à assimilação e cristianização, chamados pejorativamente de "bugres" ou "tapuias".
Na Umbanda, parece passar por um eufemismo respeitoso, dadas as conotações negativas do termo "índio" no século XIX, quando se formou o Candomblé de Caboclo, ou mesmo início do século XX, quando a Umbanda, influenciada por esse culto (e também pelo Catimbó, pelo Candomblé, pelo espiritismo kardecista e por outras correntes esotéricas), foi oficialmente inaugurada, em 15 de novembro de 1908, com a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas no bairro de Neves, em Niterói (RJ), através do médium Zélio Fernandino de Moraes.

Os caboclos mais tradicionais são os "caboclos índios" ou "caboclos de penas". Outras figuras populares do folclore nacional foram gradualmente acrescentadas a essa categoria, que hoje inclui boiadeiros, ciganos, marinheiros e baianos.

Na concepção mais difundida, sistematizada por Matta e Silva nos anos 50, os caboclos e caboclas se organizam em falanges subordinadas a cinco dos orixás: Oxalá, Ogum, Xangô, Oxóssi e Iemanjá. Os três primeiros reúnem apenas caboclos, Iemanjá apenas caboclas e Oxóssi, caboclos de ambos os sexos....

ALGUMAS OBSERVAÇÕES.....

O verdadeiro DEBURU é feito com milho vermelho ( de galinha ).


- Todos os animais são cortados pelas juntas.


- SÀNGÓ sò come quente.


- Todas as obrigações leva flores, frutas e doces.


- Todos os Òrìsás comem ACARAJÉ


- O ACARAJÉ para ÒSUN ÒPARÀ é feito no azeite doce.


- O ÌGBÍN tem que ser calçado com frango.


- AYRÀ é um ÒRÌSÁ e não uma qualidade de SÀNGÓ.


- ÒNIRA é um ÒRÌSÁ e não uma qualidade de OYA.


- Tudo para o santo tem que ser lavado no ABÓ.


- A gamela para SÀNGÓ é redonda, e para AYRÀ é oval.


- ÀIYÉ é a terra em que vivemos.


- ÒRUN é o "céu ".


- IMONLÈ - espíritos.


- ÀSE - poder.


-ÈÈWÒ - proibição ( kizila ).


- OLÓÒRUN - uma das denominações de OLODUMARÈ, o Deus Supremo.


- ÒSÓÒSÍ não leva mel de abelhas.- ÒÒSÀÀLÀ e AYRÀ não levam sal nem azeite de dendê.


- A cabeça do animal leva a boca / bico. Irá relatar no ÒRUN as nossas necessidades e os nossos pedidos;


- Os pés dos animais são para caminhar ( dar caminho ao ODU );


- Os olhos devem ser cobertos na hora do sacrifício, para que não levem a nossa imágem;


- As penas do peito é para nossa proteção;


- As penas são para voar, no sentido de transpormos nossas dificuldades na vida;


- A cauda é para nos dá o leme, o equilíbrio, a direção na vida;


- O sacrifício do pombo é para dotar-nos da habilidade de voar por sôbre os perigos;


- O do peixa é para amenizar os sofrimentos. Na hora do sacrifício pedir sorte, fartura e prosperidade;


- Ao sacrificar o ÌGBÍN, pedir paz, harmonia e afastar dos perigos;


- O OBI representa a interrelação de amizade, o pacto de comunidade entre o IYAÓ, o zelador e o ÒRÌSÀ. Significa a vida;


- O DENDE suavisa a ira das divindades;


- O ATAREM é para dar força;


- Oferendas: Após a de ÈSÙ, a primeira será para ÒGÚN, mesmo que o IYAÓ não seja seu filho;


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sexta-feira, 24 de junho de 2011

ORIXÁ [ORISÁ] OTIM .....A CAÇADORA......

Otim esconde que nasceu com 4 seios" Oquê, rei da cidade de Otã, tinha uma filha. Ela nascera com 4 seios e era chamada de Otim.O rei Oquê adorava sua filha e não permitia que ninguém soubesse de sua deformação. Este era o segredo de Oquê, este era o segredo de Otim. Quando Otim cresceu, o rei aconselho-a a nunca se casar, pois um marido, por mais que a amasse, um dia se aborreceria com ela e revelaria ao mundo seu vergonhoso segredo. Otim ficou muito triste, mas acatou o conselho do pai. Por muitos anos, Otim viveu em Igbajô, uma cidade vizinha, onde trabalhava no mercado.

Um dia, um caçador chegou ao mercado, e ficou tão impressionado com a beleza de Otim, que insistiu em casar-se com ela. Otim recusou seu pedido por diversas vezes, mas, diante da insistência do caçador, concordou, impondo uma condição: o caçador nunca deveria mencionar seus quatro seios a ninguém . O caçador concordou, e impos também sua condição: Otim jamais deveria por mel de abalhas na comida dele, porque isso era seu tabu, seu euó.... Por muitos anos, Otim viveu feliz com o marido. Mas como era a esposa favorita, as outras esposas sentiram-se muito enciumadas. Um dia, reuniram-se e tramaram contra Otim. Era o dia de Otim cozinhar para o marido; ela preparava um prato de milho amarelo cozido, enfeitado com fatias de coco, o predileto do caçador.

Quando Otim deixou a cozinha por alguns instantes, as outras sorrateiramente puseram mel na comida. Quando o caçador chegou em casa e sentou-se para comer, percebeu imediatamente o sabor do ingrediente proibido. Furioso, bateu em Otim e lhe disse as coisas mais cruéis, revelando seu segredo: "Tu, com teus quatro seios, sua filha de uma vaca, como ousaste a quebrar meu tabu?"A novidade espalhou-se pela cidade como fogo.

Otim, a mulher de quatro seios, era ridicularizada por todos. Otim, fugiu de casa e deixou a cidade do marido Voltou para sua cidade, Otã, e refugiou-se no palácio do pai. O velho rei a confortou, mas ele sabia que a noticia chegaria também a sua cidade.Em desespero, Otim fugiu para a floresta. Ao correr, tropeçou e caiu. Nesse momento, Otim transformu-se num rio, e o rio correu para o mar. Seu pai, que a seguia, viu que havia perdido a filha.

Lá ia o rio fugindo para o mar. Querendo impedir o Rio de continuar sua fuga, desesperado, atirou-se ao chão, e, ali onde caiu, transformou-se em uma montanha, impedindo o caminho do rio Otim para o mar.Mas Otim contornou a montanha e seguiu seu curso.Oquê, a montanha, e Otim, o rio, são cultuados até hoje em Otã. Odé, o caçador, nunca se esqueceu de sua mulher.


Fonte: "mitologia dos Orixás" - Reginaldo Prandi

domingo, 19 de junho de 2011

...As drogas e o tráfico invadindo os terreiros....

As drogas invadem os Axés! (BA)Traficantes invadem Opó Afonjá em Salvador...
O mais recente exemplo de desinteresse político e ausência de Políticas Públicas que combatam o tráfico de drogar e que resgatam cidadãos da dependência química, é o que está acontecendo e que pode ser entendido como um afronto à todos os tipos de crença. Os espaços sagrados dos Terreiros de Candomblé não estão mais imunes à violência. A força dos Orixás não conseguiu impedir que, na área de Mata Atlântica dentro do Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá, de Mãe Stella de Oxóssi, no São Gonçalo do Retiro, criminosos montassem uma cabana para servir de quartel para venda e distribuição de drogas na Baixinha de Santo Antônio. O espaço físico da cabana em meio a árvores e plantas sagradas, montado com mesa de tampo de vidro, cadeiras, balança de precisão e sofás, foi destruído pela polícia há quatro meses, contudo, o ambiente ainda continua sendo usado pelos traficantes. Os usuários de crack, maconha e cocaína ameaçam os templos e moradias dos Filhos-de-Santo. São constantes os arrombamentos aos cerca de 130 imóveis existentes na área de 39 mil metros quadrados do Terreiro, que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Recentemente, foram invadidas as casas dedicadas à Iemanjá, Oxalá e Oxum. Nos imóveis erguidos para Iansã, Ogum e Omolu, foram arrancadas as inscrições com os nomes dos Orixás, feitas de bronze. Já na última quarta-feira de dezembro, foi levado o cofre com oferendas depositadas por fiéis para Xangô. No mesmo dia, os ladrões invadiram a casa de Oxalá, de onde levaram um botijão de gás, depois de entrar pela janela e arrombar 28 portas dos Filhos-de-Santo. De acordo com o presidente do Conselho Civil da Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá, Ribamar Daniel, os ladrões costumam entrar na casa quando ela está vazia, levam dinheiro, bagunçam tudo. Ele contou ainda que o Conselho do Terreiro decidiu encaminhar ofícios aos Ministérios Públicos Federal, Estadual e IPHAN, solicitando apoio e proteção ao Terreiro. Além dos roubos, os usuários de drogas fazem das varandas dos imóveis dedicados aos Orixás, “rodas” para fumar maconha e fazer sexo.
A líder religiosa do Terreiro, Mãe Stella, não acredita que as ações violentas contra o Ilê Axé Opô Afonjá estejam relacionadas com intolerância religiosa. “Isso é coisa de jovens levados pelo tráfico de drogas. Eles têm falta de amor próprio, só assim podem ter coragem de profanar um local sagrado. Não se consideram como gente”, reclamou. A área do Terreiro, segundo a polícia, está encravada em um bolsão de tráfico de drogas. “Isso facilita que os bandidos invadam o terreno. Nos últimos meses, a direção do Terreiro, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER), resolveu construir um muro de concreto para separar o Terreiro da invasão. Traficantes, porém, já mandaram avisar que vão derrubar o muro. “...Nosso espaço precisa ficar separado”, disse Mãe Stella, que este ano comanda a festa em comemoração ao centenário do Terreiro. ”Ficarmos cercados é um retrocesso da nossa religião, que tanto lutou pela liberdade de culto. No passado, convivemos muito com a intolerância, até da própria polícia. Mas nesse momento, o muro é a melhor opção”, completou. Os fundos das Casas de Santo, a área de matagal, são o esconderijo predileto dos assaltantes, usuários e traficantes de drogas. Para todo o terreno, entre mata e residências, há apenas um segurança, desarmado, que, além de percorrer o terreno, ainda tem que fazer, às vezes, de porteiro. Por ser uma área privada, a responsabilidade de manter a segurança é do Terreiro. Contudo, como há vigilância particular, os funcionários serão ouvidos para prestar esclarecimentos sobre os furtos. “O valor de manutenção da guarita com o segurança é pago, desde 2008, por um freqüentador do Terreiro. Isso foi preciso depois que roubaram 200 cadeiras do barracão”, explica Ribamar. Além disso, a PM faz rondas na área do Terreiro, quando chamada. Bombas, marretas e metralhadoras foram usadas para colocar no chão um Terreiro de Candomblé na invasão Babilônia, no bairro de Tancredo Neves. A demolição, promovida por traficantes da região no último dia 20 de dezembro, quatro dias após o Pai-de-Santo José dos Santos Bispo (Pai Santinho), ser assassinado a tiros em sua casa, que ficava no mesmo prédio do Terreiro. No dia da derrubada do imóvel, os foguetes anunciaram a festa em frente aos restos do Templo. Os Filhos-de-Santo foram expulsos do local pelos traficantes. “Ogãs receberam ordem para sair e não pisar mais na Babilônia. Tudo foi destruído. Até uma bomba jogaram na casa de Exu. Foi o maior desrespeito a nossa religião. Os traficantes botam todo mundo para correr de lá”, disse uma testemunha. Pai Santinho, que chegou a morar na Itália e era travesti, foi encontrado com marcas de tiros no banheiro de sua casa. O religioso foi morto no ano passado, em 16 de dezembro, após ter denunciado que um de seus Filhos-de Santo havia sido assassinado.


Os assaltos ao Terreiro de Mãe Stella, e a demolição do de Pai Santinho, segundo a Polícia, não são as principais ocorrências da área. “São 27 homicídios por mês na região. As ruas são estreitas e o tráfico de drogas é muito pulverizado”. Para o pesquisador, historiador e professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Jaime Sodré, a agressão ao terreiro de Mãe Stella é um ato de barbárie. “Foi um gesto absurdo de primatização, de retorno ao primitivo. Cabe à polícia dar uma resposta aos Orixás”. Líderes do Candomblé ficaram indignados com os ataques. A Iyalorixá do Terreiro Gantois, no bairro da Federação, Mãe Carmem de Oxalá desabafa: “É uma falta de respeito pela fé, pelo ser humano e ao Patrimônio da Humanidade”. A revolta é compartilhada também por Mãe Índia, do Terreiro de Bogum, no Engenho Velho da Federação. “Nunca tivemos problemas com eles (bandidos), mas não estamos livres de um ataque. Sinto por Mãe Stella, Iyalorixá respeitadíssima no Brasil”, disse. A Federação Nacional do Culto Afro-brasileiro (FENACAB) encaminhou ao governador Jaques Wagner um documento solicitando providências em relação aos ataques e à violação do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. Criado em 2005, o Núcleo de Religiões de Matriz Africana da PM da Bahia (NAFRO-BA) orienta Pais e Mães-de-Santo sobre como agir em casos de invasão dos espaços sagrados. Também faz a aproximação entre os comandantes da PM e os Terreiros.


Fonte: FOESP

quinta-feira, 16 de junho de 2011

EXPLICANDO OS ODÚS....


,Gostaria que pergunta-se a seu babalorisa ou iyalorisa, pq tiram odu de seus iyawo, através de data de nascimento?
Pois ORUMILA ,nao tinha cartório na africa,assim como nenhum orisa foi registrado no cartorio,muito menos exu,como tão pouco egun,numerologia é coisa de inglês, e igual ao signo do zodiaco,mas nada a ver com o oraculo de IFA ,como tao pouco numerologia,nao tem nada a ver com meridilogum dado por oxun,ao exu para espalhar o oraculo de ifa ,para as yalorisas, e babalorisas.
sabe como é composto um odu?
Esse tem dentro de si o primeiro egun nascido em cada oba odu e omo odu,tem orikin,tem orin,tem adura,tem ese(ditados),poemas,com os quais se advinha o cliente sobre sua vida espiritual,economica,amorosa e social,tem demais historias (apatakis),ebó egun,ebó orisa,ebó iyami,oso(oxó),ebó ifa,ebó exu e como se monta o exu orisa e exu bara(dinamica do corpo),entao me digam como pela data de nascimento,determinada por um cartorio,pode determinar a vida de um iyawo,uma iyalorisa ou um babalorisá?? , na verdade todos tem odú, mas tem que se saber como usar e   fazer a sua vida andar muito melhor.


Pessoal eu aprendi de outro modo e não por numerologia...pois aprendi com um amigo que  me mostrou outro caminho..Agora conheço várias pessoas que tiram odú por data de nascimento
realmente odu não e revelado em numerologia. cabala é cabala numerica , e não odu
porem são 16 principais odus, são 12 meses do ano ai se ver, que nunhuma pessoa pode ser filha do odu 13, 14, 15, 16.
odu é revelado em rituais.. [sacar Odu através de datas, intuição, contas utilizando datas de nascimento e outros métodos, nada têm a ver com a verdadeira liturgia do Orixá.]



1- OKANRAN
Fecundação : Olorun fez o homem, que era a sua imagem, chamado ISELE, que vivia só e pediu-lhe uma companheira. Olorun, então, chamou Esu para ajudar, no que fosse possível, a ISELE. Esú, porém, não aceitou as determinações e desobedeceu, insubordinadamente as ordens de Olorun, este, então, ordenou a Esú que viesse para a terra. Por sua vez Esú saiu provocando revoltas. Da desobediência e insubordinação foi parido OKARAN.


Sexo : Feminino 
Elemento : Ar/Fogo 
Cor : Roxo. Vermelho, Preto, Branco, Azul Índigo 
Metal : Ferro 
Regência Corpórea : Língua, garganta, voz(ele é líder através da voz) e respiração ofegante 
Doenças : Equizemas, dermatoses, furúnculos, problemas odontológicos (infecções) 
Ewo : Bagre, couve, pegar em caixão com cadáver, sapatos furados e abóboras 
Símbolo gráfico : Perfil de 2 rostos 
Síntese :"Com a desgraça dos infelizes se constrói o império dos poderosos". 
"Quem tudo quer tudo perde"   2 - EJI-OKO


Fecundação : Eji-oko foi fecundado através da união dos Odu Ose e Eji-onile 
Sexo : Feminino 
Elemento : Ar/Terra 
Cor : Vermelho e Preto (em todas as nuances) 
Metal : Ferro e Prata 
Regência Corpórea : Pênis, testículos, duração de ereção, estômago(ulcera) 
Doenças : Gastrite, estomatite, impotência sexual, inchaço, doença venérea. todas as doenças estomacais. 
Ewo : Cor roxa, miúdos de porco e boi, pimenta de qualquer espécie, ficar perto de pessoas doentes, carne de porco 
Símbolo gráfico : Útero com feto ou um búzio 
Síntese : "Em boca calada não entra mosca"


3 - ETA-OGUNDA


Fecundação : Através do peixe, pano branco e areia de praia. 
Sexo : Masculino 
Elemento : Fogo 
Cor : Branco, Azul e Preto (todas as nuances) 
Metal : Ferro 
Regência Corpórea : Pênis, testículos, estômago e braços 
Doenças : Gastrite, ulcera, azia, gastrite, pulmão (infecção), faringite, amidalite, sinusite, inflamações ósseas, escoriações (por acidente), fratura dos membros superiores e inferiores. 
Ewo : galinha d'angola(comer) arma de fogo(próxima), porta de botequim, aguidar(no colo), carregar coisas na cabeça, parque de diversões (para alguns omo) 
Símbolo gráfico : Mão direita, empunhando um punhal, do qual descem gotas de sangue. 
Síntese : "Todos os galos que hoje cantam, ainda ontem eram ovos"


4 - IOROSUN


Fecundação : Olorun chamou, mais uma ISELE e o mandou raspar osun(pó) e colocar num brejo. Da fecundação de Irosun nasceu Nanã, representada por 7 braços(Nanã Ibain). 
Sexo : Feminino 
Elemento : Fogo 
Cor : Vermelho (em todas as nuances) 
Metal : Cobre e Prata 
Regência Corpórea : olhos, artérias(sistema circulatório), vesícula, parte dos intestinos, costas.
Doenças : pele, equizemas, anemia, leucemia, fraturas superiores (aproximadamente até os 36 anos). 
Ewo : pé na lama ou poça d'água, água de lavagem de estabelecimento, sentar, imediatamente após outra pessoa levantar do lugar, romã, usar roupas que já foram usadas por outra pessoa. 
Símbolo gráfico : forma espiralada 
Síntese : "Aquele que fala irrefletidamente assemelha-se ao caçador que dispara sem apontar"


5 - OSE Fecundação : A fecundação de Ose foi através de cinco espelhos, redondos, um pedaço de pano branco, um pedaço de pano amarelo, na beira de um rio. 
Sexo : Masculino 
Elemento : Terra/Água 
Cor : amarelo e branco são as principais. O preto, roxo e o cinza não se usa para nada, em relação a este Odu, porém usa-se as demais cores. 
Metal : Ouro e latão amarelo 
Regência Corpórea : ossos, articulações e cartilagens 
Doenças : glaucoma, catarata, astigmatismo, artrite, reumatismo, osteoporose, acidente(deixando marcas na face), problemas dentários, fluxo menstrual excessivo ou escasso, problemas no baixo ventre, problemas no parto, pode gerar mongolóide, gula (trazendo intoxicação) 
Ewo : quebrar osso, putrefação, charcos, lodaçais, pântano objetos de marfim, caveira de animais sacrificados, chifre de veado, galinha d'angola(para algumas pessoas) troca-se por galo, sal grosso(para algumas pessoas) 
Símbolo gráfico : Uma lua crescente ou um osso com tutano 
Síntese : "Nem tudo que reluz é ouro" 
"Quem espera por sapatos de defuntos, a vida toda andará descalço"


6 - OBARA


Fecundação : Foi gerado de um bloco de ouro. Suas arestas representam a riqueza. Obará fez a fecundação com Eji-Lasebora. De Obará veio Ajé e de Lasebora veio Araiun, que não toma a cabeça de ninguém, porém gerou 12 qualidades de Sango e todos os Orisas. 
Sexo : Masculino 
Elemento : Ar/Água 
Cor : Salmon e Azul (em todas as tonalidades) 
Metal : Ouro, Ouro branco e platina 
Regência Corpórea : rins e aparelho urinário 
Doenças : infecção urinária, parto, dores fortes, de cabeça, circulação sanguínea. depressão, testículos. 
Ewo : emprestar dinheiro, roupa usada por outrem, contato com miséria, dar esmola, jogo de carteado, gente bêbada 
Símbolo gráfico : Uma corda, vertical, de 6 metros de comprimento, com 6 nós 
Síntese : " Quem come e guarda, tem mesa duas vezes" 
"Da mentira nasce a verdade" 
"a natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca, para nos advertir que se impões mais ouvir do que falar"


7 - ODI 7 - ODI


Fecundação : Água, farofa, níquel e prata fecundaram Odi, este enamorou-se por Eta-Ogunda e nasceu Iemonja e Osoguyan. Odi pariu Osumare e Eta-Ogunda gerou Yemonja e Anibein e destes nasceram Ogun Torininan e Agbalaju (Ogunja) 
Sexo : Feminino 
Elemento : Terra 
Cor : Preto e todo quadriculado que tenha o fundo preto 
Metal : Estanho 
Regência Corpórea : nádegas, pele 
Doenças : Todas de pele, Aids, nas nádegas, câncer de pele 
Ewo : dar e vestir roupas usadas para e de outra pessoa, roupas remendadas, travesseiro usado por outra pessoa, tecidos berrantes 
Símbolo gráfico : Nádegas 
Síntese : " Quanto maior o coqueiro, maior o tombo" 
" A alma não tem segredos que a conduta não revele"


8 - EJIONILE


Fecundação : Isele levou ao alto de uma montanha, um quadrúpede e o ofereceu em holocausto, surgindo então Eji-Onile que gerou Kinaman. 
Sexo : Masculino 
Elemento : Água 
Cor : Branco 
Metal : Chumbo 
Regência Corpórea : sistema respiratório, coluna vertebral, artéria (sem o sangue) 
Doenças : Cólicas (gerais) 
Ewo : carne seca, maxixe, taioba, inhame 
Símbolo gráfico : Um círculo vazio 
Síntese : " O afobado come cru e passa mal" 
" Quem quer tudo o que vê, não vê o que quer"


9 - OSA


Fecundação : Foi fecundado através da união da papoula vermelha com pano vermelho. Este Odu gerou Oya. 
Sexo : Feminino 
Elemento : Terra 
Cor : Vermelho, branco e azul 
Metal : Prata e Cobre 
Regência Corpórea : todos os órgãos, principalmente as vísceras, olhos, as fossas nasais, os lábios, as coxas, as pernas e os pés, genitália feminina 
Doenças : paralisia, estrabismo, alguns tipos de câncer 
Ewo : visitar ou estar com mulher grávida, velhos 
Símbolo gráfico : Lua minguante com um rosto saindo dela 
Síntese : "Quem espera sempre alcança"        
 10 OFUN
Fecundação : Olorun ordenou a Isele que raspasse efun e misturasse com o orvalho e a neblina, fecundando dessa forma Ofun. Ofun gerou Osala e Oduduwa 
Sexo : Feminino 
Elemento : Fogo 
Cor : Branco 
Metal : Chumbo e estanho 
Regência Corpórea : pernas, joelho, barriga, umbigo 
Doenças : inchaço nas pernas, pulmonares, sangue grosso, sudorese, esclerose, artrose, colesterol alto, diabetes mielites 
Ewo : pano preto, vermelho, azeite de dendê, carvão. galo (qualquer cor) 
Símbolo gráfico : Quadrúpede todo branco ou um casal de anciãos 
Síntese : " Faça o que digo, mas não faça o que eu faço"


11 - OWONRIN


Fecundação : Foi fecundado através do pano preto, vermelho, branco, água, mel e cachaça, numa encruzilhada de quatro pontas. 
Sexo : Feminino 
Elemento : Fogo 
Cor : todas as cores sempre em número de seis 
Metal : Ferro e cobre 
Regência Corpórea : mãos, pés, articulações 
Doenças : cólicas menstruais, leucemia, envenenamento (causando morte) 
Ewo : roupa em tecido xadrez, peixe "vermelho", escada de madeira (subir), coco, peixe "corvina" 
Símbolo gráfico : Três triângulos superpostos 
Síntese : " Devagar se vai ao longe"


12 - EJILASEBORA


Fecundação : Sua fecundação deu-se através de raios e trovões. 
Sexo : Masculino 
Elemento : Ar e fogo 
Cor : Cobre, Grená, Dourado e Branco 
Metal : Cobre 
Regência Corpórea : rins 
Doenças : renais, hipertensão, alcoolismo, dores de cabeça forte, problemas mentais, provocados por pancada na cabeça 
Ewo : cor vermelha (para alguns), louça quebrada, pepino, molho de pimenta, batata inglesa (pegar), gema de ovo(para alguns), magnólia (flor) 
Símbolo gráfico : Uma fogueira, com 12 dormentes ou 12 quiabos, formando uma coroa 
Síntese : " Quem come o mel sozinho, faz doer seu estômago"
13 - EJIOLOGBON


Fecundação : Sua fecundação se deu com a união de água de mangue, terra e barro. 
Sexo : Feminino 
Elemento : Terra e Água 
Cor : Preto 
Metal : Ferro (em pó) 
Regência Corpórea : ossos (juntas), cartilagens, unhas, cabelos. 
Doenças : dores, generalizadas, pelo corpo, artrite, artrose, reumatismo, dores na coluna. 
Ewo : lixo, por muito tempo, em casa, lama de mangue, assobios, cemitério 
Símbolo gráfico : Um círculo negro 
Síntese : " Chifres em cabeça de burro"


14 - IKA-ORI


Fecundação : Este Odu foi fecundado pela serpente encantada - OKÁ- , para destruir Isele 
Sexo : Masculino 
Elemento : Terra e Água 
Cor : Toas as cores, preferência pelo preto, vermelho e azul 
Metal : Cobre, ferro e latão misturados 
Regência Corpórea : Vértebras(movimentos, olhos, atua também sobre os seguintes casos: cirurgia geral, gravidez, provocando aborto 
Doenças : buco-faciais, glaucoma, catarata, gengiva, coluna, nevralgias 
Ewo : mata escura, gato dentro de casa, cachorro, cabra 
Símbolo gráfico : Uma serpente 
Síntese : " Em terra de sapo, de cócoras com ele"


15 - OGBEOGUNDA


Fecundação : Sua fecundação deu-se através da união de akasa brancos e amarelos, próximo a uma jazida de ferro. Aí, então, foi gerado o primeiro Ogun. 
Sexo : Feminino 
Elemento : Terra (negra ou avermelhada) 
Cor : Terracota, vermelho caboclo e marrom avermelhado 
Metal : Prata e Ferro 
Regência Corpórea : pernas, olhos, tórax, lábios e orelha 
Doenças : Glaucoma, catarata, vitiligo, estrabismo, qualquer doença torácica 
Ewo : animal de pelo escuro (em casa), faca para sacrifício (usar), pássaros engaiolados 
Símbolo gráfico : Uma hiena 
Síntese : " Devagar e sempre"


16 - ALÁFIA


Fecundação : Sua fecundação deu-se pela união do algodão, Efum, níquel e estanho. 
Sexo : Feminino 
Elemento : Terra e Ar 
Cor : Branca, principalmente e também azul e vermelho 
Metal : Marfim (embora não seja metal é o principal representante), chumbo e estanho 
Regência Corpórea : Todo corpo humano 
Doenças : toda e qualquer doença 
Ewo : Não há, porque convive com tudo que existe na vida 
Símbolo gráfico : Um círculo, vazio, representando o mundo espiritual, dentro deste um quadrado que representa o mundo material. 
Síntese : " Na escola da vida, não se tira férias"




                                                                                  

ORÔ PIPÁ..[SACRIFICIOS]

Ritualística do Bicho de 4 Pés


O animal de 4 patas depois de lavado as partes consideradas sujas é conduzido, puxado por uma corda forte, a mesma que será enrolada no seu focinho entoando-se a cantiga :


Mo rúbó
Mo rúbó sè
Mo rúbó
Mo rúbó o


Seguidamente ofereça a folha de aroeira ou goiabeira ao animal cantando:


Eran orisà
Orisà ko be re o
Eran orisà
Orisà ko be re o o


Assim que o animal pegar a folha canta-se:


O dì gaingan
O dì gan o


O dì gaingan
O dì gan o


Para saudar o animal tocando em sua cabeça ( significa que o animal irá morrer ao invés da pessoa, uma espécie de troca) canta-se:


Ago bó ni je
Alá foríkan
Alá foríkan gbogbo o
Ago bó ni je
Alá foríkan
Alá foríkan àiyé


Após retirada a corda será cortada em partes iguais canta-se:


Dide ko sa le ni dahome
Kò sí ni dide okùn o 


Cortando os esés do quadrupede:


Bate-se com o obé nas juntas antes de cortar cantando:


A sinsé
Esé koma se hun
A sinsé
Esé koma se hun


Temperando a matança


Epô pupa (dendê)


Epo oju  oju oloja      
Epo oju oju oloja
Epô


Oyn (mel)


Mara in e Mara oyn    Mara in e Mara oyn
Dundun mama niwa lase
Mara in e ni  mara oyn


Oti (Moscatel ou cachaça)


Mara in a Mara oti o  (moscatel)                 
Mara in e Mara oti o
Dundun mama niwa lase
Mara in ni mara oti o


Yó (sal)


Iyó iyó lojé                 
Iyó
Iyó lojé iyó


Omitoro (agua de akasá)


kilofo mo re              
omitoro
kilofo mo re
omitoro


Espargindo aluwá cante :B’atisofere
B’atisofere
Nje  akikan b’atisofere


Jogando água em cima da matança e igbás:


T’omi npa kun
Tete  omi agba jo ni npa awo
Tete omi agba jô ni npa ejo 
t’omi npa kun


Cantando para tirar as penas das aves


Egan gbobo bo wa yeye
Egan gbobo bo wa o
Egan gbobo bo wa yeye
Egan bo gbobo o


Cantando para cortar as partes das aves 


Eran gbobo bo wa yeye
Eran gbobo bo wa o
Eran gbobo bo wa yeye
Eran bo gbobo o


Arriando diante do igbá orisa as partes cortadas em cima do couro do cabrito ou cabra canta-se :


Awa kaforican  eran  moba  
E kopanije
Awa forican  
Awa  kaforican   Oderan


Apresentando o ori do quadrúpede, cruze o obé sobre o ori deste e ao levantar o ori cante :


Ogege mona ti biri ti ori o dide mona ti biri ti 
Ogege mona ti biri ti ori o dide mona ti biri ti 


Ao descer o ori cante :


Ogege  mona ti ri ma ori o dide mona ti ri ma
Ogege  mona ti ri ma ori o dide mona ti ri ma


NOTA IMPORTANTE


Por que Osoosi não aceita cabeças
Osoosi deu uma Grande festa na cidade em comemoração a uma Grande Caçada Vitoriosa, Matou um Boi. A Carne todos comeram, quanto a cabeça ele colocou num alguidar a Porta do seu palácio. Durante os festejos, estavam presentes todos os Orixás. Os Bandidos da Aldeia vizinha souberam do que estava ocorrendo e ficaram a espreita aguardando o momento para assaltar a cidade. Mas quando chegaram na porta do Palácio de Odé a cabeça do boi mugiu avisando a presença dos bandidos. Estes foram pegos e a Cidade salva do saque. Os bandidos foram mortos e a festa continuou, daquela data em diante, osoosi, em consideração a aquele animal exigiu que não se oferecesse cabeças em seus sacrifícios e cultuou o Boi como animal Sagrado. 
Por este motivo os Oris dos bichos de osoosi deverão ir para o mato, no caso do coelho e do bode, não se canta a cantiga de oferecimento da cabeça, ela deve ser despachada imediatamente.

Oro Npá
(Oro Ejé)


Outras Cantigas de Oroô Ejé


Etú (Galinha D’angola)
O primeiro bicho a ser sacrificado no ori do iniciado em todo oro de feitura  ou obrigação será sempre a etú (d’angola), pois só esta é quem faz santo e sacraliza o ritual, portanto, deverá ser o primeiro bicho a ser imolado, entoe:


Baba a bi a bi etú konken  (bis)


Na cantiga acima se apresenta à galinha, na cantiga abaixo se sacrifica à galinha:


Kuen kuen kuen
Baba bi a bi etú
Kuen kuen kuen 
Baba bi a bi oro
Kuen kuen kuen
Baba bi a bi etú
Kuen kuen kuen 
Baba bi a bi oma


Entoa-se a cantiga abaixo quando a etú desfalece:


Eran gbobo
Orisa fefe etú 
Eran gbobo
Orisa fefe etú o


Ajapá (Cágado)
Ajapá (Cágado)
o ajapá que terá sido lavado antecipadamente e passado no ajebó que se encontra ao lado do igbá de Sango.
Com uma cordinha de palha cante para que o ajapá ponha o ori para fora, entoe:


Ori Dada
Asé kopa
Gbe na ò
Asé kopa
Araiye
Asé kopa
Gbe na ò
Baba


Obs: Neste momento acima um Ogã toca alujá com aguidavis no casco do ajapá.


Assim que ele tiver posto o ori para fora laça-se com uma cordinha trançada de palha da costa, puxa o nó (forquilha) e dê inicio ao sacrifício, entoe :


Oba Oba lasé Oba
Oba toto bi aro
Obá Obá lasé Obá
Obá Sango Afonjá
Oba Oba lasé Oba


iyelé (Pombo)
Eiyelé  un aja dié
Olowo oju ma wa
Oju npá 
Npá ra sé
Olorun
Olowo oju ma wa
Ago ala
Olorun ibase
Olowo oju ma wa


Agutan (Carneiro)
Agbo agbo agutan Ogun palaso
Tibi kan




copando o veado, o porco  e as Caças em Geral para Odé :
Opo tun
Ojare
Osi e m’afa r’ode
Opo tun
Ojare
Osi e m’afa r’ode


Obs: Essa mesma cantiga acima serve-nos quando vamos castrar um animal, substituímos o trecho Osi e m’afa r’ode  pelo nome do orisá para quem estamos castrando o bicho.


Pepeye (Pato)
Pepeye jan  pepe 
Eru  dandan
Pepeye jan  pepe


Eru  dandan
Eru ade o...
Pepeyé padê l´odo
Eru ade o
Pepeyé padê l´odo
Eru ade o...          
Ejá (Peixe)
Ejá mogbá
Mogbá
Bori eni
Ejá mogbá
Mogbá
Bori ejé