RODOLPHO BAMGBOSE OBTIKU |
A memória coletiva revela que Ìyá Násò, depois de organizar os primeiros momentos do Candomblé do Engenho Velho, em Salvador, resolveu ir para a África juntamente com Oba Tósí, Marcelina da Silva, por volta de 1837. Após 7 anos de permaência, retorna trazendo alguns africanos, entre eles, Bamgbose de Sango, que aqui no Brasil tomou o nome civil de Rodolpho Martins de Andrade, e que seria o patriarca de numerosos descendentes. Numa época escravocrata, assumiu condições de trabalho, como forma de ter e lhe dar condições na organização do culto, conforme desejo de todos.
A sua vinda foi de uma importância fundamental para o grupo que estava sendo formado, tentando dar forma a um modelo de ritual dentro de um padrão de possível aceitação na nova terra. Eraum grupo ligado ao culto de Sango, como Iya Nasô, Rodolpho Obitico, Joaquim Oba Sanya, Marcelina Oba Tosi e Aninha Oba Biyi, entre outros. Isto fez com que a participação deste Orisá nos ritos religiosos se tornasse relevante, com possível razão pela inclusão do Osú, como símbolo da iniciação, o uo do kele, o obrigatório Àmàlà semanal e a sequência de cântigos denominada Roda de Sango, ponto de partida para a manifestação dos demais Orixas.
Conhecido e citado como Bamgbose ( Ajuda-me a carregar o Oxê ) viria a ser reverenciado como Obitiko, ( A família que se reune ), na relação dos ancestrais citados durante o ritual de Ipade, ao lado de Asika, Ajadi, Oduro, Kayode, Adeta Okanlede e demais personagens importantes da ancestralidade afro-brasileira. Os nomes dos homens aqui relacionados possuem muita importância, pois os antigos Bavalawos eram considerados como irmãos das mães de santo e, assim, vistos como Tios merecedores do maior respeito e reverencia. Tinham eles entrada franca em todas as comunidades, e sempre consultados. Eram raros, e não como nos dias atuais. Rodolpho Bamgbose aqui teve vários filhos, sendo que uma de suas filhas viria a dar sentido a família Bamgbose. Julia Maria de Andrade, falecida em 1925 e conhecida como Vovó Julia de Sango Aganjú, cujo nome iniciático era Oba Dára ( O bom rei ). Casou-se com Eduardo Américo de Souza Gomes, um africano natural de Abeokuta, onde nasceu em 1833, e para lá tendo voltado. Um dos filhos do casal seriam personagem importante na linhagem religiosa, Felisberto Nazarenos Sowzer, ou Souza, de Ogunjá, iniciado por um tio, Ewetundé, cujo nome dado foi Oguntosí ( Ogun é digno, poderoso ). Um outro filho foi para a Nigéria e não retornou.Em uma de suas visitas ao Rio, em 1886, Bamgbose, juntamente com Joaquim Vieira e Aninha, organizou um grupo no Bairro da Saúde, num local de reunião de antigos cativos e libertos, talvez um antigo Zungu, deixando alguns símbolos e pedras ligados a Sango, que viria fazer parte da hitória do futuro Axé Opo Afonjá, do Rio. Em uma viagem de Recife para Salvador, passou mal vindo a falecer em Salvador, em 1908. Felisberto, que ficou conhecido como Bezinho, nasceu em Lagos, na Nigéria, vinda criança para o Brasil, tornou a voltar para a África e mais tarde retornando como Babalawo Ifásesi. Talvez seja que neste transito o seu sobrenome Souza. Era inteligente instruí, pois sabia falar inglês e nagô. Passou a viver com uma senhora africana chamada Damásia com quem teve duas filhas, Tertuliana Sowzer de Jesus, iniciada para Ibualámo Ode Tibuse, e Caetana Américo de Souza, já felecida, e que fez Osun Iyeponda. Fundou o Ilê Axé Lajuomin em 1941, em Salvador. Air Jose de Souza de Osagiyan Iwin Solá ( Oxaguiãn gerou a honra e prosperidade ). Filho carnal de Tertuliana e iniciado por Caetana, sua tia viria a fundar, em Salvador, o Ilé Odo Oje, Casa do Pilão de Prata, em 1964. Caetana tem seu rosto esculpido em broze com o título de Mãe Preta, na frente do Terreiro.
Em seu segundo casamento, com uma filha de Santo de Vovó Júlia, teve quatro filhos: Crispim de Souza, de Osoosi, Taurino de Souza de Osala, Regina Topasio de Souza, nascida em 1914, de Yemonja Ogunte, com o nome iniciático de Omi Olà ( As águas da fortuna, da riqueza ), e Irene Souza dos Santos, nascida em 1919, de Sango, cujo o nome dado foi Oba Dipo ( O rei ocupa o seu lugar ), e que teve como Mãe-Pequena, Aninha Oba Biyi. Regina com 6 anos de idade, e Caetana com 13 anos foram iniciadas num mesmo barco, pelas mãos de Judith de Oya, uma filha de santo de Benzinho. Vindo para o Rio, no início do século passado, Benzinho passou a exercer suas atividades na Rua Marques de Sapucaí, no centro da cidade, e depois, na Rua Navarro, no Catumbi. Aqui viveu na mesma época de Abedé, Alágba, Pequena de Osala e Aninha, que aqui estava, tendo ambos feito o axexê de Abedé em 1933. Foi o autor dos textos da Fecundação os Odús, um sistema de jogo de búzios, mais prático do que o intrincado sistema de ifá, devidamente adaptado à nossa realidade. Todos os Caminhos para a prática do jogo foram legados a seus filhos, tendo sido, mais tarde, adotado por todos que se utilizavam da prática do jogo por Odú.
Benzinho Bamgbose morreu no Rio, em 1943, com 6 anos de idade, tendo mais tarde seu corpo sido transferido para Salvador no mesmo cemitério onde seu avô foi enterrado na Igreja do Pelourinho. Seus descendentes, Caetana e Irene, abriram casa em Salvador; Regina de Yemonja, ficou no Rio e abriu sua casa, em Santa Cruz da Serra, o Ilê Axé Iya Omi, no subúrbio de Caxias, em 1957, ficando à frente até o sei falecimento. Os Bamgbose possuem grande expressão e, sobretudo, reonhecimento, em razão de seus descendentes serem atuantes no meio religioso, com a distinação de serem iniciados, realizando suas obrigações, de preferência entre sí. Sendo a família biológica do Candomblé, de maior número de integrantes, transformaram o importante título Yorubá, em uma denominação marcante representativa de rica linhagem familiar, a Família dos Bamgbose.
Está matéria foi extraída do Jornal Icapra e parte descrito do Livro '' História dos Candomblés do Rio de Janeiro '', do Professor '' José beniste ''.
A sua vinda foi de uma importância fundamental para o grupo que estava sendo formado, tentando dar forma a um modelo de ritual dentro de um padrão de possível aceitação na nova terra. Eraum grupo ligado ao culto de Sango, como Iya Nasô, Rodolpho Obitico, Joaquim Oba Sanya, Marcelina Oba Tosi e Aninha Oba Biyi, entre outros. Isto fez com que a participação deste Orisá nos ritos religiosos se tornasse relevante, com possível razão pela inclusão do Osú, como símbolo da iniciação, o uo do kele, o obrigatório Àmàlà semanal e a sequência de cântigos denominada Roda de Sango, ponto de partida para a manifestação dos demais Orixas.
Conhecido e citado como Bamgbose ( Ajuda-me a carregar o Oxê ) viria a ser reverenciado como Obitiko, ( A família que se reune ), na relação dos ancestrais citados durante o ritual de Ipade, ao lado de Asika, Ajadi, Oduro, Kayode, Adeta Okanlede e demais personagens importantes da ancestralidade afro-brasileira. Os nomes dos homens aqui relacionados possuem muita importância, pois os antigos Bavalawos eram considerados como irmãos das mães de santo e, assim, vistos como Tios merecedores do maior respeito e reverencia. Tinham eles entrada franca em todas as comunidades, e sempre consultados. Eram raros, e não como nos dias atuais. Rodolpho Bamgbose aqui teve vários filhos, sendo que uma de suas filhas viria a dar sentido a família Bamgbose. Julia Maria de Andrade, falecida em 1925 e conhecida como Vovó Julia de Sango Aganjú, cujo nome iniciático era Oba Dára ( O bom rei ). Casou-se com Eduardo Américo de Souza Gomes, um africano natural de Abeokuta, onde nasceu em 1833, e para lá tendo voltado. Um dos filhos do casal seriam personagem importante na linhagem religiosa, Felisberto Nazarenos Sowzer, ou Souza, de Ogunjá, iniciado por um tio, Ewetundé, cujo nome dado foi Oguntosí ( Ogun é digno, poderoso ). Um outro filho foi para a Nigéria e não retornou.Em uma de suas visitas ao Rio, em 1886, Bamgbose, juntamente com Joaquim Vieira e Aninha, organizou um grupo no Bairro da Saúde, num local de reunião de antigos cativos e libertos, talvez um antigo Zungu, deixando alguns símbolos e pedras ligados a Sango, que viria fazer parte da hitória do futuro Axé Opo Afonjá, do Rio. Em uma viagem de Recife para Salvador, passou mal vindo a falecer em Salvador, em 1908. Felisberto, que ficou conhecido como Bezinho, nasceu em Lagos, na Nigéria, vinda criança para o Brasil, tornou a voltar para a África e mais tarde retornando como Babalawo Ifásesi. Talvez seja que neste transito o seu sobrenome Souza. Era inteligente instruí, pois sabia falar inglês e nagô. Passou a viver com uma senhora africana chamada Damásia com quem teve duas filhas, Tertuliana Sowzer de Jesus, iniciada para Ibualámo Ode Tibuse, e Caetana Américo de Souza, já felecida, e que fez Osun Iyeponda. Fundou o Ilê Axé Lajuomin em 1941, em Salvador. Air Jose de Souza de Osagiyan Iwin Solá ( Oxaguiãn gerou a honra e prosperidade ). Filho carnal de Tertuliana e iniciado por Caetana, sua tia viria a fundar, em Salvador, o Ilé Odo Oje, Casa do Pilão de Prata, em 1964. Caetana tem seu rosto esculpido em broze com o título de Mãe Preta, na frente do Terreiro.
Em seu segundo casamento, com uma filha de Santo de Vovó Júlia, teve quatro filhos: Crispim de Souza, de Osoosi, Taurino de Souza de Osala, Regina Topasio de Souza, nascida em 1914, de Yemonja Ogunte, com o nome iniciático de Omi Olà ( As águas da fortuna, da riqueza ), e Irene Souza dos Santos, nascida em 1919, de Sango, cujo o nome dado foi Oba Dipo ( O rei ocupa o seu lugar ), e que teve como Mãe-Pequena, Aninha Oba Biyi. Regina com 6 anos de idade, e Caetana com 13 anos foram iniciadas num mesmo barco, pelas mãos de Judith de Oya, uma filha de santo de Benzinho. Vindo para o Rio, no início do século passado, Benzinho passou a exercer suas atividades na Rua Marques de Sapucaí, no centro da cidade, e depois, na Rua Navarro, no Catumbi. Aqui viveu na mesma época de Abedé, Alágba, Pequena de Osala e Aninha, que aqui estava, tendo ambos feito o axexê de Abedé em 1933. Foi o autor dos textos da Fecundação os Odús, um sistema de jogo de búzios, mais prático do que o intrincado sistema de ifá, devidamente adaptado à nossa realidade. Todos os Caminhos para a prática do jogo foram legados a seus filhos, tendo sido, mais tarde, adotado por todos que se utilizavam da prática do jogo por Odú.
Benzinho Bamgbose morreu no Rio, em 1943, com 6 anos de idade, tendo mais tarde seu corpo sido transferido para Salvador no mesmo cemitério onde seu avô foi enterrado na Igreja do Pelourinho. Seus descendentes, Caetana e Irene, abriram casa em Salvador; Regina de Yemonja, ficou no Rio e abriu sua casa, em Santa Cruz da Serra, o Ilê Axé Iya Omi, no subúrbio de Caxias, em 1957, ficando à frente até o sei falecimento. Os Bamgbose possuem grande expressão e, sobretudo, reonhecimento, em razão de seus descendentes serem atuantes no meio religioso, com a distinação de serem iniciados, realizando suas obrigações, de preferência entre sí. Sendo a família biológica do Candomblé, de maior número de integrantes, transformaram o importante título Yorubá, em uma denominação marcante representativa de rica linhagem familiar, a Família dos Bamgbose.
Está matéria foi extraída do Jornal Icapra e parte descrito do Livro '' História dos Candomblés do Rio de Janeiro '', do Professor '' José beniste ''.
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