sábado, 23 de outubro de 2010

..OGUM, O SENHOR DA GUERRA !!!!


Ogun é um orixá filho, ou eborá. Olokun, senhora dos oceanos, e Oduduwa, orixá mais importante dessa cultura, são seus pais, ou criadores. Existem outras vertentes de conhecimento que dizem ser Ogun, filho de Orixalá (Oxalá)e Oduduwa, ou ainda Yemonjá e Oxalá. Ogun é o que vem primeiro, o que está sempre à frente, um líder nato. Ele conhece e domina todos os caminhos, por isso nunca se perde e está sempre ajudando, quando corretamente evocado. É o deus do ferro, dos ferreiros e de todos que utilizam esse metal. Força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude. É orixá da guerra. Seu nome, significa luta, batalha, briga. Os lugares consagrados a Ogum ficam ao ar livre, na entrada das casas e terreiros.Seus assentamentos geralmente são pedras em forma de bigorna junto às árvores. Ogum é representado também por franjas de palmeira ou dendezeiro desfiadas chamadas mariwo que penduradas nas portas ou janelas, representam proteção, cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis. Sem sua permissão e proteção, nenhuma atividade útil, tanto no espaço urbano como no campo, poderia ser aproveitada. Deve ser invocado logo após Exu ser despachado, abrindo caminho para os outros orixás. É representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal. É ele quem vence as demandas mais difíceis para as pessoas. Dono de um gênio terrível, é um grande Orixá protetor dos militares e dos ferreiros. Ogum nunca deixa um filho seu sem resposta . Senhor deus da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Dono do ferro e do aço. É dono do obé (faca) e por isso vem logo após o Bará, pois sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogun tem uma ligação muito grande com o orixá Exú, sendo, às vezes, confundido com ele. A confusão existe porque os dois orixás dominam todos os caminhos e estão sempre na dianteira. É Exú quem consegue aplacar a ira de Ogun. Por causa da violência desse orixá, não se deve evocá-lo para a destruição, pois, se ele não encontrar o inimigo, irá voltar-se contra quem o chamou. Ogun é o patrono do culto a Egungun, ou dos ancestrais, que, em tempos remotos, era privilégio apenas das mulheres, ou iya-mi, onde Oyá reinava absoluta. Esse culto e o dos orixás são totalmente separados, possuindo sacerdotes exclusivos para esse fim. As duas roças podem coabitar o mesmo espaço, desde que sejam separadas por folhas pertencentes ao orixá Ogun. A guerra que Ogun trava nem sempre é destruidora. Ao contrário, se essa energia for bem canalizada, poderá ser utilizada para alcançar objetivos nobres, traçar novas diretrizes e vencer os obstáculos da vida. Além de poderoso guerreiro, é também um exímio caçador, assim como Odé, seu irmão. Ogun, que conhece os caminhos como ninguém, sabe onde encontrar sua caça. Ele não fica parado esperando, vai atrás dela, até conseguir capturá-la. As folhas da palmeira, ou mariwo, são muito apreciadas por ele, fazendo parte de sua indumentária. Está ligado ao mistério das árvores, consequentemente à Oxalá. Seu "assento" está ao pé de um Igí-uyeuè (cajazeira) no Brasil, onde um adàn, akòko ou Àràbà na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de peregun. Podendo também ficar ao pé do Igí-òpé cujo tronco simboliza a matéria individualizada dos funfun (orixás do branco, particularmente Oxalá), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o màrìwò é a representação mais simbólica de Ogún. Akóro Ko l'axo Akóro não tem roupas Màrìwò l'axo Ogún o! Màrìwò veste Ogún Màrìwò Màrìwò Ogún data de tempos proto-históricos, é pré-histórico, violento e pioneiro; suas armas são primeiro de pedra, depois o ferro. Sua primogenitora converte-o em quase irmão gêmeo de Exú. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por conseqüência) em seu trabalho: agricultores, caçadores, açougueiro, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e outros que juntaram-se ao grupo desde o início do século, mecânicos e motoristas; rendem homenagem à Ogún. Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. Orixá de personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada, quando não rígida. É representado por instrumentos de ferro forjado de 7,14 ou 21 peças, alinhados todos sobre uma haste de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades guerreiras, agrícolas, de ferreiro, escultor, etc. Ogun foi o primeiro marido de Yansan-Oyá, aquela que se tornaria, mais tarde, mulher de Xangô. Seu maior símbolo...................folha de Mariwo Seu dia.....................................terça-feira Sua cor.....................................verde ou azulão Sua fruta..................................manga-espada Seus símbolos...........................espada e coroa Seu mineral..............................diamante Seus elementos.........................ferro, bronze Saudação...................................Pata kori Ogun /Jesi Jesi Domínios:................................. caminhos, profundezas da terra, jazidas de ferro, praias, etc. Oferendas:..................................feijoada, vatapá, inhame com feijão preto, farofa de carne de frango desfiada, etc. Arquétipo dos filhos: Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muitos exigentes na comida, no vestir, nem tampouco na moradia, com raras exceções. São amigos, camaradas, porém estão sempre envolvidos em demandas; divertidos, despertam interesses nas mulheres e têm seguidos relacionamentos sexuais, mas não se fixam muito a uma só pessoa. Adoram conquistas e são sempre partidários com seus filhos. São muito mais paixão do que razão. Para os amigos "tudo" e aos inimigos a "cólera". São, quase sempre, de temperamento explosivo,não se prendem às riquezas, nem se interessam pelo poder. Gostam de comandar, dispensando o luxo e a ostentação. São líderes naturais. Não têm compromisso com ninguém, pois são conquistadores e incapazes de ficar presos a um só lugar, ou a uma só pessoa. Gostam de mudanças, de novos desafios e de medir forças. Assim como Ogun, seus filhos adoram alegria, mesa farta e de estarem sempre cercados pelos companheiros. Apresentam um comportamento coerente, arrebatado e passional, ao mesmo tempo sendo impulsivos, violentos, dados a brigas e incapazes de perdoar o que lhe fazem. São arrogantes e impacientes. Sua vida sexual tende a ser variada e sem ligações profundas, mas odeiam a solidão. Fisicamente costumam ser esguios e atléticos, mas não necessariamente musculosos. Geralmente, no campo profissional, adaptam-se à política e ao militarismo. Um aspecto negativo dos filhos de Ogun é tirar proveito das pessoas que lhes querem bem. Referência Bibliográfica: VERGER, Pierre; Orixás, Deuses Iorubás na Africa e no Novo Mundo

Há vários nomes de Ògún fazendo alusão a cidades onde houve o seu culto, como Ògún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O orixá possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha as suas particularidades e costumes



QUALIDADES DO ORIXÁ OGUM



Ògún Meje – É o mais velho de todos, a raiz dos outro, Ògún completo, velho solteirão rabujento. É o aspecto do orixá que lembra a sua realização em conquistar a sétima
aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar o seu filho Adahunsi.
Ògún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido – Um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um dos seus mitos liga-o a Oxaguiã e Ìyemonjá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.É um Ògún, como indica o seu nome, particularmente combativo. Tem temperamento rabugento, solitário, veste-se de verde escuro e usa contas verdes. Dizem que acompanha Ogúnté.
Ògún AIàká - É o “verdadeiro Ògún guerreiro”, sanguinário, que em princípio se veste de vermelho. Teria sido rei de Òyó e irmão de Sàngó. AIàká é um tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente.
Ògún Xoroke ou Ògún Soroke – Apenas um apelido que Ògún ganhou devido à sua condição extrovertida; soro = falar, ke= mais alto.Usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo. “Xoroke é um Ògún que tende a confundir-se com Esú, agitado, instável, suscetível e manhoso.
Ògún Meme - Veste-se igualmente de verde e usa contas verdes, como Ogunjá, mas de uma tonalidade diferente.
Ògún Wori – (Warri, ou wori: Yorübá) – É um Ògún perigoso, dado da feitiçaria, ligado ao màriwò, aos antepassados.; Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário o espírito dogmático.

Ògún Lebede (Alagbede) – É o Ògún dos ferreiros, marido de Yémánjá Ogúnté e pai de Ògún Akoro. Representam um tipo mais velho de Ògún, trabalhadores conscienciosos, severos, que “não brincam em serviço”, ciente de seus deveres como de seus direitos, exigente e rabujento.

Ògún Akoró – É o irmão de Oxóssi, ligado à floresta, qualidade benéfica de Ògún invocada no pàdé. Filho de Ogúnté, Akoró é um tipo de Ògún jovem e dinâmico, entusiasta, era empreendedor, cheio de iniciativa, protector seguro, amigo fiel, e muito ligado à mãe.

Ògún Oniré – É o título de Ògún filho de Oniré, quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia., o dono de Iré, primeiro filho de Odúduwà. Oniré é um Ògún antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo é o cortador de cabeças, ligado à morte e aos antepassados; orgulhoso, muito impaciente, arrebatado, não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente.


Ògún Olode – Epíteto do orixá destacando a sua condição de chefe dos caçadores, originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, e é um guia seguro. Seu temperamento solitário assemelha ao de Oxóssi.

Ògún Popo - Seria o nome de Ògún quando foi à terra dos Jeje, é um tipo fanático.
Ogun Waris: Nessa condição o orixá apresenta-se muitas vezes com forças
destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele aborrece-se. Um dos seus mitos narra que ele ficou momentaneamente cego.
Ògún Masa - Um dos nomes bastante comuns do orixá, segundo os antigos é um aspecto benéfico do orixá quando assim se apresenta.
Há vários nomes de Ògún fazendo alusão a cidades onde houve o seu culto, como Ògún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O orixá possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha as suas particularidades e costumes.

1 comentários:

BRUNO disse...

ACHEI INTERESSANTE AS LENDAS DE OGUM, EXCLARECERAM MUITAS DÚVIDAS.

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